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Unidade Anhangabaú da Vila Reencontro | Paulo Guereta/Secom
Sob denúncias de aumento de ações para retirar barracas e objetos pessoais de pessoas em situação de rua, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) inaugurou nesta quinta-feira a segunda unidade da Vila Reencontro, na região do Vale do Anhangabaú, no centro da Capital. O local é destinado a famílias sem-teto e tem capacidade para abrigar até 160 pessoas.
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O programa foi criado para dar moradias provisórias mais humanizadas para as pessoas em situação de rua da cidade e já tem uma unidade em funcionamento no Canindé, zona norte da Capital.
"Hoje é um dia muito importante para a nossa cidade, para as pessoas em situação de rua e para o nosso trabalho de acolhimento a esse público. Esta é a segunda Vila Reencontro que inauguramos e a próxima será no bairro do Pari", disse Nunes durante inauguração da Vila Reencontro - Anhangabaú.
O terreno da unidade Anhangabaú tem mais de 1.900 m² e está situado na Ladeira da Memória. Nele foram instaladas, ao todo, 49 unidades modulares. Nove serão utilizadas para funções administrativas como sala de atendimento, espaço multiuso e brinquedoteca. As outras 40 unidades são para moradia, que comportam até quatro pessoas.
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As unidades, de 18 m², estão equipadas com banheiros e pias. São mobiliadas com camas de casal ou beliches e berços, geladeiras, fogões com duas bocas e guarda-roupas. As áreas comuns são compostas por lavanderia, brinquedoteca, playground, duas salas administrativas e uma sala para atendimentos sociais. Diariamente, são servidos aos seus ocupantes café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar.
A administração municipal investiu R$ 3,4 milhões em sua instalação. A gestão do serviço está a cargo da Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI).
Críticas
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A inauguração da nova unidade da Vila Reencontro ocorreu em um momento de aumento de críticas de como a prefeitura vem lidado com a situação das pessoas em situação de rua na Capital.
Nesta quinta-feira, o padre Júlio Lancellotti e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) entraram com uma ação popular na Justiça com um pedido de suspensão imediata do recolhimento de objetos pessoais e de barracas da população em situação de rua na cidade de São Paulo.
O texto da ação diz que há uma “evidente falta de vagas” para quem vive nesta situação e que, apesar disso, a gestão Nunes está aumentando ações de recolhimento de objetos pessoais dessa população.
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“A prefeitura vem colocando em prática ações de zeladoria nas quais tem removido não apenas lixo ou entulho, mas sobretudo pertences pessoais e as barracas desmontáveis, tipo barracas de camping ou esportivas, ou outras formas de abrigos provisórias que as pessoas em situação de rua venham a estabelecer, que são utilizadas como último abrigo e refúgio para quem tem de passar as noites dormindo nas ruas da cidade", diz um trecho da ação.
A iniciativa surge após a Administração ter intensificado no último sábado (11) ações de retirada de objetos de pessoas em situação de rua nas vias do município. O novo subprefeito da Sé, coronel Batista Camilo, prometeu inclusive usar "munição química" para retirar os pertences da população em situação de rua.
“A ideia é trabalhar com inteligência [com a questão da população de rua] para evitar que chegue ao ponto de ocupar o território. Vai chegar o momento que vai precisar usar munição química? Vai”, disse Camilo, em entrevista ao portal “Metrópoles”, no início de fevereiro.
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A ação também proposta por Padre Júlio e Boulos é assinada por outras lideranças, como Anderson Lopes Miranda, do Movimento Nacional da População de Rua, a assistente social Marcia Terlizzi, Alderon Pereira da Costa, do Fórum da Cidade em Defesa da População em Situação de Rua, e Roseli Kramer Esquillaro, do Movimento Nacional de Luta e Defesa da População em Situação de Rua.
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