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Homem morreu após ser espancado por seguranças do supermercado no dia 19 de novembro
11/12/2020 às 12:09 atualizado em 11/12/2020 às 12:13
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João Alberto foi espancando até a morte nas dependências do Carrefour, em Porto Alegre, no dia 19 de novembro | RS
Nesta sexta-feira, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou seis pessoas por homicídio triplamente qualificado no caso João Alberto Silveira Freitas, homem negro que foi morto após ser espancado por dois seguranças em um supermercado em Porto Alegre. Mesmo com alegação da família da vítima, a polícia não indiciou ninguém por racismo.
Foram indiciados Giovane Gaspar da Silva (segurança autor da agressão), Magno Braz Borges (segurança autor da agressão), Adriana Alves Dutra (funcionária que tentou impedir a gravação), Paulo Francisco da Silva (funcionário da empresa de segurança Vector que impediu acesso da esposa à vítima), Kleiton Silva Santos (funcionário do mercado que auxiliou na imobilização da vítima) e; Rafael Rezende (funcionário do mercado que auxiliou na imobilização da vítima).
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De acordo com a polícia, houve exagero nas agressões impostas à vítima. Para a corporação, é resultado da fragilidade socioeconômica da vítima. "Nós fizemos uma análise conjuntural de todos os aspectos probatórios e doutrinários e concluímos, portanto, que o racismo estrutural que são aquelas concepções arraigadas na sociedade foram sim, fundamentais, no determinar da conduta dessas pessoas naquele caso. Sejam elas, de que cor forem, já que entre os seis, existiam também pessoas negras, e portanto, tiveram também, a mesma forma de comportamento. Ou seja, arraigado dentro do seu íntimo, concepções já antigas de discriminação por conta, não só, da sua cor de pele, da cor de pele da vítima, no caso. Mas também pela sua condição socioeconômica. Nós entendemos que, uma outra pessoa estando naquele momento, naquele lugar, poderia ter uma tratamento diferenciado", afirmou a delegada Roberta Bertoldo.
Os depoimentos mostraram que houve uma indiferença dos funcionários vinculados ao Carrefour e à empresa de segurança Vector quanto às ações realizadas contra a vítima, segundo o inquérito.
Para a polícia, todos os indiciados contribuíram para a morte de João Alberto Silveira Freitas. "A vítima não apresentava sinais vitais, Giovane, Magno, Adriana e Paulo se mantiveram inertes, mesmo tendo uma unidade hospitalar próxima, ou seja, distante apenas 1,2 km, ou a três minutos dali. E, mesmo assim, aguardou-se equipe do Samu que chegou ao local 14 minutos após ser cientificada", diz o inquérito.
Prisões
Os seguranças Giovane Gaspar da Silva e Magno Borges Braz estão presos desde o dia do crime. A agente de fiscalização do mercado, Adriana Alves Dutra, também foi presa. Ela acompanhou a ação dos seguranças.
A morte de João Alberto foi causada por asfixia, segundo o inquérito. "Neste caso, o tempo que o laudo levou foi devido sua grande complexidade. Trabalharam três legistas, patologistas, peritos. O trabalho foi de alta complexidade. Análise do local do crime, análise da vítima, do corpo, na necropsia. Exames complementares e protocolares", explicou a diretora do Instituto Geral de Perícias, Heloisa Helena Kuser.
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