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								Operação policial deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro | Tomaz Silva/Agência Brasil
A operação policial que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, reacendeu a preocupação entre autoridades e moradores do litoral norte de São Paulo, especialmente em Ubatuba, cidade que faz divisa com o estado fluminense.
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A migração de criminosos para a região não é recente. Em 2010, quando o governo do Rio implantou as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), integrantes do Comando Vermelho (CV) deixaram o Complexo do Alemão e foram para cidades do litoral sul fluminense, como Angra dos Reis e Paraty, além de se refugiarem em Ubatuba.
A Operação Contenção deflagrada pelo governo do Rio de Janeiro, nessa terça-feira (28/10), contra a facção Comando Vermelho, teve repercussão internacional por conta das dezenas de mortes.
De acordo com o portal Costa Norte, os fugitivos passaram a ocupar comunidades locais, reforçando a presença do CV e alterando a dinâmica do crime nas regiões litorâneas. Desde então, armas pesadas passaram a ser vistas com frequência nas ruas dessas cidades.
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Em Ubatuba, segundo fontes da polícia e moradores de bairros periféricos ao portal Costa Norte, o Comando Vermelho teria formado pequenos núcleos em áreas de difícil acesso, como os sertões e regiões mais afastadas das praias. Há registros de disputas por pontos de venda de drogas e até envolvimento com grilagem de terras.
A expansão do grupo teria ocorrido de forma discreta, possivelmente favorecida por uma menor presença do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção paulista que, segundo investigações, estaria mais voltada a operações internacionais do tráfico do que à disputa de território local.
Em 2024, o Ministério Público de São Paulo confirmou que o Comando Vermelho vem ampliando sua atuação no litoral norte paulista, com foco nas cidades de Ubatuba e Caraguatatuba.
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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) monitora a movimentação da facção, que passou a ocupar pontos antes dominados pelo PCC.
O promotor Alexandre Affonso Castilho, do Gaeco, afirmou que o avanço do CV é motivo de preocupação e representa “um novo desafio para as forças de segurança”.
Segundo ele, o risco é de que a presença simultânea das duas facções deflagre uma disputa territorial na região, o que exigiria reforço na vigilância policial e cooperação entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
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A presença de criminosos do Rio também coincidiu com um aumento de registros de corpos encontrados na rodovia Rio-Santos, especialmente em trechos próximos à divisa entre os dois estados.
Entre os casos de maior repercussão está o de 11 de fevereiro de 2012, quando a Polícia Rodoviária Federal encontrou um veículo com placas do Rio abandonado no acostamento da rodovia, na altura do bairro Picinguaba, em Ubatuba.
Segundo a Polícia Civil, as vítimas teriam sido mortas no Rio de Janeiro e desovadas no lado paulista. Laudos preliminares indicaram asfixia, possivelmente por gás de escapamento ou sufocamento.
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As vítimas apresentavam marcas de amarras e uma delas foi identificada como Max Eduardo de Souza Melo, de 30 anos, com antecedentes criminais no Rio.
Semanas depois, outro corpo foi localizado nas mesmas circunstâncias, no mesmo trecho da Rio-Santos. Casos semelhantes ocorreram em 2010 e em anos seguintes, incluindo registros de corpos encontrados em sacos plásticos e áreas de mata na região de Ubatuba e na cidade vizinha de Cunha.
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