Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Sua relevância histórica e cultural rendeu-lhe o tombamento pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais | Divulgação/Iepha
A Fazenda Santa Clara é considerada a maior construção rural da América Latina e fica a cerca de cinco horas do estado de São Paulo.
Continua depois da publicidade
O local, erguido no século 18 no interior de Minas Gerais, é colocado como um pedaço de alma do Brasil rural, e tem lembranças da escravidão e da era do café.
Sua relevância histórica e cultural rendeu-lhe o tombamento pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA), que reconheceu sua importância para Minas Gerais e para o Brasil Colônia.
A história da Fazenda Santa Clara vem se mantendo por meio das visitas externas e roteiros turísticos, mostrando sua imponência e relevância, e convidando turistas a conhecerem não só a Fazenda, mas também as belezas e tradições de Santa Rita de Jacutinga, cidade em que está localizada.
Continua depois da publicidade
Além de seu valor histórico, o turismo cultural na fazenda contribui para o desenvolvimento econômico da região, gerando empregos e fortalecendo a identidade local.
Em 1999, o casarão também foi escolhido pela Rede Globo para ser o cenário principal da novela Terra Nostra, escrita por Benedito Ruy Barbosa. Na trama, a propriedade era a fazenda do Coronel Gumercindo Telles de Aranha, interpretado por Antônio Fagundes, o barão do café mais imponente da ficção brasileira.
Construída entre 1760 e 1780, foi a mais importante fazenda do Comendador Francisco Tereziano Fortes e, por muito tempo, serviu como centro de escravizados no período colonial.
Continua depois da publicidade
Com paredes de taipa e pedra e estrutura em madeira de lei, o casarão foi construído por centenas de pessoas escravizadas.
Em seu interior, ainda conserva mobiliário e objetos da época, além de uma masmorra preservada, com troncos e instrumentos de tortura, testemunho doloroso e marcante da escravidão.
A construção impressiona pelos números, sendo 6.000 metros quadrados, 365 janelas, 12 salões e 52 quartos. Algumas dessas janelas são falsas, pintadas externamente sobre a senzala por questões estéticas. Alguns sites afirmam que é uma janela para cada dia do ano, um quarto para cada semana e um salão para cada mês.
Continua depois da publicidade
No século 19, o café se tornou o ouro do Brasil e a Fazenda Santa Clara estava no centro desse ciclo. Com terreiros de secagem, senzalas, tulhas e uma capela, a propriedade produzia grãos de qualidade, exportados para a Europa.
A fazenda chegou a abrigar 2.800 escravizados que eram responsáveis por cultivar, colher e processar o café que fez da Santa Clara uma das propriedades mais prósperas de Minas.
A propriedade rural também está cercada por colinas verdes e rios. Apesar de toda sua importância, a Fazenda Santa Clara vive momentos difíceis. Uma das paredes das antigas senzalas desabou recentemente.
Continua depois da publicidade
A família Bustamante Fortes chegou à região vinda de São João Del Rey e se estabeleceu às margens do Rio Preto, desempenhando papel de destaque na história e desenvolvimento local.
O Capitão Francisco Dionísio de Sousa Fortes Bustamante, burocrata da Coroa Portuguesa, possuía grande influência e obteve da coroa uma imensa extensão de terras. Ainda em vida, desmembrou parte dessas terras, entregando-as à administração de seus filhos e pessoas de confiança.
Após uma hipoteca mal sucedida e a proibição da comercialização de escravizados, a Fazenda entrou em declínio. Foi vendida ao coronel João Honório de Paula Motta e, até hoje, segue administrada por seus descendentes.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade