A+

A-

Alternar Contraste

Quinta, 18 Setembro 2025

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta

Cotidiano

Pressão que antes era considerada 'normal' vira sinal de alerta

Hipertensão é silenciosa, mas responde pela maioria dos infartos e AVC no Brasil

Yasmin Gomes

18/09/2025 às 20:45

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Uma nova diretriz validada por três sociedades médicas passa a classificar novos valores como pré-hipertensão

Uma nova diretriz validada por três sociedades médicas passa a classificar novos valores como pré-hipertensão | Freepik

A pressão arterial considerada de risco no Brasil mudou. Antes vistos como “normais limítrofes”, os valores entre 12 por 8 e 13,9 por 8,9 agora são motivos de atenção.

Continua depois da publicidade

Uma nova diretriz validada por três sociedades médicas passa a classificar estes valores como pré-hipertensão (120-139 mmHg sistólica e/ou 80-89 mmHg diastólica).

O documento foi divulgado nesta quinta-feira (18/9) no 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia. Ele foi elaborado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e pela Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH).

A hipertensão é silenciosa, mas responde pela maioria dos infartos e AVC no Brasil. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão, 27,9% dos adultos brasileiros convivem com a doença — e apenas um terço tem a pressão realmente controlada.

Continua depois da publicidade

Por que mudou?

O objetivo da reclassificação é reforçar a prevenção: nessa fase, sem que a hipertensão esteja totalmente instalada, os médicos devem recomendar mudanças no estilo de vida e, dependendo do risco do paciente, podem até receitar o uso de medicamentos.

A mudança vai ao encontro de novas diretrizes internacionais divulgadas no Congresso Europeu de Cardiologia, em 2024. À época, a pressão 12 por 8 passou a ser classificada como "pressão arterial elevada" nos padrões europeus.

Outra mudança foi na meta de tratamento. Até agora, aceitava-se que manter a pressão a partir de 14 por 9 (140/90 mmHg) era suficiente. A nova diretriz endurece a recomendação: o alvo passa a ser abaixo de 13 por 8 (<130/80 mmHg) para todos os hipertensos, independentemente da idade, sexo ou presença de outras doenças.

Continua depois da publicidade

Segundo os autores da nova diretriz, o limite mais baixo é fundamental para reduzir riscos de complicações como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal. Nos casos em que o paciente não tolera reduções tão intensas, a orientação é buscar o nível mais baixo possível dentro da segurança clínica.

Saúde feminina

Outro capítulo inédito do documento traz orientações voltadas à saúde feminina, reconhecendo que há fases de maior vulnerabilidade para a hipertensão. Sendo elas:

  • Anticoncepcionais: a diretriz recomenda medir a pressão antes da prescrição e monitorar regularmente durante o uso;
  • Gestação: medicamentos considerados seguros, como a metildopa e alguns bloqueadores de canais de cálcio (nifedipina de longa duração, amlodipina), devem ser priorizados em gestantes hipertensas;
  • Peri e pós-menopausa: fases em que a pressão tende a subir, exigindo acompanhamento mais próximo;
  • Histórico gestacional: mulheres que tiveram hipertensão na gravidez precisam de acompanhamento de longo prazo, já que esse histórico aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares no futuro.
TAGS :

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados