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								Movimento amplia a disputa estratégica com os Estados Unidos em meio ao impasse diplomático entre Vladimir Putin e Donald Trump | Kremlin/Fotos Públicas
A Rússia lançou neste fim de semana o primeiro submarino nuclear da nova geração projetado para operar o temido drone subaquático Poseidon, conhecido no Ocidente como o “torpedo do Juízo Final”. O movimento amplia a disputa estratégica com os Estados Unidos em meio ao impasse diplomático entre Vladimir Putin e Donald Trump.
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A cerimônia, realizada no sábado (1º/11) no estaleiro Sevmash, em Severodvinsk, base naval no Ártico, teve a participação do ministro da Defesa, Andrei Belousov, e do comandante da Marinha russa, Aleksandr Moiseev, que celebrou a ocasião estourando uma garrafa de espumante sobre o casco da embarcação, batizada de Khabarovsk.
O lançamento não anunciado previamente marcou a conclusão de um projeto envolto em sigilo desde 2014.
O Khabarovsk é um submarino de cerca de 113 metros de comprimento e deslocamento estimado de 10 mil toneladas, inaugurando uma nova classe de navios russos que futuramente deve ter quatro unidades.
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Além do Poseidon, o modelo é capaz de transportar torpedos convencionais e mísseis de cruzeiro. Sua base operacional será em Kamtchaka, no Pacífico.
O evento ocorreu apenas três dias após Putin afirmar que a Rússia havia concluído com sucesso novos testes do Poseidon, uma das “armas invencíveis” apresentadas pelo Kremlin em 2018.
Uma semana antes, o presidente já havia anunciado um teste bem-sucedido do míssil de cruzeiro Burevestnik, outro projeto de propulsão nuclear. Ambos utilizam reatores miniaturizados, o que lhes garante autonomia praticamente ilimitada.
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O avanço russo ocorre em um momento de atrito crescente com Washington. Trump, que enfrenta críticas pelo fracasso em intermediar um acordo de paz na guerra da Ucrânia, impôs recentemente novas sanções contra petroleiras russas. Em resposta, o Kremlin parece intensificar sua demonstração de força nuclear.
Apesar do impacto simbólico, analistas militares ainda questionam a real viabilidade técnica e a utilidade estratégica dessas armas.
O Poseidon é um drone subaquático de 24 metros capaz de transportar uma ogiva nuclear cuja potência, segundo fontes russas, varia de 2 a até 100 megatons, o dobro da bomba mais poderosa já testada na história.
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O Khabarovsk é o primeiro submarino desenhado especificamente para essa função. Até agora, os testes do Poseidon vinham sendo conduzidos a partir do Belgorod, um submarino da era soviética profundamente modificado para experimentos.
“É um evento muito significativo para nós”, declarou Belousov durante a cerimônia.
A parte traseira da embarcação, onde fica o sistema de propulsão a hidrojato, mais silencioso e eficiente, foi parcialmente exibida. O submarino passará agora por uma longa fase de testes no mar, que pode durar de um a três anos.
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A nova embarcação ocupa uma posição intermediária na frota russa, entre os submarinos de ataque tático e os estratégicos lançadores de mísseis balísticos. O gesto de Moscou, somado ao rápido avanço do arsenal chinês, provocou reação imediata em Washington.
Na quinta-feira (30/10), pouco antes de se reunir com o líder chinês Xi Jinping em Busan, na Coreia do Sul, Trump anunciou em suas redes sociais que pretende retomar testes com armas nucleares, uma promessa de “empatar o jogo” com Rússia e China.
O republicano não esclareceu se isso significaria o rompimento da moratória que proíbe explosões subterrâneas de ogivas, vigente desde 1992 nos Estados Unidos. Questionado no dia seguinte, limitou-se a dizer: “Vocês vão ver”.
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Há expectativa de que o governo americano realize, nos próximos dias, um teste com o míssil Minuteman-3, peça central do arsenal nuclear terrestre dos EUA.
Áreas próximas ao campo de provas nas Ilhas Marshall, no Pacífico, foram isoladas para os dias 5 e 6, prática comum antes de lançamentos experimentais.
Especialistas em desarmamento alertam que uma escalada desse tipo pode desencadear um efeito dominó.
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Moscou já avisou que responderá com novos testes caso Washington retome explosões nucleares, o que, segundo analistas, colocaria em risco décadas de esforços internacionais para conter a proliferação de armas atômicas.
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