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Cotidiano

Forças Armadas usaram verba pública para comprar 80 mil cervejas

Além disso, também foram adquiridas 700 toneladas de picanha; deputados do PSB contestaram gastos junto à procuradoria-geral por suspeita de superfaturamento

Bruno Hoffmann

11/02/2021 às 14:57

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Forças Armadas brasileira usaram dinheiro público durante 2020 para comprar picanha e cervejas, segundo documentos

Forças Armadas brasileira usaram dinheiro público durante 2020 para comprar picanha e cervejas, segundo documentos | /Valter Campanato/Agência Brasil

As Forças Armadas brasileira usaram dinheiro público durante 2020 para bancar a compra de mais de 700 toneladas de picanha e 80 mil cervejas. E não qualquer item. Foram escolhidas como referência peças da carne mais caras e cervejas puro malte. As despesas foram tema de uma representação que deputados do PSB enviaram na terça-feira (9) ao procurador-geral da República, Augusto Aras, para que investigue os gastos militares. Os parlamentares suspeitam de superfaturamento. As informações são do portal “Congresso em Foco”.

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O documento inclui fotos de supermercados onde os preços aparecem muito menores que os registrados em leilão, e é assinado pelos deputados Elias Vaz (PSB-GO), Alessandro Molon (PSB-RJ), Denis Bezerra (PSB-CE), Lídice da Mata (PSB-BA), Camilo Capiberibe (PSB-AP), Bira do Pindaré (PSB-MA) e Vilson da Fetaemg (PSB-MG).

O levantamento foi feito a partir de informações do Painel de Preços do Ministério da Economia, a mesma ferramenta pública que revelou as compras milionárias de leite condensado em janeiro. Na ocasião, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) justificou que se tratava de um item “necessário” aos militares, dado seu alto teor energético e calórico.

Em um pregão eletrônico realizado em 2020 para o 38º Batalhão de Infantaria, por exemplo, segundo o “Congresso em Foco”, foram adquiridas 500 garrafas da cerveja Stella Artois a R$ 9,05 cada. No mesmo certame, o batalhão adquiriu também três mil garrafas de Heineken, a R$ 9,80 cada. Já a 23ª Brigada de Infantaria de Selva recebeu 3.050 garrafas de Eisenbahn, a R$5,99.

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"A compra desse produto não é crível em tempos de crise financeira, uma vez que este não é um corte para se comer no dia a dia diante de sua especialização e preço", escrevem os autores da representação.
"Enquanto milhões de brasileiros sofrem com os efeitos trágicos da pandemia nos campos sanitário e financeiro, nossos militares consomem cortes nobres como a picanha e tomam cervejas, algumas especiais”, escrevem também.

Em nota, o Ministério da Defesa informou que aguarda a notificação da Procuradoria Geral da República. "O Ministério da Defesa e as Forças Armadas reiteram seu compromisso com a transparência e a seriedade com o interesse e a administração dos bens públicos. Eventuais irregularidades são apuradas com rigor", diz a pasta.

De acordo com o ministério, a representação do PSB se baseia em “informações absolutamente equivocadas” e que o tema foi objeto de nota de esclarecimento, mas o órgão não explicou as razões que levaram à aquisição de cervejas e de picanha.

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