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Cotidiano

PMs presentes em confronto que resultou na morte de torcedor estavam sem câmeras corporais

Torcedor do São Paulo que morreu neste domingo (24), após a final da Copa do Brasil no estádio do Morumbi, foi vítima de disparos de arma de fogo

Leonardo Sandre

27/09/2023 às 14:22  atualizado em 29/09/2023 às 14:47

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Rafael Garcia, de 32 anos, morreu após o título do São Paulo no Morumbi

Rafael Garcia, de 32 anos, morreu após o título do São Paulo no Morumbi | Arquivo Pessoal

Os policiais miliares responsável pela segurança no estádio do Morumbi, durante a decisão da Copa do Brasil, no último domingo (27), na Zona Sul de São Paulo, não estavam com câmeras corporais nos uniformes.

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Nesta quarta (27), a Ouvidoria das polícias afirmou que abriu sindicância sobre o caso do são-paulino morto durante confronto entre torcedores e a polícia, e solicitou o envio das imagens. Porém, de acordo com o g1, em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que os policiais da Cavalaria e do 2º Batalhão de Choque não são contemplados com o equipamento.

O investimento em novas câmeras foi congelado pela gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Implementado em agosto de 2020, o "Programa Olho Vivo" havia registrado um aumento gradual nos equipamentos entregues à Polícia Militar até o fim do ano passado, durante a gestão dos ex-governadores João Doria e Rodrigo Garcia (PSDB).

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No mês passado, o governo começou a distribuir o equipamento para os policiais que trabalham na fiscalização do trânsito. Naquele período, cerca de 400 câmeras das dez mil já existentes foram destinadas para o segundo batalhão, na região central, e para o primeiro, no Paraíso, na Zona Sul da Capital.

Na última semana, o governo do Estado conseguiu derrubar uma liminar que obrigava o uso das câmeras em 100% dos policiais que atuam na Operação Escudo, no litoral de SP. A ação havia sido movida no início do mês contra o governo de SP pela Defensoria, em parecia com a ONG Conecta Direito Humanos.

Na decisão, Ricardo Anafe, presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), argumentou que a determinação impedia que policiais que estivessem sem câmeras atuassem na operação.

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Atestado de óbito

O torcedor do São Paulo que morreu neste domingo (24), após a final da Copa do Brasil no estádio do Morumbi, foi vítima de disparos de arma de fogo. A informação consta no atestado de óbito da vítima, divulgado pela família na terça-feira (26).

A polícia investiga se 'bean bag', munição adotada pela PM, atingiu e matou Rafael Garcia, de 32 anos. Ele foi encontrado com um ferimento na cabeça durante confronto entre torcedores do clube paulista e a Polícia Militar, no final da tarde do domingo (24).

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Testemunhas afirmam que, durante a confusão, os polícias começaram a agredir os torcedores e não deixaram que fosse prestado socorro ao Rafael.

O caso foi registrado na Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) como promoção de tumulto e homicídio e é investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).

Rafael tinha deficiência auditiva e integrava a ala inclusiva "Surdos e Mudos tricolores" da torcida organizada Independente Tricolor. Ele foi enterrado nesta terça (26). O corpo do rapaz foi velado na terça (26), no Cemitério de Itapevi, na Grande SP, onde parentes e amigos prestam as últimas homenagens ao torcedor.

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Durante o velório, amigos e membros da Torcida Independente, do São Paulo, exibiram faixas pedindo investigação rigorosa do crime.

A mãe de Rafael, Vilma Custódio dos Santos, também diz que é preciso investigar quem foi o autor do disparo contra o filho dela.

“No atestado de óbito tá que meu filho foi assassinado. Por quê, se meu filho só queria se divertir? Não tinha outra torcida. Quem matou meu filho? Isso agora eu quero saber”, declarou Vilma.

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Na segunda (25), a Torcida Independente lamentou a morte e informou que todos os protocolos determinados pelas autoridades de segurança foram seguidos.

"Nesse momento, só expressamos o nosso pesar e condolências à família do Rafael."

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O que diz a polícia

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) disse que a Polícia Militar estabeleceu efetivo para garantir a segurança de torcedores, frequentadores e moradores da região do Morumbi, durante o jogo da final no último domingo (24), com apoio de batalhão e cavalaria.

Segundo a pasta, houve um tumulto provocado por torcedores que queriam invadir uma área restrita. E como foram impedidos de passar pelos PMs, os os torcedores começaram a jogar garrafas na direção dos policiais, além de pedras e fogos de artifício.

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*Assistente de redação, sob supervisão

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