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Conselheira relatou história de jovem morto em João Pessoa | Reprodução/Instagram
Morto por leoa após invadir uma jaula do Parque Zoobotânico Arruda Câmara, em João Pessoa, na Paraíba, neste domingo (30/11), Gerson de Melo Machado, de 19 anos, tinha o sonho de domar leões e uma trajetória marcada por sofrimento e abandono. O relato é da conselheira tutelar Verônica Oliveira, que o acompanhou por oito anos na luta contra transtornos mentais.
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Em publicação emocionada pelas redes sociais, Verônica disse que recebeu Vaqueirinho, como o jovem era conhecido, pela primeira vez aos 10 anos, quando ele foi encontrado sozinho pela Polícia Rodoviária Federal numa rodovia.
Ele era filho e neto de mãe e avós esquizofrênicos, segundo ela, e já havia sido interceptado em situações de risco antes.
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"Gerson, meu menino sem juízo… Quantas vezes, na sala do Conselho Tutelar, você dizia que ia pegar um avião para ir a um safári na África cuidar de leões. Você ainda tentou. E eu agradeci a Deus quando o aeroporto me avisou que você tinha cortado a cerca e entrado no trem de pouso de um avião da Gol", lembrou ela.
"Eu nunca consegui ver você como as redes sociais te pintavam. Eu conheci a criança destituída do poder familiar da mãe, impedido de ser adotado como os outros quatro irmãos", disse.
Segundo a profissional, o rapaz só queria voltar a ser filho da sua mãe, que seria esquizofrênica e não tinha condições de cuidado. “Mas a sociedade, sem conhecer sua história, preferiu te jogar na jaula dos leões", escreveu.
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A conselheira tutelar afirmou que o jovem não recebeu o tratamento que precisava. “Embora o Conselho solicitasse laudos porque era visível o transtorno mental, o Estado dizia que ele só tinha um problema comportamental. Será que alguém que entra na jaula de leão, que joga paralelepípedo no carro da polícia, tem problema comportamental?”, afirmou.
“O Conselho Tutelar de Mangabeira não vai se calar. Nós lutamos muito tentando garantir os direitos de Gerson. O meu sentimento hoje é de revolta”, disse ainda.
A leoa que matou Vaqueirinho no Parque Zoobotânico Arruda Câmara, conhecido como Bica, não será sacrificada. A direção do estabelecimento afirmou que Leona está bem e segue em observação e acompanhamento contínuo, já que passou por um "nível elevado de estresse".
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Uma veterinária que trabalha do Parque Zoobotânico Arruda Câmara saiu em defesa da leoa. Segundo Melanie Leite, o animal é dócil, e que “nunca será vilã”.
"Ela fez apenas o que uma leoa faz. Ela nunca será a vilã. Sou completamente apaixonada por ela e pela equipe técnica", escreveu em publicação no Instagram.
A administração do parque também ressaltou que o animal não apresenta comportamento agressivo e descartou eutanásia.
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"É importante reforçar que em nenhum momento foi considerada a possibilidade de eutanásia. A Leona está saudável, não apresenta comportamento agressivo fora do contexto do ocorrido e não será sacrificada”, destacou a nota do parque.
Gerson invadiu o recinto do animal na manhã de domingo. O momento foi flagrado por vídeos de frequentadores, que tentaram fazer o rapaz mudar de ideia.
O parque será mantido fechado para visitação até a conclusão das investigações.
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