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Cidade de São Paulo | Rubens Chaves/Folhapress
Nos últimos 20 anos, nossa cidade viu aumentar vertiginosamente a construção de imóveis residenciais verticais, que passaram de 767 mil unidades para 1,3 milhão – um crescimento de 80%, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos da Metrópole. Já o aumento das construções de moradias horizontais foi significativamente menor – de apenas 12% –, passando de 1,2 milhão, em 2000, para 1,3 milhão em 2020.
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O adensamento populacional em várias regiões da cidade, sem o devido cuidado do poder público e do setor privado em proporcionar investimentos em infraestrutura e na fiscalização mais atenta dos problemas que esse adensamento pode causar à própria população, tem gerado sérias consequências negativas.
Na era das cidades sustentáveis e da melhoria contínua da qualidade de vida nos grandes centros urbanos, estaremos fadados, caso essa equação não se resolva, a viver numa São Paulo que NÃO queremos!
Não queremos uma cidade onde não podemos enxergar o céu; Não queremos uma cidade cada vez menos verde e com calor em excesso; Não queremos uma cidade barulhenta, pouco inclusiva e a qual não conseguimos mais transitar - nem de carro, nem a pé ou de bicicleta.
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É preciso concretizar o sonho de construir uma São Paulo que aproveite melhor seus espaços verdes, que ofereça um sistema modal com menos poluição sonora e uma acessibilidade adequada. Que ataque de frente a questão da vulnerabilidade climática, com políticas efetivas para minimizar os efeitos das catástrofes naturais.Mercanismos e boas ideias há para isso. Inclusive, li recentemente no jornal uma entrevista com o renomado arquiteto Arthur Casas na qual ele defende que as incorporadoras deveriam trabalhar em conjunto com o poder público para melhorar as áreas onde seus empreendimentos são construídos, fazendo do arquiteto não um mero construtor, mas um colaborador para o bem-estar urbano.
Por parte do poder público, a prefeitura avançou, neste mês de fevereiro, na pauta da sustentabilidade, com a definição de iniciativas que serão tomadas este ano no âmbito da União das Cidades Capitais Ibero-americanas (UCCI), o qual São Paulo é membro. O município está desenvolvendo ações em parceria com outras cidades ibero-americanas nos seguintes temas: clima, a convite da rede Mercocidades; Agenda 2030 e ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), com Montevidéu e Quito; Arborização, juntamente com Bogotá e Havana; e empreendedorismo feminino, em parceria com Lisboa.
Já no âmbito estadual, está à espera da sanção do governador Tarcísio de Freitas um projeto de lei que visa acabar com a perturbação causada por sons, ruídos e vibrações, inclusive as provocadas por veículos, prevendo a criação de um portal para o recebimento das denúncias e fiscalização à cargo da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal. Para avançar rumo à São Paulo que queremos, esses e outros bons projetos e ideias precisam virar realidade, tornando-se os pilares que vão sustentar ações conjuntas visando o bem de todos.
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*Fernando de Sampaio Barros é publicitário, jornalista e presidente da AME Jardins, associação de moradores dos bairros dos jardins América, Europa, Paulista e Paulistano
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