Presidente da COP30 minimiza protesto: 'Brasil vive numa democracia'; entenda 3º dia da COP30

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou nesta quarta (12/11) que lançará, nesta quinta (13/11), um mapa-múndi em que Belém aparecerá no centro do mundo. A cidade do Norte é a sede da COP30, a cúpula do clima das Nações Unidas.

Segundo o IBGE, a proposta é colocar o estado no coração do mapa e no centro das discussões globais sobre o clima e o futuro da Amazônia. A iniciativa foi feita por meio da Superintendência Estadual no Pará.

Os hemisférios do planeta também foram invertidos em relação à visão mais popular, eurocêntrica, que costuma estar em livros didáticos.

“Ao colocar o Pará no centro, destacamos não apenas uma nova perspectiva geográfica, mas também simbólica, que valoriza o protagonismo da Amazônia e de seus povos nas discussões globais sobre o futuro do meio ambiente”, afirmou o presidente do IBGE, Marcio Pochmann.

“Essa inversão nos lembra que o olhar sobre o mundo pode e deve mudar, reconhecendo a importância de diferentes territórios e realidades na construção de um planeta mais equilibrado e sustentável”, completou Pochmann.

Defensores em risco

A ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, afirmou nesta quarta que a situação dos defensores ambientais e de direitos humanos está “muito difícil e muito frágil”.

A fala ocorreu durante painel na Zona Verde da COP30 sobre os “Desafios para a proteção ambiental na democracia”.

Segundo o relatório da Global Witness, 146 defensores ambientais foram assassinados ou desapareceram no ano passado, sendo 80% deles na América Latina.

Turismo regenerativo

A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) defendeu o conceito de turismo regenerativo durante participação em um debate no estande do Ministério do Turismo.

“O turismo regenerativo é uma oportunidade de repensar o desenvolvimento e fazer mais, de um jeito diferente e sustentável”, disse a parlamentar.

O turismo regenerativo é visto como um avanço em relação ao turismo sustentável. A prática não pensa apenas em minimizar impactos negativos, mas promover o bem-estar ambiental, social e cultural do local.

Pós-protesto

O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, minimizou os protestos do dia anterior (11/11), quando houve tentativa de invasão da Zona Azul da conferência, mas reconheceu que ocorreram excessos.

“O incidente de ontem é uma coisa que acontece num país democrático como o Brasil”, afirmou o embaixador.

A segurança foi reforçada desde a manhã seguinte, com agentes da Força Nacional, do Exército e da Polícia Militar do Pará.

Ministra satisfeita

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, destacou a presença de comunidades de povos originários na COP30.

“Para nós, o movimento indígena está satisfeito com a quantidade de indígenas que conseguimos credenciar nesta COP”, destacou ela. Segundo informações oficiais, a expectativa é a de receber oficialmente até 3 mil indígenas.

Cúpula dos Povos

O movimento paralelo à COP30, a Cúpula dos Povos, começou oficialmente nesta quarta-feira, em Belém. O evento iniciou com uma barqueada pela Baía de Guajará, reunindo indígenas, ribeirinhos e ativistas dos movimentos sociais.

Os participantes se concentrarão na Universidade Federal do Pará (UFPA), onde haverá debates até o próximo domingo (16/11).