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Os ministros do STF vêm dando sinais públicos de que não hesitarão em impor limites às ações de Bolsonaro | Valter Campanato/Agência Brasil
Integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal) temem que uma eventual demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, provoque uma enxurrada de processos e traga a Corte para o centro da crise. A previsão de ministros é que uma possível troca de diretriz no ministério no combate ao coronavírus leve entidades de classe, partidos políticos, governos estaduais e municipais ao tribunal para garantir a adoção de medidas técnicas no enfrentamento à pandemia.
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Em crise pública com Mandetta, o presidente Jair Bolsonaro, que discorda do rigor das medidas defendidas pelo seu ministro, avalia demiti-lo, mas tem sido pressionado por aliados a não fazê-lo.
A flexibilização do isolamento social na contramão das recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde), caso ocorra, por exemplo, deve ser questionada no tribunal e obrigaria o Supremo a intervir, o que desgastaria a relação entre os poderes, segundo avaliação de ministros.
O mesmo pode ocorrer com o avanço da hidroxicloroquina como arma do governo no combate à doença antes das comprovações científicas devidas. Mandetta vem adotando um discurso de cautela ao uso do medicamento, enquanto Bolsonaro defende sua utilização. No desejo de trocar o ministro, presidente tem buscado nos bastidores um nome que se alinhe ao seu pensamento pró-hidroxicloroquina. Os ministros do STF vêm dando sinais públicos de que não hesitarão em impor limites às ações de Bolsonaro, e a saída de Mandetta poderia deixar isso mais claro.
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