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Arte de Jonato convida o espectador a buscar e criar significados próprios | Isabela Alves
Quem nunca olhou para o céu, viu uma nuvem e imaginou um rosto ou uma figura familiar? Ou então olhou para uma rocha, árvore ou mancha e enxergou aquilo de um jeito único? Esse fenômeno psicológico em que o cérebro reconhece padrões ou formas é chamado de pareidolia.
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O artista visual Jonatas Rodrigues dos Santos, sob o nome artístico de Jonato, chama a atenção por criar grafites com a temática.
Morador do Grajaú, extremo-sul de São Paulo, ele começou a se interessar por traços e formas para encontrar um estilo autêntico para sua arte.
Sua arte, figurativa e abstrata, mistura rostos que se fundem em corpos, rodeados por cores vibrantes. Neste mês, ele foi um dos artistas selecionados para participar do Mês do Hip-Hop, evento promovido pela Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa de São Paulo. A capital está entre as 11 melhores cidades com arte de rua no mundo. Conheça todas.
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“Esse trabalho é a forma como tenho pintado recentemente. É a vontade de valorizar o traço, o desenho, para além da pintura. Você sempre olha pro seu semelhante no rosto, então é mais fácil identificar essa forma nas coisas”, explica o artista.
A pareidolia é uma condição que a maioria das pessoas experimenta em algum momento da vida. Um artigo publicado na revista Greater Good: The Science of a Meaningful Life, em 2023, apontou que pessoas com muita criatividade ou imaginação podem ter maior predisposição para enxergar formas em objetos aleatórios.
É válido ressaltar que a pareidolia não é considerada um transtorno mental ou distúrbio, mas sim uma característica inerente ao funcionamento do cérebro humano. “Não quer dizer que você é louco. Assim como um tigre se reconhece outro tigre, ou um macaco reconhece outro da mesma espécie, os seres humanos também conseguem enxergar seu semelhante”, afirma Jonato.
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O artista se inspira no movimento surrealista, sendo que o pintor espanhol Salvador Dalí é uma de suas referências. Ele também investe em fazer seus grafites com performances musicais, em que a música e a batida influenciam no traço e no resultado final da obra.
“Nessa pesquisa, existe a possibilidade de explorar muita coisa. Quero experimentar mais e deixar com que o espectador participe desse olhar da pareidolia, já que não é todo mundo que a enxerga claramente”, conclui.
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