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Cotidiano

Guia sobre a doação de órgãos após morte encefálica

Entenda o que é morte encefálica, as etapas do processo de doação e os critérios para ser um doador

Lucas Souza

14/08/2025 às 16:05

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Morte encefálica é a perda completa e irreversível das funções do cérebro e do tronco cerebral

Morte encefálica é a perda completa e irreversível das funções do cérebro e do tronco cerebral | Venilton Kuchler/Agência de Notícias Paraná

A doação de órgãos é um procedimento médico complexo e rigorosamente regulamentado que depende da autorização familiar para salvar vidas.

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Um dos cenários mais comuns para a doação de múltiplos órgãos ocorre após a confirmação da morte encefálica, uma condição médica específica e irreversível.

Compreender como funciona o processo de doação de órgãos após a confirmação de morte encefálica é fundamental para desmistificar o tema e reconhecer sua importância para a saúde pública.

Este artigo oferece uma visão geral informativa sobre as etapas envolvidas, desde o diagnóstico até a alocação dos órgãos, com base nos protocolos médicos e legais estabelecidos.

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O que é a morte encefálica?

A morte encefálica é a perda completa e irreversível das funções do cérebro e do tronco cerebral, significando a parada de todas as atividades cerebrais. Legal e cientificamente, é definida como a morte da pessoa.

É importante diferenciá-la do coma, estado em que ainda existe atividade cerebral e possibilidade de recuperação.

Após a lesão cerebral grave que leva à morte encefálica, o coração pode continuar batendo por um curto período, e a respiração é mantida artificialmente por aparelhos. Essa ventilação mecânica preserva a oxigenação e a viabilidade dos órgãos, tornando a doação possível.

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O diagnóstico de morte encefálica, dado a atriz mirim Millena Brandão, segue um protocolo extremamente rígido, estabelecido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), para garantir total segurança e precisão no processo.

Como funciona o processo de doação após o diagnóstico

Uma vez confirmada a morte encefálica, uma série de etapas coordenadas é iniciada para viabilizar a doação, sempre com o máximo respeito ao doador e à sua família.

O processo segue geralmente a seguinte ordem:

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Confirmação do diagnóstico: dois médicos diferentes, que não fazem parte das equipes de captação ou de transplante, realizam exames clínicos padronizados em momentos distintos para avaliar a ausência de reflexos cerebrais. Além disso, é obrigatória a realização de um exame complementar, como um eletroencefalograma ou uma angiografia cerebral, para comprovar a inatividade cerebral.

Comunicação com a família: uma equipe hospitalar especializada, geralmente da Organização de Procura de Órgãos (OPO), comunica o diagnóstico de morte à família. Somente após a família compreender e aceitar o falecimento é que a possibilidade da doação de órgãos é abordada, de forma acolhedora e sensível.

Autorização familiar: no Brasil, a doação de órgãos só ocorre com a autorização expressa da família (parentes de até segundo grau). A vontade do familiar é soberana. Se a família consente, assina um termo de autorização para a doação.

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Avaliação do potencial doador: são realizados exames de sangue e outras avaliações clínicas para verificar a compatibilidade e a saúde dos órgãos, além de descartar a presença de doenças infecciosas que possam ser transmitidas ao receptor.

Manutenção do doador: o corpo é mantido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), conectado a equipamentos que garantem a oxigenação e a circulação sanguínea, preservando a função dos órgãos até o momento da cirurgia de retirada.

Alocação dos órgãos: A Central de Transplantes do estado é notificada e insere os dados do doador no sistema nacional. Este sistema, gerenciado pela Central Nacional de Transplantes (CNT), utiliza critérios como compatibilidade, tempo de espera e urgência para localizar os receptores mais adequados na lista de espera única.

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Cirurgia de retirada: a retirada dos órgãos é realizada em um centro cirúrgico por equipes médicas especializadas. O procedimento é tratado com o mesmo respeito e cuidado de qualquer outra cirurgia.

Liberação do corpo: após a cirurgia, o corpo é devidamente recomposto e liberado à família para a realização do velório e do sepultamento.

Critérios gerais e a importância da comunicação

Para ser um potencial doador de órgãos após a morte, não é necessário deixar um documento por escrito. O fator mais decisivo é a comunicação do desejo de doar aos familiares.

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  • Quem pode ser doador: praticamente todas as pessoas podem ser consideradas potenciais doadoras. A viabilidade de cada órgão é avaliada individualmente pela equipe médica no momento da morte. Condições de saúde prévias e a idade são consideradas, mas não são, por si só, impeditivos absolutos.
  • Órgãos e tecidos que podem ser doados: um único doador pode salvar ou melhorar a qualidade de vida de várias pessoas. Os órgãos que podem ser doados incluem coração, pulmões, fígado, rins, pâncreas e intestinos. Além dos órgãos, também podem ser doados tecidos como córneas, pele, ossos, válvulas cardíacas e tendões.
  • A importância de avisar a família: a legislação brasileira determina que a autorização para a doação deve ser concedida pela família. Portanto, o passo mais importante para quem deseja ser um doador é conversar com seus parentes e deixar clara sua vontade.

O processo de doação de órgãos é um ato de grande solidariedade, conduzido com seriedade, ética e rigor técnico pelo Sistema Nacional de Transplantes.

Ele se inicia com um diagnóstico seguro de morte encefálica, passa pela acolhida e autorização da família e culmina em cirurgias que oferecem uma nova chance de vida para pacientes na fila de espera.

Este artigo tem caráter estritamente informativo e não substitui a orientação de um profissional de saúde.

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Para informações detalhadas sobre o processo de doação ou para esclarecer dúvidas, consulte as centrais de transplante do seu estado ou converse com um médico.

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