Justiça manda Datena indenizar 'vítima de sensacionalismo'

O apresentador e agora candidato a prefeito de São Paulo pelo PSDB, José Luiz Datena, foi condenado em primeira instância a pagar uma indenização de R$ 20 mil. A vítima é um motorista de caminhão, alvo de uma reportagem do programa Brasil Urgente.

No lugar errado, na hora errada

O vencedor do processo foi preso durante uma batida policial em uma loja na zona norte de São Paulo. O estabelecimento era vigiado pela polícia, foi invadido e fechado por vender peças roubadas. O caminhoneiro estava no local como cliente e nada sabia sobre o caráter ilegal do negócio. Por conta disso, foi solto na sequência.

A confusão de Datena

Se o homem conseguiu provar sua inocência para as autoridades, o mesmo não aconteceu com sua reputação aos olhos da sociedade, segundo seus advogados. Datena, de acordo o processo aberto pelo motorista, o tratou como se fosse integrante de uma quadrilha

"O cara é pego como receptador e daqui a pouco está na rua. Não dura na delegacia. A polícia faz o seu trabalho. Mas logo depois acaba prendendo os mesmos caras de sempre, são velhos conhecidos em desmanches clandestinos", teria sido uma das falas do apresentador no momento em que as imagens eram trazidas ao telespectador. 

Condenação popular

Após o episódio, o caminhoneiro teve dificuldades para arrumar trabalho e viu seu relacionamento se deteriorar, além de ter sujeitado os filhos a piadas na escola.

A decisão

O desembargador Valentino de Andrade, relator do processo no Tribunal de Justiça de São Paulo, considerou que apresentador e emissora passaram por cima dos "justos limites do que se deve considerar o exercício de um jornalismo sério", causando danos claros a vítima.

Na defesa apresentada à Justiça, Datena e Bandeirantes afirmaram que não cometeram qualquer conduta imprópria ou ilícita e que a má-fé não estava configurada. A decisão é em primeira instância e aberta a recurso.