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Estudantes fazem ato no restaurante central da UFRJ nesta quarta | Jehfrey Silva
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma das mais tradicionais do País, encerrou nesta quarta-feira (14) as atividades de dois dos seus três restaurantes universitários localizados no campi principal, na Ilha do Fundão. Com a medida, alunos relatam dificuldades para suas realizar refeições e iniciaram uma mobilização reivindicando a normalização do serviço.
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A crise orçamentária das universidades federais pelo País teve início após bloqueio pela gestão Jair Bolsonaro (PL) tem deixado reitorias sem recursos para serviços essenciais. Na UFRJ, o corte chega a mais de R$ 15 milhões do orçamento. Além dos R$ 9,4 milhões já bloqueados, o governo federal avançou em despesas que já haviam sido empenhadas, deixando as contas no negativo.
O que diz a universidade
A Gazeta procurou a UFRJ para comentar o caso e recebeu uma nota sobre o fechamento de parte dos seis restaurantes universitários da instituição.
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"A partir de 14/12/2022, somente teremos condições de garantir funcionamento do RU Central". A nota explica que a medida ocorre pelo fato de as empresas terceirizadas, que operam os restaurantes, não estão recebendo os valores acordados em contrato, devido à falta de verbas por parte da instituição.
"Em decorrência do forte impacto pela falta de repasse financeiro do governo federal, infelizmente teremos de mudar a estratégia de funcionamento dos Restaurantes Universitários (RU). A empresa contratada está com dificuldades para a manutenção integral do contrato, o que torna insustentável no momento o funcionamento dos restaurantes satélites localizados na cidade do Rio de Janeiro.", continua a nota da reitoria publicada nesta quarta.
A Reportagem apurou que os estudantes estão enfrentando dificuldades para realizar refeições no único restaurante em atividade no campus. A informação que circula no local é a de que não há comida para todos e que somente os alunos que realmente necessitem se alimentar na universidade retirem as "quentinhas" que estão sendo oferecidas como solução paliativa nesta crise.
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Estudantes se mobilizam pela normalização das atividades
A situação dos RUs afeta não somente os alunos, mas também os funcionários das empresas terceirizadas, que nesta quarta se uniram aos discentes em uma mobilização pela volta dos repasses do governo federal à universidade, a fim de normalizar o pagamento dos salários atrasados.
Vitória, estudante do curso de Letras e moradora de uma república que fica no campus, afirma que a situação dos trabalhadores dos restaurantes universitários é crítica. "Os funcionários terceirizados estão sendo submetidos a trabalhar de graça e não têm dinheiro para colocar comida na mesa para seus familiares.", diz.
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A universitária afirma que se sensibiliza com a situação dos trabalhadores porque também está com sua bolsa de estudos atrasada. "A gente está se solidarizando justamente porque eu particularmente sou bolsista, recebo essa bolsa da UFRJ e ela é muito importante para eu me manter na universidade e eu me vejo nessa situação de não ter uma perspectiva sobre o que vai acontecer.", emenda a estudante de 22 anos.
Em um ato organizado nesta quarta, o Diretório Central dos Estudantes da UFRJ tem convocado os universitários do campus a apoiarem os trabalhadores. "Estamos com caixas de som informando os estudantes sobre o que está acontecendo... Estamos na posição de apoiar [os funcionários terceirizados] pra que a gente consiga fazer esse processo em unidade", afirma Lucas Peruzzi, 26, Coordenador Geral do DCE, e estudante do curso de Química Industrial.
Estudantes fazem ato em frente a uma das unidades do restaurante universitários da UFRJ. Fonte: Jehfrey Silva
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Para apoiar os funcionários dos RU's os estudantes que precisaram se alimentar na única das unidades que ainda está oferecendo refeições preferiam retirar marmitas, como conta Jehfrey Silva, 26, estudante de Educação Física. Ele filmou o ato organizando pelos discentes.
A Gazeta procurou o Ministério da Educação para comentar o caso e aguarda resposta.
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