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Trabalhadores da Volkswagen em São Bernardo do Campo,aprovaram na terça-feira (15) um acordo costurado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC | /DIVULGAÇÃO
Os trabalhadores da Volkswagen em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, aprovaram na terça-feira (15) um acordo costurado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e pelas demais entidades que visa reduzir custos trabalhistas e excedente de mão de obra em troca de garantia no emprego de cinco anos, até 2025, para os funcionários da unidade que permanecerem.
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As negociações tiveram início há três semanas, quando a Volks manifestou a intenção de demitir 35% da mão de obra no país – o que representa 5.200 dos 15 mil funcionários – devido ao impacto sobre o setor automotivo da pandemia do novo coronavírus. A unidade do ABC emprega 8,5 mil pessoas.
A proposta contempla a abertura de Programa de Demissão Voluntária (PDV) que prevê o pagamento 25 salários extras, além dos direitos previstos em lei, aos trabalhadores com até dez anos de casa que aderirem. O benefício aumenta de acordo com o tempo de serviço e chega a 35 salários para quem é funcionário do grupo há 30 anos ou mais. Essa condição terá prazo limitado para adesões. Para quem se inscrever em uma segunda fase, o benefício será reduzido em dez salários.
OUTRAS UNIDADES.
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Assembleias nas fábricas de automóveis em Taubaté (SP) e em São José dos Pinhais (PR) serão realizadas nos próximos dias. Na planta de motores em São Carlos (SP), a votação será realizada apenas na segunda-feira. A proposta é a mesma, mas com algumas especificidades.
A proposta estabelece ainda a possibilidade de uso do layoff até o limite de dez meses. A remuneração dos trabalhadores com contrato suspenso será de 82,5% do salário líquido.
No que se refere à data-base de 2020, a proposta prevê que a correção dos salários será convertida em abono de R$ 6 mil, a ser pago juntamente com a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também não será aplicado em 2021, até o limite de 3,5%, e 2022, até o limite acumulado nos dois anos de 5% – se a inflação for maior, a Volkswagen paga a diferença. A montadora só voltará a aplicar integralmente o INPC em 2024.
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O PLR, por sua vez, terá valor fixo de R$ 12.800 neste ano. De 2021 a 2024, o montante será o do ano anterior acrescido da variação anual do INPC. Caso o número de veículos produzidos nas quatro plantas exceda 580 mil unidades no ano, as partes se comprometeram a reavaliar as condições estabelecidas.
A Volkswagen não quis comentar o tema, pois aguarda as decisões das outras fábricas. O presidente da companhia, Pablo Di Si, afirmou recentemente que a empresa opera com elevada ociosidade, assim como todo o setor automotivo, e precisa cortar custos para garantir a viabilidade dos negócios no país.
Segundo o executivo, o grupo deixou de produzir neste ano 146 mil veículos em relação ao mesmo período de 2019. “É um número que equivale a uma fábrica inteira”, disse. De acordo com empresa, a ociosidade nas linhas de produção representa os empregos de um turno de trabalho em cada fábrica.
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O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, afirmou que a aprovação do acordo foi a melhor alternativa aos trabalhadores diante de um cenário econômico instável, sem políticas governamentais que estimulem a retomada da produção.
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