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Cotidiano

Superbactérias matam mais que Aids e Brasil não tem tratamento

Dado faz parte de análise feita pela Parceria Global de Pesquisa e Desenvolvimento de Antibióticos (GARDP)

Monise Souza

10/05/2025 às 17:00

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Apenas 0,36% dos pacientes infectados com microrganismos resistentes aos antibióticos conseguem acesso ao tratamento adequado

Apenas 0,36% dos pacientes infectados com microrganismos resistentes aos antibióticos conseguem acesso ao tratamento adequado | Adrian Çange/Unsplash

Um novo estudo internacional revelou uma lacuna no combate às chamadas superbactérias no Brasil. 

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O dado faz parte de uma análise realizada pela Parceria Global de Pesquisa e Desenvolvimento de Antibióticos (GARDP), publicada na revista científica The Lancet Infectious Diseases.

Segundo o levantamento, somente 0,36% dos pacientes infectados com microrganismos resistentes aos antibióticos conseguem acesso ao tratamento adequado.

O percentual brasileiro ficou bem abaixo da média observada em outros países de renda média e baixa, nos quais o índice foi de 6,9%. No topo da lista, México e Egito alcançaram 14,9%.

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Resistência da bactéria

Ainda conforme o estudo, em 2019, foram registrados cerca de 101 mil casos de infecção por bactérias resistentes no Brasil, mas apenas 363 pessoas tiveram acesso aos antibióticos necessários.

A resistência antimicrobiana (RAM) ocorre quando bactérias, fungos e outros micro-organismos deixam de responder aos medicamentos disponíveis.

Isso torna as infecções mais difíceis de tratar e aumenta significativamente o risco de complicações graves, incluindo a morte. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já classifica a RAM como uma das dez maiores ameaças à saúde pública mundial.

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Matam mais do que Aids e Malária

Infecções resistentes causaram diretamente 1,27 milhão de mortes em 2019, um número maior do que a Aids e a malária no mesmo período, de acordo com outra análise publicada no The Lancet.

Indiretamente, estima-se que tenham contribuído para a perda de quase 5 milhões de vidas ao longo do tempo. A projeção para as próximas décadas é ainda mais preocupante: até 2050, o número de mortes diretas pode alcançar 1,9 milhão por ano.

Novo estudo

O estudo analisou dados de oito países: Bangladesh, Brasil, Egito, Índia, Quênia, México, Paquistão e África do Sul. Juntos, somaram cerca de 1,5 milhão de infecções por bactérias gram-negativas resistentes a carbapenêmicos, um tipo potente de antibiótico usado como último recurso.

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Apenas uma fração reduzida desses pacientes recebeu tratamento adequado.

Riscos da falta de tratamento

Grande parte do debate sobre resistência antimicrobiana gira em torno do uso indevido de antibióticos, como a automedicação, que favorece a evolução de bactérias mais resistentes.

No entanto, mesmo quando o paciente já está infectado por uma superbactéria, ele muitas vezes não consegue acessar o tratamento necessário, especialmente em países com menos recursos.

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Entre os desafios estão o diagnóstico correto e rápido, o custo elevado de exames laboratoriais especializados e a ausência de medicamentos eficazes.

Além disso, o desenvolvimento de novos antibióticos tem sido lento.

Isso se deve ao baixo retorno financeiro para as indústrias farmacêuticas. Esses remédios são usados por pouco tempo e geralmente como último recurso, ao contrário dos medicamentos para doenças crônicas.

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Quais são os próximos passos?

O levantamento reforça que o combate à resistência antimicrobiana exige não somente o uso mais consciente de antibióticos, mas também investimentos urgentes em diagnóstico, acesso a tratamentos e desenvolvimento de novas terapias.

Para isso, Pereira ressalta a necessidade de investimento em pesquisas na área.

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