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Cotidiano

Sul-americana passa por cirurgia inédita contra depressão: 'renascimento'

Colombiana vivia com crises de ansiedade e episódios depressivos há mais de duas décadas

Bruno Hoffmann

14/08/2025 às 12:06  atualizado em 14/08/2025 às 12:07

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Lorena Rodríguez é a primeira no mundo a passar por cirurgia inédita para depressão

Lorena Rodríguez é a primeira no mundo a passar por cirurgia inédita para depressão | Arquivo pessoal

A colombiana Lorena Rodríguez, de 34 anos, se tornou a primeira pessoa no mundo a passar por uma cirurgia de estimulação cerebral profunda com quatro eletrodos para reverter a depressão resistente. Ela vivia com crises de ansiedade e episódios depressivos há mais de duas décadas.

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O procedimento foi realizado em abril, em Bogotá, pelo neurocirurgião colombiano William Contreras.

Em entrevista ao portal g1, a administradora de empresas disse que os sinais se iniciaram na adolescência: “sentia tristeza, vazio e uma ansiedade que não passava”. Também relatou que não conseguia se sentir presente mesmo em momentos que deveriam ser felizes.

Com o tempo, tarefas aparentemente simples passaram a ser difíceis, como levantar da cama. Enxaquecas também se tornaram comuns.

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O diagnóstico foi de transtorno misto de ansiedade e depressão, resistente a terapias convencionais

Tratamentos insuficientes

Entre os tratamentos seguidos estiveram cinco tipos de antidepressivos, ansiolíticos e estabilizadores de humor. Ela também passou por psicoterapias diversas, meditação, medicina funcional, mudanças de país e práticas espirituais. Alguns métodos trouxeram alívio temporário, mas a melhora sempre era insuficiente e não se sustentava.

Segundo o neurocirurgião William Contreras, é para casos como o dela, em que métodos convencionais já foram testados e falharam, que a estimulação cerebral profunda (DBS) é indicada.

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“O objetivo é ajustar a atividade elétrica dessas áreas para aliviar os sintomas”, explicou o médico.

Como é a cirurgia

A cirurgia consiste na implantação de eletrodos no “área subgenual do córtex cingulado” (SCG25), uma região associada à tristeza profunda, e no braço anterior da cápsula interna, uma via que conecta áreas do pensamento racional a estruturas emocionais, como o núcleo accumbens.

Até a cirurgia de Lorena, não havia nenhuma publicação científica relatando procedimentos similares.

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Nos primeiros dias após o procedimento, Lorena sentiu dores de cabeça e cansaço, mas também percebeu mudanças. “É como voltar a ver a luz, como se a luz estivesse entrando por frestas que antes estavam fechadas”, afirmou. Ela também explicou ter momentos inéditos de estabilidade.

“Voltei a fazer planos sem medo. Ainda sou eu, mas agora tenho espaço para viver, não só resistir", disse. Ela também definiu as mudanças como um "renascimento".

Para Contreras, casos como o dela são um marco para a medicina latino-americana. “Mostram que temos capacidade científica e tecnológica para oferecer tratamentos de ponta sem que o paciente precise ir para fora do continente.”

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