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Sistema Cantareira opera com 35,7% da capacidade, o Alto Tietê com 30,3% e o Rio Claro com apenas 22,7%, o que acendeu o alerta das autoridades | Divulgação
O Governo de São Paulo anunciou nesta segunda-feira (25/8) um conjunto de medidas emergenciais para garantir a segurança hídrica em São Paulo, devido à queda nos níveis dos reservatórios de água na Grande São Paulo.
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De acordo com dados recentes, o Sistema Cantareira opera com 35,7% da capacidade, o Alto Tietê com 30,3% e o Rio Claro com apenas 22,7%, o que acendeu o alerta das autoridades.
Os níveis atingiram o menor patamar desde a crise de 2014-2015. Em 2020, foi a primeira vez que o Sistema Cantareira registrou seu menor nível desde a crise, patamar que volta a se repetir neste ano.
Além da capital paulista, o reservatório Rio Grande, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, registrou em 8 de agosto seu menor nível de água em 23 anos, o mais baixo desde o início das medições, em 2000.
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A especialista em infraestrutura sustentável e recursos hídricos Sibylle Muller, CEO da NeoAcqua, as mudanças climáticas estão diretamente relacionadas ao cenário atual.
“As mudanças climáticas tornaram o regime de chuvas mais instável, com estiagens prolongadas e tempestades concentradas. Essa imprevisibilidade pressiona os reservatórios e torna a gestão hídrica muito mais complexa do que há dez anos”, afirma.
O governo destaca que obras como o Sistema São Lourenço e a transposição Jaguari-Atibainha trouxeram melhorias desde 2014, mas a especialista alerta que a vulnerabilidade persiste.
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“O cenário atual não é idêntico ao de 2014–2015. Hoje temos novas obras e maior interligação entre sistemas, mas a vulnerabilidade permanece. Ainda dependemos fortemente da chuva e enfrentamos grandes desafios em perdas de água e universalização do saneamento”, explica.
Segundo ela, a infraestrutura hídrica precisa de reforços adicionais. “Precisamos ampliar a utilização de sistemas de reúso, fortalecer a proteção de mananciais e investir na modernização da infraestrutura para evitar riscos futuros.”
Entre as soluções defendidas pela especialista está a implantação de medidas sustentáveis.
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“A segurança hídrica depende da integração entre infraestrutura verde, como reflorestamento de bacias, proteção de áreas de recarga e drenagem natural, e infraestrutura cinza, que envolve estações de tratamento, adutoras e redes de distribuição.”
A possibilidade de racionamento, segundo a especialista, não está descartada. “O risco sempre existe quando os reservatórios atingem níveis críticos. Hoje temos mais instrumentos para adiar o racionamento, mas se a estiagem for prolongada e a gestão não for coordenada, ele volta a ser uma possibilidade concreta.”
Entre as ações do Governo está a implementação da gestão de demanda noturna, autorizada pela Agência Reguladora de Serviços Públicos de São Paulo (Arsesp), que permitirá à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) reduzir a pressão da rede durante oito horas na madrugada.
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O estado já colocou em fase final de aprovação o Protocolo de Escassez Hídrica, que define estágios de atenção, criticidade e emergência conforme a queda do volume útil dos reservatórios.
Além das medidas técnicas, o Governo anunciou que lançará uma campanha de conscientização da população ainda nesta semana, com dicas para redução do consumo de água, como o uso de máquinas de lavar com carga completa, chuveiros mais eficientes e a contenção de vazamentos.
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