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Cotidiano

Quanto tempo leva uma viagem até Marte com a tecnologia atual?

Entenda os fatores que influenciam a duração da jornada interplanetária e o tempo médio de percurso com as naves de hoje

Thacio Mello

21/08/2025 às 16:30

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Com a tecnologia atual, uma missão a Marte dura entre sete e nove meses, dependendo da trajetória e das janelas de lançamento

Com a tecnologia atual, uma missão a Marte dura entre sete e nove meses, dependendo da trajetória e das janelas de lançamento | Divulgação/Nasa

A pergunta sobre quanto tempo levaria uma viagem da Terra até Marte com a tecnologia das naves atuais é uma das mais comuns quando se discute a exploração espacial. A resposta direta é que, em média, a jornada dura entre sete a nove meses.

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No entanto, esse tempo não é fixo e depende de uma complexa dança cósmica regida pela física orbital, eficiência de combustível e a tecnologia de propulsão disponível.

Este artigo explica os fatores que definem a duração dessa viagem, as trajetórias utilizadas e o que o futuro reserva para encurtar essa distância.

Fatores que determinam a duração da viagem a Marte

Diferente de uma viagem na Terra, ir para Marte não é uma questão de apontar a nave para o planeta e acelerar. Ambos os planetas estão em constante movimento, orbitando o Sol em velocidades e distâncias diferentes. A Terra completa sua órbita em 365 dias, enquanto Marte leva cerca de 687 dias.

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Por causa disso, a distância entre os dois planetas varia drasticamente, de aproximadamente 55 milhões de quilômetros em sua maior aproximação até mais de 400 milhões de quilômetros quando estão em lados opostos do Sol.

Lançar uma nave quando os planetas estão mais próximos não é a solução mais eficiente, pois a nave precisaria de uma quantidade imensa de combustível para frear e entrar na órbita marciana.

Por isso, as agências espaciais esperam por "janelas de lançamento", períodos ideais que ocorrem a cada 26 meses, quando o alinhamento planetário permite uma trajetória com o menor gasto de energia.

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Trajetória ideal: a transferência de Hohmann

Para otimizar o uso de combustível, as missões para Marte utilizam uma trajetória conhecida como Órbita de Transferência de Hohmann. Em vez de seguir uma linha reta, a espaçonave é lançada em uma órbita elíptica ao redor do Sol que a levará da órbita da Terra até a órbita de Marte. O processo funciona da seguinte forma:

  1. Lançamento e órbita terrestre: A nave é lançada da Terra e entra em uma órbita estável ao redor do nosso planeta.
  2. Impulso translunar: No momento preciso da janela de lançamento, os motores da nave são acionados em um impulso curto e potente. Isso acelera a nave o suficiente para que ela escape da gravidade da Terra e entre na trajetória elíptica em direção a Marte.
  3. Fase de cruzeiro: A maior parte da viagem ocorre com os motores desligados. A nave "flutua" pelo espaço, seguindo a trajetória elíptica e sendo guiada principalmente pela gravidade do Sol. Pequenas correções de curso podem ser feitas durante este período.
  4. Chegada e inserção orbital: Ao se aproximar de Marte, a nave aciona seus motores novamente, desta vez para desacelerar e ser capturada pela gravidade do planeta, entrando em sua órbita.

Essa manobra é a mais eficiente em termos de combustível, mas também uma das mais longas, resultando no tempo de viagem de vários meses.

Então, quanto tempo leva a viagem para Marte?

Considerando a trajetória de transferência de Hohmann e a tecnologia de propulsão química atual, a duração da viagem para Marte se manteve relativamente consistente ao longo das décadas de exploração espacial. A maioria das missões não tripuladas levou entre 200 e 300 dias para chegar ao Planeta Vermelho.

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  • Mars Reconnaissance Orbiter (NASA, 2005): Levou 210 dias (cerca de 7 meses).
  • ExoMars Trace Gas Orbiter (ESA/Roscosmos, 2016): Levou aproximadamente 212 dias (cerca de 7 meses).
  • Perseverance Rover (NASA, 2020): A viagem durou 203 dias (pouco menos de 7 meses).

Para uma missão tripulada, o tempo de viagem seria semelhante, pois a física orbital e as limitações de combustível são as mesmas.

O desafio adicional seria garantir a segurança e a saúde dos astronautas durante o longo período no espaço profundo, expostos à radiação e à microgravidade.

Futuro da propulsão: como podemos encurtar a jornada?

Reduzir o tempo de viagem para Marte é uma prioridade para futuras missões tripuladas, pois diminuiria a exposição dos astronautas aos perigos do espaço. Várias tecnologias de propulsão avançada estão em desenvolvimento para tornar as viagens interplanetárias mais rápidas.

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  • Propulsão Nuclear Térmica (NTP): Utiliza um reator nuclear para aquecer um propelente líquido (como hidrogênio) a temperaturas altíssimas, expelindo-o para gerar empuxo. Um motor NTP poderia ser duas vezes mais eficiente que os melhores motores químicos, potencialmente reduzindo a viagem a Marte para apenas três a quatro meses.
  • Propulsão Elétrica Solar (SEP): Usa painéis solares para gerar eletricidade, que por sua vez acelera íons para criar um empuxo baixo, mas contínuo. Embora não seja rápida o suficiente para missões tripuladas, é extremamente eficiente para o transporte de cargas, podendo preposicionar suprimentos em Marte.

Em resumo, uma viagem da Terra a Marte com a tecnologia atual leva em média de sete a nove meses. Essa duração é uma consequência direta das leis da mecânica orbital e da necessidade de usar trajetórias eficientes em termos de combustível, como a Órbita de Transferência de Hohmann.

Embora esse tempo seja viável para missões robóticas, o desenvolvimento de sistemas de propulsão mais avançados, como a propulsão nuclear, será fundamental para viabilizar missões humanas mais seguras e rápidas ao Planeta Vermelho no futuro.

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Cientistas anunciaram a descobertura de um exoplaneta orbitando a estrela Gliese 410, localizada na constelação de Leão.

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O estudo saiu neste mês na revista Astronomy & Astrophysics.

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