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O presidente Jair Bolsonaro falou do fim da corrupção durante o lançamento do programa Voo Simples | /Marcelo Camargo/Agência Brasil
Procuradores da força-tarefa da Lava Jato Paraná reagiram à declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que ele acabou com a operação pois ‘não há mais corrupção no governo’ e divulgaram uma nota nesta quinta-feira (8). Na nota, os procuradores dizem que a afirmação do presidente ‘reforça a percepção sobre a ausência de efetivo comprometimento com o fortalecimento dos mecanismos de combate à corrupção’. Além disso, segundo a força-tarefa, indica ‘desconhecimento sobre a atualidade dos trabalhos e a necessidade de sua continuidade’.
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“A Lava Jato é uma ação conjunta de várias instituições de Estado no combate a uma corrupção endêmica e, conforme demonstram as últimas fases dos trabalhos, ainda se faz essencialmente necessária”, afirmou ainda a força-tarefa. Os procuradores ainda ressaltaram que horas antes da declaração de Bolsonaro, nesta quarta-feira, a 76ª fase da operação apreendeu quase R$ 4 milhões na casa de um ex-funcionário da Petrobras sob suspeita de receber propinas.
O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro também reagiu à fala de Bolsonaro indicando que tentativas de ‘acabar com a Lava Jato‘ representam ‘a volta da corrupção’.
A força-tarefa também citou que o apoio da sociedade e a ‘adesão efetiva e coerente de todos os Poderes da República’ é fundamental para que os esforços das investigações tenham êxito. “Os procuradores da República designados para atuar no caso reforçam o seu compromisso na busca da promoção de justiça e defesa da coisa pública, papel constitucional do Ministério Público, apesar de forças poderosas em sentido contrário”, registrou a nota divulgada pelo Ministério Público Federal do Paraná.
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A declaração de Bolsonaro ocorreu na tarde desta quarta, durante lançamento do Programa Voo Simples, em resposta às críticas de lavajatistas por ter se aproximado de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que se posicionam contrários à operação tocada pelo ex-juiz Sérgio Moro. O presidente tem sido criticado pela indicação do desembargador Kassio Nunes para a vaga do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal. O nome do magistrado foi chancelado por Gilmar Mendes e Dias Toffoli, que mantém posicionamentos críticos à Lava Jato, e tem o apoio de parlamentares do chamado Centrão, atingido pela força-tarefa nos últimos cinco anos.
“É um orgulho, é uma satisfação que eu tenho, dizer a essa imprensa maravilhosa que eu não quero acabar com a Lava Jato. Eu acabei com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção no governo. Eu sei que isso não é virtude, é obrigação”, disse o presidente.
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