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Se confirmadas as novas mortes, o total pode ultrapassar 120 vítimas | Eduardo Anizelli/Folhapress
Moradores do Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, levaram dezenas de corpos até a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, na madrugada desta quarta-feira (29/10).
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O ato ocorreu horas depois da operação policial mais letal já registrada no estado. A Defensoria Pública do Rio de Janeiro informou, na manhã desta quarta-feira, que já passa de 130 o número de mortos após uma megaoperação das forças de segurança do Rio de Janeiro nos complexos da Penha e do Alemão.
Se confirmadas as novas mortes, o total pode ultrapassar 130 vítimas, transformando a operação em um dos episódios mais violentos da história recente do País.
O último balanço oficial do governo fluminense, divulgado na noite de terça-feira (28/10), indicava 64 mortes, sendo 60 suspeitos e quatro agentes de segurança.
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No entanto, segundo o secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, os corpos deixados na praça não constavam nos números oficiais.
A Polícia Civil deve realizar perícia para confirmar se essas vítimas têm relação direta com os confrontos.
De acordo com relatos de moradores, os corpos, todos de homens, foram encontrados na área de mata da Vacaria, região da Serra da Misericórdia, onde se concentraram os embates entre policiais e traficantes.
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A retirada foi feita com apoio de ativistas locais. Um deles, o comunicador e morador de favela Raull Santiago, classificou a cena como inédita.
Ao g1, Santiago afirmou que, em 36 anos de favela, nunca havia passado por nada parecido e considerou a ação “brutal”.
Os corpos foram levados à praça para facilitar o reconhecimento por familiares. Moradores deixaram as vítimas sem camisa, expondo tatuagens e cicatrizes para agilizar o processo. Muitos apresentavam ferimentos de bala e rostos desfigurados.
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O reconhecimento oficial é realizado desde as 8h no prédio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), ao lado do Instituto Médico-Legal (IML), no Centro do Rio.
O acesso ao local está restrito à Polícia Civil e ao Ministério Público Estadual, responsáveis pelos exames periciais. Outros procedimentos serão transferidos para o IML de Niterói.
Seis corpos também foram deixados em uma Kombi na entrada do Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. O veículo chegou em alta velocidade e deixou o local logo em seguida.
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A operação envolveu policiais civis, militares e federais, e foi deflagrada na terça-feira (28/10) para desarticular grupos criminosos ligados ao tráfico de drogas.
Durante os confrontos, moradores relataram tiros contínuos, helicópteros sobrevoando a região e bloqueios de acesso a comunidades.
A Defensoria Pública e o Ministério Público Estadual acompanham o caso e devem abrir investigações paralelas sobre o número de mortos e as circunstâncias das ações policiais.
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O número exato de vítimas ainda será confirmado pelas autoridades nas próximas horas.
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