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Movimentação de passageiros em ônibus municipal na Capital | Ale ViAle Vianna/AltaPhoto/FolhapressannaAltaPhotoFolhapress
Uma pesquisa do Instituto Pólis comprovou algo já percebido por moradores da cidade São Paulo: há uma forte relação entre a circulação de pessoas que precisaram trabalhar durante a pandemia da Covid-19 e as áreas da cidade de São Paulo com maior concentração de casos da doença, como Sapopemba, Capão Redondo e Brasilândia. Para chegar à conclusão, os especialistas correlacionaram dados da SPTrans sobre a circulação de ônibus municipais, da Pesquisa Origem Destino 2017 e da registros do DataSUS.
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Sem opção, os moradores permanecem se arriscando diariamente para ir e voltar do trabalho. A operadora de telemarketing Thamara Gomes vive em Guaianases, na extrema zona leste da Capital, e trabalha na Vila Matilde, também na região leste. A sua rotina diária inclui o uso de van e ônibus.
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Ela destaca que os motoristas estão fazendo um papel importante durante a pandemia – porém, por vezes, há falta de cooperação dos usuários. “Realmente entrar sem máscara não acontece, mas muita gente depois que entra e senta, tira a máscara. Já aconteceu do motorista parar de dirigir e falar que não vai seguir adiante enquanto as pessoas não colocarem a máscara. Os motoristas estão fazendo a parte deles, só que parte da população não está nem aí”, diz.
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O seu horário de trabalho é das 14h40 às 21h, fora do horário de pico do transporte público, e por isso não enfrenta lotação. Porém, uma reclamação de Thamara é em relação à diminuição de ônibus operando na linha.
“Antes passava ônibus de cinco em cinco minutos, agora são de 30 em 30 e nem sempre passa nos horários certos, e isso tem me causado transtornos porque já aconteceu de eu chegar atrasada no trabalho. E os chefes não querem saber se você mora na periferia, se você está sem ônibus, o que seja...”.
Já o advogado Henrique Moura se desloca todos os dias da região central, onde mora, para o escritório no bairro da Lapa, na zona oeste, pelo Metrô. O que ele percebe é que os seguranças da companhia também impedem o embarque de usuários sem máscara.
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“Tanto a CPTM quanto o Metrô impedem o embarque de usuários sem máscaras e mesmo dentro dos vagões há inspeções frequentes para orientar acerca do uso. Todavia, os esforços não são suficientes, e há inúmeras pessoas que, por desconhecimento ou por acreditar que o pior passou, deixam boca e nariz sem proteção, encostam na máscara a todo momento e chegam a retirá-la, por completo, para conversar ou comer”, afirma.
Do lado negativo, explica o advogado, há falta completa de álcool em gel tanto nas estações quanto dentro dos vagões. Henrique ainda afirma que nas estações Marechal Deodoro e Barra Funda, da linha 3-Vermelha do Metrô, há cabines de desinfecção de uso livre em determinados horários. “Porém são pouco utilizadas e as pessoas, de maneira geral, parecem nem saber para que servem as cabines ali montadas”.
Um analista de sistemas, que prefere não se identificar, afirma ter trocado o transporte público pela bicicleta durante a pandemia.
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“Falta estrutura para pedalar, é perigoso, mas é mais digno. Bruno Covas e João Doria [se referindo ao prefeito da Capital e ao governador do Estado] ignoram com força o papel da bicicleta na melhoria da mobilidade urbana. Mas é impossível andar de ônibus, Metrô ou trem em São Paulo e manter sanidade mental”, diz.
Errata
Em uma versão original deste texto, foi escrito que a pesquisa do Instituto Pólis indica que a Covid-19 tem se propagado com mais intensidade nas regiões onde os moradores mais dependem do transporte público.
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O instituto entrou em contato para afirmar que, na verdade, a pesquisa mostra que há uma forte relação entre a circulação de pessoas que precisaram trabalhar durante a pandemia da Covid-19 e as áreas da cidade de São Paulo com maior concentração de casos da doença. "Nosso estudo não afirma onde essas pessoas foram infectadas", diz a nota do instituto. O texto foi alterado.
Governo de SP e Prefeitura
A Gazeta entrou em contato com a prefeitura e o governo de São Paulo para saber quais são as principais medidas para proteger os trabalhadores e usuários do transporte público da Capital (leia as notas completas ao fim da matéria).
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De acordo com a Secretaria dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo (STM), a EMTU, CPTM e Metrô vêm buscando soluções “para uma higienização rápida e eficaz de trens, ônibus, estações e terminais”. Nos últimos meses, informa, a secretaria testou e colocou em funcionamento soluções inovadoras visando a segurança de seus colaboradores e dos passageiros.
“Além disso, a STM está com ‘Operação Monitorada’ desde o início da quarentena. A operação é avaliada ininterruptamente, sobretudo em horários de pico, e quando constatada a necessidade de mais trens nas linhas da CPTM e do Metrô, eles são imediatamente injetados para buscar evitar aglomerações”.
Já a SPTrans, da Prefeitura de São Paulo, diz que desde o início da pandemia a frota de ônibus disponível nas ruas sempre foi muito superior à demanda de passageiros. “O grupo local de distribuição, que atende os bairros mais afastados da região central, está operando com 92,5% da sua frota para transportar 50% da demanda, enquanto a média da frota da cidade está em 85,85% para 49% de passageiros, um total de 11.001 veículos”.
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A SPTrans também informa que a prefeitura adotou uma série de medidas para que motoristas, cobradores e passageiros do sistema de transporte público da capital se previnam contra o novo coronavírus.
Nota completa da Secretaria da STM:
A Secretaria dos Transporte Metropolitanos (STM) e as empresas ligadas a ela – EMTU, CPTM e Metrô – vêm buscando soluções para uma higienização rápida e eficaz de trens, ônibus, estações e terminais. Nos últimos meses testou e colocou em funcionamento soluções inovadoras visando a segurança de seus colaboradores e dos passageiros.
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Além disso, a STM está com "Operação Monitorada" desde o início da quarentena. A operação é avaliada ininterruptamente, sobretudo em horários de pico, e quando constatada a necessidade de mais trens nas linhas da CPTM e do Metrô, eles são imediatamente injetados para buscar evitar aglomerações. A oferta chega a 100% da frota em algumas linhas nos horários de pico, mesmo com a queda expressiva na demanda que era de 61% em meados de julho, em comparação com o funcionamento antes da pandemia.
A STM tem dialogado diariamente com sistemas de Metrô em todas as partes do mundo para implementar medidas de combate ao Coronavirus e está realizando uma das maiores operações do mundo de limpeza interna nos trens.
Higienização - A STM intensificou as medidas de higienização dos veículos e estações, com ampliação da frequência de limpeza de assentos, pisos, corrimãos, maçanetas, etc com álcool 70% ou solução de água sanitária, além de outras medidas listadas a seguir.
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Banheiros - Foi criado um comitê específico para intensificação do monitoramento e fiscalização da higienização dos banheiros das estações e dos terminais, assim como a reposição de itens como sabonete, papel higiênico e papel toalha.
Tecido – A STM aguarda o resultado de testes com um tecido especial que promete eliminar a contaminação cruzada do coronavírus, impedindo que uma pessoa contaminada passe a doença para outra pelo contado por superfície. O teste foi feito em um ônibus, onde as barras de apoio e os bancos foram forrados com esse tecido especial. Se os resultados forem favoráveis, a ideia é adotar o revestimento nos trens da CPTM e do Metrô e nos ônibus da EMTU.
Campanhas educativas - Em parceria com o Governo do Estado, a STM intensificou as estratégias de informação aos passageiros com materiais informativos sobre as medidas de prevenção e controle do novo coronavírus (COVID-19). Além disso, a STM foi pioneira na exigência do uso de máscaras no transporte coletivo, além de indicar outras recomendações das autoridades de saúde e distribuímos no primeiro semestre 3 milhões de máscaras em parceria com a iniciativa privada.
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Metrô
Limpeza - O Metrô paulistano é reconhecido internacionalmente pelo seu trabalho de limpeza e higienização em suas estações, trens, vias, túneis, edificações, oficinas e pátios de estacionamento de trens. Por conta da pandemia, além da limpeza profunda realizada durante a madrugada, o Metrô ampliou o trabalho de limpeza que já era feito durante todo o período de operação. Os equipamentos de contato direto com o público como bilheterias, bloqueios, corrimãos e principalmente os trens são limpos e higienizados com maior frequência e foi implantada a limpeza entre viagens. Equipes entram nos trens em trechos próximos às estações terminais e, além de retirar resíduos deixados pelos passageiros, higienizam as áreas de maior contato, como portas, balaústres e pega-mãos.
Colaboradores - Metrô disponibiliza todo o suporte necessário para os funcionários trabalharem com segurança. São disponibilizadas máscaras para uso e troca, além de álcool em gel, óculos de proteção e roupas especiais. Além disso entregou mais de 400 mil máscaras aos passageiros em suas campanhas educativas.
Cabines – O Metrô possui Box neutralizados nas estações das Linhas 1, 2 e 3. A cabine, semelhante a um túnel com cerca de três metros, tem um sensor de presença, que aciona borrifadores com clorexidina, uma solução hidroalcoólica higienizante, eficaz contra bactérias, fungos, leveduras e vírus. A solução é mais eficaz que o álcool no combate à Covid-19.
Termômetro - O Metrô testou um sistema inteligente que afere a temperatura corporal dos passageiros que passam pelas catracas de entrada do local e verifica se eles estão usando máscaras faciais. O equipamento tem capacidade para medir a temperatura e checar o uso de máscara de até 2 mil pessoas por minuto.
Quando uma pessoa com temperatura acima de 37,5 graus passa pela catraca, um alerta é emitido e um funcionário do Metrô poderá encaminhar o passageiro para um posto de saúde. Em caso de verificação do não uso da máscara facial de proteção, o funcionário esclarece que é obrigatório o uso no sistema de transporte de São Paulo.
O Metrô planeja a utilização desse tipo de inovação em outras estações da rede e, para isso, abriu um chamamento público para que as empresas apresentem suas tecnologias e propostas de implantação.
Lâmpadas ultra-violeta - O Metrô também testou o uso de lâmpadas UV para higienizar os trens.
CPTM
Assim como no Metrô, na CPTM os trens também passaram a ser higienizados no final da viagem, em cada ponta da linha, e a limpeza das estações e de todos os equipamentos de maior contato, como bilheterias, bloqueios, corrimãos, maçanetas foi intensificado ao longo de todo o período de operação. Além disso, é feita a limpeza profunda de trens e estações no encerramento da operação.
Robô - A Companhia começou a usar um equipamento novo de higienização que funciona com pulverização de uma névoa de minúsculas gotículas ionizadas de desinfetantes. A solução sanitizante usada nesse sistema higieniza e elimina microrganismos e partículas em suspensão, como bactérias, germes e vírus.
Os produtos têm aprovação da Anvisa, da Organização Mundial de Saúde e do Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC). O processo de higienização interna de cada vagão leva cerca de oito minutos. O equipamento, de tecnologia brasileira, foi doado para a CPTM pela empresa BioGuard e será usado nos trens das Linhas 7-Rubi e 10-Turquesa e está sendo testado no Metrô.
Spray - Um novo produto de desinfecção em spray foi testado na Linha 8-Diamante. Técnicos do IPT colheram amostras em superfícies do trem antes da aplicação do produto, que consiste em uma lata de spray tipo “granada”. Foram usadas duas latas para cada vagão. Outras amostras foram colhidas dias depois para verificar a eficiência. Os resultados ainda não saíram.
Sabonete - 50 postos de higienização estão funcionando na Estação Hebraica-Rebouças, na Linha 9-Esmeralda da CPTM, com um sabonete que limpa e protege as mãos, combatendo a transmissão de vírus e bactérias, sem a necessidade de enxágue. O sabonete sem enxágue é aprovado pela Anvisa e utilizado pela Nasa e Exército dos Estados Unidos. Após a fase de testes na Estação Hebraica-Rebouças, os postos de higienização podem ser levados a outras estações da CPTM.
Cabines – Em estações das linhas 9, 10, 11 e 12, a CPTM possui os mesmos Box neutralizados do Metrô.
Colaboradores - Para garantir a segurança dos seus colaboradores, a CPTM distribuiu máscaras para os colaboradores e todos têm acesso ao álcool em gel. Além disso, quem trabalha nas bilheterias recebeu luvas (de uso opcional).
Campanhas – Foram distribuídas máscaras nas estações em inúmeras campanhas educativas.
EMTU
Limpeza - As operadoras das linhas de ônibus intermunicipais intensificaram a limpeza dos ônibus nas garagens e ampliaram a higienização para o término das viagens. Os funcionários da limpeza receberam roupas especiais de proteção, além do uso de produtos mais eficazes. Aos motoristas foram distribuídas máscaras de proteção e álcool em gel.
Totens – Foram instalados totens de álcool em gel em 13 terminais na região metropolitana de São Paulo e em estações do VLT na Baixada Santista
Campanhas – Ações em terminais distribuíram máscaras e kits de higiene para passageiros
Nota completa da SPTrans:
Desde o início da pandemia, a frota de ônibus disponível nas ruas sempre foi muito superior à demanda de passageiros. O grupo local de distribuição, que atende os bairros mais afastados da região central, está operando com 92,5% da sua frota para transportar 50% da demanda, enquanto a média da frota da cidade está em 85,85% para 49% de passageiros, um total de 11.001 veículos.
A Prefeitura adotou uma série de medidas para que motoristas, cobradores e passageiros do sistema de transporte público da capital se previnam contra o novo coronavírus causador da Covid-19. O uso de máscara para quem precisa se deslocar passou a ser obrigatório. Além disso, é recomendado o reforço de cuidados pessoais como lavagem das mãos a cada viagem realizada.
Como medida de prevenção, as empresas estão autorizadas a usar cortinas em formato em "L" nos postos dos motoristas para evitar o contágio pelo novo coronavírus. A SPTrans também sinalizou a distância de 1 metro entre os usuários nas plataformas para aguardar o embarque nos terminais. A equipe técnica da SPTrans acompanha o movimento dos passageiros e adequa a frota de ônibus para atender a demanda da população.
Os sistemas de ar-condicionado dos ônibus devem atender à legislação, às normas e às exigências funcionais contidas nos manuais dos Padrões Técnicos de Veículos elaborados pela SPTrans. O sistema conta com dupla filtragem do ar e deve assegurar, a cada três minutos, a troca constante do ar que circula no veículo conforme previsto em norma. Além disso, o equipamento passa por higienização periódica em vários componentes internos e nos seus dutos. Em razão da pandemia, a SPTrans orientou as empresas operadoras a intensificarem a manutenção e limpeza dos equipamentos.
Os terminais municipais vêm recebendo reforço na higienização para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. Desde o início da pandemia, plataformas, gradis, pistas de rolamento e áreas comuns estão tendo a limpeza complementada, passando por lavagens noturnas. Além disso, ao longo do dia os locais também recebem varrições de todas as plataformas, recolhimento de lixo, higienização e desinfecção dos equipamentos de uso comum.
A limpeza dos ônibus municipais em nove terminais passou a ser feita com a utilização de um equipamento Atomizador Elétrico Portátil para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. Com o novo sistema, a higienização no interior dos ônibus nos terminais onde o equipamento está disponível é realizada em apenas dois minutos, sendo feita toda vez que o veículo chega aos terminais urbanos após o desembarque dos passageiros, reduzindo o tempo comparado com a limpeza manual, que continua a ser realizada constantemente nos demais terminais.
Quanto ao uso da máscara, ela deve ser utilizada pelas pessoas durante toda a viagem, inclusive por motoristas e cobradores. Para informar e conscientizar a população da determinação, os ônibus receberam adesivos com o aviso sobre a obrigatoriedade, que foram fixados no para-brisa e nas portas dos veículos.
Em geral, os usuários do transporte coletivo têm aderido ao uso obrigatório de máscara de proteção e as equipes da SPTrans permanecem fiscalizando e, caso a determinação seja descumprida, a multa aplicada será de 750 tarifas às empresas concessionárias de transporte. A SPTrans contabilizou 189 autuações às empresas operadoras pelo descumprimento à determinação do uso de máscaras de proteção no transporte público municipal entre os dias 5 de maio e 22 de julho.
As informações de mudanças de linhas, funcionamento dos postos e recomendações podem ser acessadas no link www.sptrans.com.br/covid-19.
Mais informações sobre os protocolos do transporte público para o enfrentamento à covid-19 estão disponíveis no link sptrans.com.br/media/5584/protocolos-transporte-pu-blico.pdf?v=23062020_1510
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