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Tietê poluição | Foto: Arquivo/Rovena Rosa/Agência Brasil
O Rio Tietê, o mais paulista dos rios, também é o mais excêntrico. Nasce em Salesópolis, a apenas 22 quilômetros do mar, mas em vez de seguir para o litoral, corre na contramão, rumo ao interior.
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São 1.136 quilômetros até desaguar no Paraná, passando por uma jornada que inclui a Mata Atlântica preservada e a maior metrópole do hemisfério sul.
Encaixotado entre carros, caminhões e ônibus, e agredido pelo esgoto, o rio Tietê recebeu investimentos bilionários desde que o jacaré ‘Teimoso’ resolveu habitar suas margens na Zona Norte, nos anos 1990.
Desde então, foram firmados quase 100 contratos de despoluição. Foram investidos mais de R$ 5 bilhões em duas das quatro fases do programa de depuração. No entanto, a qualidade das águas continua “ruim”, segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE).
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Em 2019, o governador João Doria afirmou que a despoluição do Tietê é um processo complexo e de longo prazo, mas prometeu continuar os investimentos.
Até agora, 73 contratos foram firmados entre a Sabesp e empreiteiras, com 34 deles já concluídos, consumindo R$ 2,44 bilhões. Outros 37 contratos, somando R$ 2,61 bilhões, estão em andamento.
Apesar da pressão popular e da mídia, e de tantos recursos públicos e privados, o Índice de Qualidade das Águas (IQA) sequer atingiu o nível “regular” nos dois pontos de análise existentes ao longo do trecho paulistano do Tietê.
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Há outros dois pontos na Grande São Paulo, um em Suzano e outro em Itaquaquecetuba., ambos também com IQA “ruim”.
Em São Paulo, as amostras são coletadas pela Cetesb no trecho do Tietê entre os rios Aricanduva e Cabuçu, próximo à divisa com Guarulhos, e no ponto onde desagua o Rio Tamanduateí, que, por sua vez, recebe as águas dos ribeirões dos Meninos, da Moóca e dos Couros.
E os últimos resultados do IQA do Tietê em exame no TCE são relativos a outubro de 2023. Os dados completos do ano passado ainda não foram divulgados pela Cetesb, que desde 1978 publica anualmente o Relatório de Qualidade das Águas Interiores do Estado.
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Apesar da condição “ruim”, o Tietê ainda apresenta melhor classificação que o Rio Pinheiros. Segundo documentos reunidos pelo TCE, a qualidade da ‘água’ nos 19 locais de coleta do Pinheiros é desoladora.
E o ponto mais crítico fica nas proximidades do Parque Burle Marx e da Ponte João Dias, a três quilômetros do Palácio dos Bandeirantes e próximo à praça em homenagem ao ex-governador Orestes Quércia.
Nesse trecho, afluem para o Pinheiros o Ribeirão Morro do S e o Córrego Ponte Baixa, que interliga a Represa do Guarapiranga. E eles carregam para o rio tanto a água das chuvas quanto eventuais ligações clandestinas de esgoto de bairros populosos da Zona Sul, como Capão Redondo e Jardim São Luiz.
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Ali, naquele trecho, a qualidade da ‘água’ do Pinheiros continua “péssima”, segundo análises disponibilizadas pelo TCE.
O Índice de Qualidade da Água (IQA) leva em consideração características físicas, químicas e biológicas, classificando-as a partir de parâmetros de qualidade previamente estabelecidos.
Essa metodologia é composta por nove itens, com seus respectivos pesos, que foram fixados em função da sua importância para conformação global da qualidade da água.
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Nessa relação, agências ambientais, como a Cetesb, avaliam o oxigênio dissolvido, os coliformes termotolerantes, o potencial hidrogeniônico (pH), a demanda bioquímica de oxigênio, a temperatura e a turbidez da água, o nitrogênio e o fósforo totais na amostra, além de eventuais resíduos.
Para mais detalhes sobre os contratos de despoluição, visite o painel do TCE.
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