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Deflagrada nesta terça-feira, a operação da Polícia Federal mira o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, em Pernambuco | /Marcelo Camargo/Agência Brasil
Deflagrada nesta terça-feira, a operação da Polícia Federal que mira o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, em Pernambuco, demorou quase dois meses para ser autorizada pela Justiça.
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O aval foi dado pela segunda instância na segunda-feira, quando seis dos sete juízes do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) concordaram com o pedido da Polícia Federal e do Ministério Público -um dos juízes foi contra.
O inquérito foi aberto em março, após reportagens do jornal "Folha de S.Paulo" terem revelado o esquema de laranjas do partido do presidente Jair Bolsonaro. O esquema deu início a uma crise na legenda e tem sido um dos elementos de desgaste entre o grupo de Bivar e o de Bolsonaro, que ameaça deixar o partido. Os pedidos de buscas foram enviados pela PF e pela promotoria no dia 21 de agosto, com endereços da sede do PSL em Pernambuco e do deputado Luciano Bivar, presidente da sigla, entre os alvos.
A juíza Maria Margarida de Souza Fonseca, da 6ª zona eleitoral do Recife, indeferiu as buscas em seguida, no dia 9 de setembro, dizendo não haver elementos suficientes para a operação.
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Três dias depois, em 12 de setembro, o Ministério Público apresentou um recurso ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), reafirmando a necessidade da realização das medidas.
O relator, mantido sob sigilo, poderia ter despachado individualmente, mas preferiu levar o pedido para análise do plenário. Na segunda-feira, os juízes do tribunal, enfim, autorizaram as buscas. A PF montou a operação de um dia para o outro.
Antes do indeferimento das cautelares, o caso tinha ficado paralisado por cerca três meses na Justiça, à espera de definição de qual seria o juízo competente.
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Além da casa de Bivar no Recife e da sede do partido, estão entre os alvos endereços de três candidatas, Maria de Lourdes Paixão, Érika Santos e Mariana Nunes, e de duas gráficas, Itapissu e Vidal, bem como seus representantes, também tiveram busca e apreensão.
O esquema deu início a uma crise na legenda e tem sido um dos elementos de desgaste entre o grupo de Bivar e o de Jair Bolsonaro, que ameaça deixar o partido.
A operação desta terça-feira ganhou o nome de Guinhol, fazendo referência a um marionete, personagem do teatro de fantoches criado no século 19. A polícia apura se as candidatas foram criadas apenas para a movimentação de recursos de forma ilegal.
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Em fevereiro, o jornal mostrou que o grupo de Bivar criou uma candidata de fachada em Pernambuco que recebeu do partido R$ 400 mil de dinheiro público na eleição de 2018.
Maria de Lourdes Paixão, 68, que oficialmente concorreu a deputada federal e teve apenas 274 votos, foi a terceira maior beneficiada com verba do PSL em todo o país, mais do que o próprio presidente Jair Bolsonaro e a deputada Joice Hasselmann (SP), essa com 1,079 milhão de votos. (FP)
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