Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Brasileiro criou forma de ajudar outras pessoas no diagnóstico | Freepik
Identificar transtornos como autismo (TEA) e TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade) ainda é um desafio no Brasil. O processo, que pode levar anos e custar milhares de reais, acaba atrasando intervenções essenciais.
Continua depois da publicidade
Mas uma inovação promete mudar esse cenário: a Braine, startup criada pelo mineiro Gabriel Cirino, doutorando da USP, consegue reduzir o tempo de diagnóstico para poucas semanas, com baixo custo e acessível até em cidades distantes.
Gabriel Cirino nasceu em Três Marias, Minas Gerais, estudou em escola pública e sempre se destacou pela inteligência.
Mas, apesar do talento, enfrentou desafios: demorou 15 anos para concluir a graduação em Publicidade, perdeu bolsas de estudo e empregos, e só mais tarde descobriu que era neurodivergente, com TDAH e TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada).
Continua depois da publicidade
O diagnóstico transformou sua vida. Com acompanhamento médico e tratamento adequado, ele concluiu o mestrado em tempo recorde, ingressou no doutorado e lançou o livro Fronteiras da Neurodiversidade.
Essa virada pessoal o inspirou a ajudar outras pessoas a não enfrentarem a mesma demora e sofrimento que ele viveu.
Assim nasceu a Braine, uma startup que busca democratizar o acesso ao diagnóstico de autismo e TDAH. Mais do que uma empresa, Gabriel define o projeto como um movimento pela inclusão e valorização da neurodiversidade.
Continua depois da publicidade
No Brasil, o processo para identificar TEA e TDAH pode ultrapassar um ano e custar entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. A Braine surgiu para simplificar esse caminho. Sua tecnologia usa inteligência algorítmica baseada nos padrões ouro da neuropsicologia, adaptada à realidade brasileira.
Com isso, o tempo de espera é reduzido de anos para poucas semanas, sem perder a precisão. A ferramenta gera relatórios completos que apoiam médicos e psicólogos, liberando-os para focar no cuidado e nas intervenções, em vez de longas entrevistas.
Além da agilidade, a plataforma permite que familiares e pacientes respondam às avaliações diretamente pelo celular. Isso padroniza o processo, garante acessibilidade e leva o diagnóstico até regiões que antes estavam excluídas desse tipo de atendimento.
Continua depois da publicidade
Um dos diferenciais da Braine é sua integração com sistemas como gov.br e plataformas municipais. Isso abre espaço para criar Planos Educacionais Individuais (PEI) em escolas e facilitar políticas públicas voltadas a crianças neurodivergentes.
Atualmente, a startup negocia pilotos com prefeituras e planos de saúde, oferecendo a solução de forma gratuita para validar sua eficácia em pequenos grupos. O objetivo é expandir para psicólogos, governos e famílias em todo o Brasil.
Para que esse crescimento aconteça, Gabriel busca investidores e estabilidade para sua equipe. A visão de futuro é clara: democratizar o acesso ao diagnóstico de neurodivergências, reduzir custos para a saúde pública e privada, e mudar a vida de milhares de pessoas.
Continua depois da publicidade
Gabriel destaca que muitas tecnologias de apoio ao diagnóstico são eurocentradas e pouco adaptadas à realidade latino-americana. A Braine quer romper esse padrão, criando ferramentas que considerem a diversidade genética, cultural e emocional da população local.
Parte de seu doutorado será realizado na Espanha, onde ele pretende aprimorar a tecnologia para atender não só brasileiros, mas também outras populações ibero-latinas. O objetivo é tornar a Braine uma referência global, nascida com identidade brasileira.
Mais do que uma startup, a iniciativa se coloca como um movimento pela inclusão da neurodiversidade. Como o próprio Gabriel diz, o tratamento fez dele um “foguete”. E agora, com a Braine, ele pretende levar junto milhões de pessoas que ainda aguardam um diagnóstico transformador.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade