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Gabriel Benetton é natural de 18 anos e se destacou no esporte | Nair Bueno/DL
Natural de Itanhaém, com apenas 18 anos, Gabriel se destacou como o melhor do mundo na categoria júnior, na última temporada. E já se prepara para competir em 2023. Disciplinado, ele deve começar os treinos a partir de março, quando participa de um campeonato mundial em Cabo Verde, na África. A seguir, Gabriel conta sobre a sua história no esporte e as metas para a próxima temporada.
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"Leia esta matéria também no Diário do Litoral".
Diário do Litoral – Você foi campeão mundial júnior em 2022? Como começou a treinar no kitesurfe?
Gabriel Benetton – Sim, fui campeão mundial júnior no kitesurfe, no ano passado, com o título Rookie of the Year 2022, concedido pelo GKA Awards, ao competir pela liga profissional da modalidade. Comecei a praticar há cerca de cinco anos, antes praticava wakeboard e competi por alguns anos. Decidi parar e migrar para o kite. A mesma pessoa que me apresentou o wake começou a praticar o kite, na Boca da Barra, em Itanhaém. É um amigo de São Paulo. Iniciei por brincadeira, mas peguei o gosto e, após um ano, decidi me dedicar bastante para poder competir.
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DL - Quando estreou na liga profissional do kitesurfe? Quanto tempo treinou para competir?
GB – Comecei a competir pela liga profissional em 2022, pois me preparei forte durante a pandemia em 2021. Treinei com mais dedicação por um ano e meio, todos os dias. Me mudei para o Ceará, um local onde tem muito vento. Para entrar na liga profissional é difícil, mas postava os treinos no Instagram. Fui convidado a participar de um evento organizado pela liga e fiquei em 2º lugar, como vice-campeão mundial, na Espanha, aí já entrei na liga profissional. Em outra ocasião fui competir em Tarifa, na Espanha, e me tornei campeão mundial júnior. Hoje treino no Ceará e também em outros países. De janeiro a março não é a época de ventos no Ceará.
DL - Quais os melhores locais para a prática no Brasil?
GB – No Brasil, o melhor lugar do mundo para treinar fica próximo à Jericoacoara, no Ceará, onde todos os atletas internacionais vão treinar. O paraíso do kitesurfe é no Ceará, pois é o local que tem mais ventos, em especial, no período de junho a dezembro. Outro lugar que venta é na região sul, em Santa Catarina, mas não é tão constante como no Ceará.
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DL - Por que decidiu trocar o wakeboard pelo kitesurfe?
GB - A diferença do wakeboard é que precisa ter um barco, diesel e alguém para pilotar. E sempre que ia treinar tinha um trabalho enorme. Já o kite é totalmente ecológico e é muito simples, só preciso do vento e encher a pipa de ar. Pego o equipamento e vou para a água. Valeu a pena trocar a modalidade. O kite mudou minha vida.
DL – Tem o incentivo da família em Itanhaém?
GB – Sim, cheguei a esse nível por causa da minha família. Comecei a surfar com o meu pai aos 4 anos de idade. Aos 2 anos e meio, já ia junto com meu pai no barco de pesca. Cresci em meio à natureza, meu pai sempre praticou o surfe e a pesca esportiva. Agora, ele pratica o kite comigo. Meu irmão também pratica por hobby, mas nenhum deles se profissionalizou no esporte.
DL - Quais os apuros que já passou dentro da água?
GB – Tenho umas histórias bem sinistras. No ano passado, no treinamento cheguei a desmaiar por duas vezes – uma no Ceará e outra na Espanha. Isso porque voamos a cerca de 20 metros de altura, além da velocidade que chega até 70 quilômetros por hora. O acidente ocorreu porque errei o comando da pipa e, ao invés de me jogar para cima, me arremessou para baixo. É um esporte perigoso e temos que saber o que estamos fazendo. Hoje tenho a orientação de um técnico quando vou treinar com o vento bem forte.
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DL - E quais as metas para 2023?
GB – Em março vou competir em Cabo Verde, na África, na 1ª etapa do Circuito Mundial e depois vou para Portugal. Vou rodar o mundo para treinar. Pretendo correr todas as etapas do circuito mundial que vão acontecer na Alemanha, Dinamarca, Cabo Verde e duas etapas no Brasil. Quero chegar no final como campeão mundial. Este ano vou competir nas duas categorias - profissional e júnior, que vai até 20 anos. No ano passado concluí o ensino médio, por meio do ensino à distância (EAD). Este ano não pretendo fazer faculdade, mas no próximo ano vou cursar Farmácia, a mesma área da minha mãe. Este ano quero focar e competir nos campeonatos mundiais.
DL - Para quem quiser praticar o kitesurfe, o que aconselha?
GB – Temos a oportunidade de treinar no melhor lugar do mundo, que é o Ceará. Os esportistas de fora vêm praticar no Brasil. Acredito que para quem já tem contato com o surfe, em dois ou três dias de aulas de kitesurfe, no Ceará, já vai sair velejando. É um esporte incrível, todas as pessoas que começam a praticar gostam. A modalidade está crescendo no Brasil e no mundo e, inclusive, sendo praticado por mulheres. Os brasileiros também estão se destacando e sendo cada vez mais valorizados no exterior.
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