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Empresário, Nunes entrou para política como vereador paulistano, em 2012, eleito com 30,7 mil votos, e foi reeleito em 2016 com 54,6 mil | Divulgação/Governo de SP
O padre Júlio Lancellotti e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), tiveram um longo e emotivo encontro na tarde da última segunda-feira (29) em que procuraram aparar arestas sobre o tratamento à população de rua.
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Nunes chegou a chorar, no momento em que disse sofrer críticas pessoais sobre o tema e afirmou que se sente incompreendido.
Participaram também da reunião o cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, e os secretários Carlos Bezerra Jr. (Assistência Social) e Soninha Francine (Direitos Humanos), além de Edson Ortega, secretário-executivo de Governo.
No encontro, segundo relatos, Nunes chorou bastante ao comentar críticas que considera pessoais que são feitas pelo padre Júlio nas redes sociais. Ele disse compreender divergências políticas, mas afirmou que sofre quando é chamado de cruel ou higienista, e que recebe questionamentos na rua a respeito do que diz o pároco.
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O emedebista ainda perguntou ao religioso se ele considera mesmo tudo que a gestão municipal faz equivocado em relação à população de rua e pediu ajuda do religioso nas ações de sua administração.
Segundo o padre Júlio, a conversa teve como tema principal o cumprimento do decreto 59.246/20, que trata da relação do poder municipal com os moradores de rua.
"Pedimos que o decreto seja respeitado e que haja uma integração entre as secretarias. Quando a gente fala para o pessoal da assistência social sobre a truculência da GCM [Guarda Civil Municipal], eles dizem que não têm responsabilidade. Mas a prefeitura é uma só", declarou.
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O decreto tem regras de zeladoria e protocolos para lidar com as pessoas que vivem nas ruas. Não se pode remover documentos e medicamentos, por exemplo, nem usar força injustificada.
Os religiosos reforçaram também posições já manifestadas anteriormente, como as ressalvas à retirada forçada de barracas durante o dia pela prefeitura.
O padre Júlio, especialmente, tem sido crítico dessa remoção e também do gradeamento da praça da Sé. Ele é visto frequentemente na companhia do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), que deve ser o principal opositor de Nunes na eleição do ano que vem.
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"Reafirmei ao prefeito que essa situação não muda enquanto as pessoas não tiverem alternativa que não seja viver nas ruas", declarou. Segundo o religioso a reunião foi produtiva e ajudou a desobstruir canais com Nunes.
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