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Projeto foi financiado a partir de emenda parlamentar do vereador Eduardo Suplicy (PT) | /Divulgação/Instagram
A partir de janeiro de 2020, a capital paulista vai mapear quantos são e como vivem as pessoas trans da cidade, iniciativa inédita no Brasil.
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O projeto está sob o guarda-chuva da Secretaria Municipal de Direitos Humanos da gestão Bruno Covas (PSDB), e foi financiado a partir de emenda parlamentar do vereador Eduardo Suplicy (PT), no valor de R$ 266 mil. Há perspectiva de complementação de recurso.
O valor será usado na contratação de ao menos 30 pesquisadores - metade deles trans -, que farão entrevistas com a população T (travestis e homens e mulheres trans) de todas as classes socioeconômicas ao longo do primeiro semestre de 2020.
O Cedec (Centro de Estudos de Cultura Contemporânea) é o instituto de pesquisa contratado para elaborar o levantamento. "Já fizemos entrevistas-piloto com 20 trans. Estamos analisando agora a melhor forma de abordagem", diz a socióloga Cecilia Rodrigues.
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O projeto paulistano baseia-se em uma experiência uruguaia. Em 2016, o país vizinho contou 853 pessoas trans no seu censo para pessoas T, das quais 90% eram mulheres e viviam da prostituição.
Em São Paulo, com 12,2 milhões de habitantes (população três vezes e meia maior do que a do Uruguai), a expectativa é localizar ao menos 3.000 pessoas transgênero.
Mas com uma diferença, diz o sociólogo Gustavo Venturi, coordenador-geral da pesquisa. "Na cidade de São Paulo, faremos um levantamento e não um censo". Venturi explica que o Uruguai já possuía um banco de dados prévio, que deu respaldo ao censo trans. Por aqui, só existem estimativas sobre esse público. A maioria das estatísticas brasileiras no tema são fornecidas por entidades. Segundo a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), a expectativa de vida de uma pessoa trans no Brasil é de 35 anos. Em 2018, 163 pessoas trans - a maioria, de travestis -, foram assassinadas. A estimativa da Antra é que 1,9% dos brasileiros e das brasileiras sejam trans.
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