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Reforma marcará a próxima etapa do plano de requalificação do centro histórico da capital | Reprodução
Uma obra estimada em R$ 70 milhões deve transformar o visual do Viaduto do Chá, da Praça do Patriarca e do entorno do Theatro Municipal, todos em São Paulo, nos próximos anos.
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O projeto, que deve ser licitado em breve pela gestão Ricardo Nunes (MDB), teve seu valor ajustado mais de uma vez e tem gerado polêmica devido a algumas das mudanças previstas.
Segundo a Prefeitura, o projeto, que ainda está em fase de ajustes, foi desencadeado após inspeções estruturais indicarem infiltrações e sinais de desgaste na travessia, inaugurada em 1939.
A licitação deve ser lançada até o fim de 2025, com previsão de conclusão do edital no primeiro semestre de 2026. A obra, orçada inicialmente em R$ 58 milhões, foi reavaliada e agora deve custar cerca de R$ 70 milhões, com execução prevista para durar 18 meses.
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O projeto da Prefeitura prevê substituir o atual piso de pedra portuguesa por granito vermelho e cinza. A mudança, segundo Monteiro, reduzirá o peso sobre a estrutura e tornará mais simples a manutenção.
Ele destaca também a dificuldade crescente em encontrar mão de obra especializada para o reassentamento das pedras portuguesas.
Outro ponto sensível do plano é a Galeria Prestes Maia, passagem subterrânea que liga a Praça do Patriarca ao Vale do Anhangabaú. O local sofre com infiltrações há anos e, segundo a gestão municipal, será contemplado no pacote de intervenções.
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Também está prevista a instalação de um novo ponto de ônibus e a colocação de um bondinho desativado em frente ao Shopping Light para funcionar como ponto de informação turística.
Bancas de jornal serão remanejadas para a rua posterior, onde ficará uma base da Guarda Civil Metropolitana. Além disso, a Praça Ramos de Azevedo, ao lado do Municipal, também terá o piso substituído.
O Viaduto do Chá é um dos marcos fundadores da urbanização paulistana. Sua primeira versão, de 1892, foi concebida pelo francês Jules Martin e construída com estruturas metálicas importadas da Alemanha.
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A travessia ligava o núcleo histórico do município ao avanço urbano que ocorria no oeste e, durante alguns anos, chegou a cobrar pedágio, o que motivou o famoso apelido “Viaduto dos Três Vinténs”.
A atual configuração, em concreto e com linhas art déco, substituiu a estrutura original no final da década de 1930.
Na extremidade oposta do viaduto, a Praça do Patriarca será alvo das intervenções mais sensíveis.
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O espaço abriga a igreja de Santo Antônio, tombada, e a marquise projetada por Paulo Mendes da Rocha, instalada durante a gestão Marta Suplicy e, desde então, alvo recorrente de debates sobre preservação.
A prefeitura apresentou inicialmente a proposta de envidraçar o acesso da Galeria Prestes Maia, mas a ideia foi rejeitada tanto pela família do arquiteto quanto pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), que avaliou que a solução interferia indevidamente na obra.
O órgão sugeriu uma alternativa: um fechamento horizontal retrátil instalado no gradil já existente, opção que preservaria a visibilidade da marquise e reduziria o impacto sobre o projeto original.
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“É a solução menos invasiva”, afirma o arquiteto Pedro Mendes da Rocha, filho do autor.
A prefeitura informou que estuda a recomendação e deve apresentar um novo desenho ainda este ano.
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