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Cotidiano

Rei Charles 3º quebra tradição de 500 anos e reza ao lado do papa

Monarca britânico e pontífice se uniram em cerimônia ecumênica na Capela Sistina e defenderam unidade cristã e proteção do meio ambiente

Maria Eduarda Guimarães

23/10/2025 às 20:20

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Encontro entre Charles 3º e Leão 14 ocorre em um momento delicado para o rei britânico

Encontro entre Charles 3º e Leão 14 ocorre em um momento delicado para o rei britânico | Angelo Carconi/EFE/EFA/Folhapress

Em um gesto sem precedentes nos últimos cinco séculos, o rei Charles 3º participou nesta quinta-feira (23/10) de uma oração conjunta com o papa Leão 14 no Vaticano.

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O encontro, realizado na Capela Sistina, marca a primeira vez desde o cisma anglicano que um monarca britânico, chefe supremo da Igreja Anglicana, reza lado a lado com o líder da Igreja Católica.

O rei, acompanhado da rainha Camilla, chegou ao Vaticano no início da manhã, no horário de Brasília, para o que tanto o Palácio de Buckingham quanto a Santa Sé classificaram como um “momento histórico nas relações entre anglicanos e católicos”.

Segundo comunicado do Vaticano, o encontro teve dois temas centrais: a unidade cristã e o cuidado com o meio ambiente, uma causa de longa data defendida por Charles.

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Durante a cerimônia ecumênica, os corais das capelas Sistina e de São Jorge, de Windsor, cantaram juntos, simbolizando o esforço de reconciliação entre as duas tradições cristãs separadas desde 1534, quando o rei Henrique 8º rompeu com Roma e criou a Igreja da Inglaterra.

“É um evento histórico”, afirmou William Gibson, professor de História Eclesiástica da Universidade Oxford Brookes, à agência AFP. “De 1536 a 1914, não houve relações diplomáticas oficiais entre o Reino Unido e a Santa Sé.”

A visita também teve um caráter diplomático e simbólico. Charles 3º foi agraciado com o título de “Confrade Real” na Basílica de São Paulo Extramuros, igreja que mantém laços tradicionais com o anglicanismo, enquanto o papa Leão 14 recebeu o título de “Confrade Papal da Capela de São Jorge”, no Castelo de Windsor.

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O monarca ainda inaugurou um assento cerimonial que permanecerá na basílica para uso de futuros soberanos britânicos.

A Santa Sé destacou que a cerimônia, além do simbolismo religioso, celebra um novo capítulo de cooperação entre o Vaticano e a monarquia britânica.

Desde 1961, quando a rainha Elizabeth 2ªvis itou o papa João 23, as relações entre as duas igrejas têm se tornado gradualmente mais amistosas, embora continuem divergindo em temas como a ordenação de mulheres sacerdotes.

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O encontro entre Charles 3º e Leão 14 ocorre em um momento delicado para o rei britânico, que ainda enfrenta os desdobramentos do escândalo envolvendo seu irmão, o príncipe Andrew, citado nas memórias póstumas de Virginia Giuffre, uma das vítimas do criminoso sexual Jeffrey Epstein. Pressionado, Andrew renunciou ao título de duque de York após a publicação do livro.

A viagem também coincide com o tratamento médico de Charles, de 76 anos, diagnosticado com câncer no início de 2024. O monarca, no entanto, tem mantido agenda ativa e pretende reforçar o papel da família real em iniciativas globais de diálogo e sustentabilidade.

Durante a visita, o rei e o papa celebraram juntos o Ano do Jubileu, ou Ano Santo da Igreja Católica, que acontece a cada 25 anos e atrai milhões de peregrinos a Roma.

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O gesto, segundo observadores, consolida o esforço de Charles 3º em atuar como um líder espiritual voltado ao diálogo inter-religioso e à construção de pontes entre as tradições cristãs.

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