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Em parceria com a Uber, a pesquisa também mostrou dados relevantes sobre a discriminação no transporte coletivo | Freepik
Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (19/11) mostra que 52,2% dos negros brasileiros não sabem como denunciar casos de racismo ou de injúria racial. Além disso, apenas 47,5% dos pretos e pardos conhecem as leis antidiscriminação.
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Ao todo, a pesquisa ouviu 423 pessoas de todas as regiões do Brasil, incluindo 310 pretas e 113 pardas.
O levantamento foi feito pelos institutos Orire e Sumaúma, em parceria com a Uber, e publicado na véspera do Dia da Consciência Negra.
Entre os entrevistados, 59,3% afirmam ter sofrido racismo ou injúria racial enquanto se deslocavam pela cidade, embora 83,9% nunca tenham formalizado a queixa com um boletim de ocorrência.
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O estudo também mostrou que só 20,3% confia que uma denúncia receberia o tratamento adequado.
Mesmo assim, 77,1% dos participantes declararam saber distinguir racismo de injúria racial – o primeiro é um crime coletivo e a segunda é uma ofensa ao indivíduo.
Segundo a fundadora do Instituto Orire, Thais Bernardes, os dados expõem um “abismo informacional".
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Para ela, que também é responsável pelo portal Notícia Preta, voltado à comunicação antirracista, “o desconhecimento é uma forma de violência”, afirmou à Agência Brasil.
A jornalista ressalta que, além de orientar as pessoas sobre como agir diante de episódios racistas, é essencial que o próprio sistema reconheça a gravidade do crime, investigue com rigor e puna de maneira adequada.
“Se quando a pessoa chega na delegacia é desencorajada, desrespeitada ou até mesmo ridicularizada, então, o sistema de Justiça também precisa ser educado em antirracismo e atendimento humanizado”, afirma.
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Além do levantamento, o projeto Percepções sobre Racismo e os Caminhos para a Justiça preparou um guia com instruções para denunciar casos de discriminação racial.
O documento explica que não é necessário ter advogado para registrar a ocorrência, que pode ser feita presencialmente ou pela internet, tanto em delegacias comuns quanto em unidades especializadas.
As instituições responsáveis por acolher denúncias incluem o Ministério Público e a Defensoria Pública, além de ouvidorias e diferentes canais digitais do governo.
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Há ainda o Disque 100, um serviço telefônico gratuito criado para registrar violações de direitos humanos e encaminhar os casos às autoridades competentes.
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