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Cotidiano

Unesco lança versão em português de kit pedagógico Cultura Oceânica para todos

Tradução é uma iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp); obra aborda processos complexos e funções do oceano

28/05/2020 às 11:39

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Praia da Jureia, em São Sebastião, litoral norte paulista; projeto tem a intenção de promover a cultura oceânica

Praia da Jureia, em São Sebastião, litoral norte paulista; projeto tem a intenção de promover a cultura oceânica | Miguel Schincariol

O kit pedagógico Cultura Oceânica para todos, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), foi traduzido para português. O kit também está disponível em espanhol, inglês e francês. A tradução para a língua portuguesa foi uma iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em parceria com a Prefeitura Municipal de Santos.

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O conteúdo é elaborado pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) do órgão e apresenta uma série de recursos e atividades para que públicos, de todas as idades, possam entender os complexos processos e funções do oceano. Além disso, fornece informações científicas sobre a relação de causa e efeito entre o comportamento individual e coletivo e seus impactos no mar.

O kit é adaptado para diversos contextos culturais e geográficos. “A ideia é que o material possa ser usado por educadores, de disciplinas que não só de ciências ou biologia, para trabalhar conteúdos e desenvolver atividades voltadas à conscientização sobre conservação, restauração e uso sustentável do oceano e de seus recursos”, disse à Agência Fapesp Francesca Santoro, coordenadora do programa “Ocean Literacy” da Unesco e uma das autoras da publicação.

INTEGRAÇÃO.

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Um dos objetivos do projeto é desenvolver metodologias e ações para integrar a ciência oceânica e a sociedade, por meio da capacitação de cidadãos e de professores das redes pública e privada, e promover políticas públicas voltadas à conservação marinha embasadas cientificamente.

“O projeto-piloto integra ensino, pesquisa e extensão na Baixada Santista e em escolas em São Paulo, Ribeirão Preto e Rio Claro. A meta é expandir, agora, para outras regiões do país, como em comunidades na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro”, salientou à Agência Fapesp Ronaldo Adriano Christofoletti, professor da Unifesp e coordenador do projeto.

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O intuito do projeto é a promoção da cultura oceânica, ou seja, reconhecer o relacionamento do homem com o oceano. “Os cidadãos precisam entender a influência do oceano sobre eles e vice-versa. Dessa forma, serão capazes de tomar decisões informadas e responsáveis em relação ao oceano e seus recursos, uma vez que os problemas como a poluição do mar, por exemplo, se devem a escolhas individuais, como usar sacolas e embalagens plásticas”, avalia Santoro.

O secretário do meio ambiente de Santos, Marcos Libório, informou que os municípios litorâneos estão sendo impactados por esse problema. “Os municípios litorâneos precisam ter participação ativa no processo de engajamento da sociedade no combate à poluição oceânica, porque os custos acabam sendo arcados por eles”, afirmou o gestor à Agência Fapesp.

“Boa parte do lixo e resíduos que recolhemos em Santos, por exemplo, é de responsabilidade da indústria, que poderia produzir embalagens de forma diferente, mais sustentável, o que evitaria que uma grande quantidade de plástico chegasse ao oceano”, completou Libório.

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Este projeto é um dos objetivos da Unesco para a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (Década do Oceano), que a Organização das Nações Unidas (ONU) determinou para os anos de 2021 a 2030.

“É a primeira vez que há um movimento global que pretende transformar o modo como se faz e se usa a ciência oceânica. A ideia é engajar a ciência oceânica de modo a colocá-la a serviço da sociedade”, disse Vinícius Lindoso, oficial de comunicação da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Unesco, à Agência Fapesp.

PLANEJAMENTO MARINHO.

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Durante a “Década do Oceano”, o planejamento espacial marinho será tratado. A ideia é que os governos, assim como fazem planejamento urbano, também façam o zoneamento marinho, delimitando em quais áreas marinhas podem ser exploradas atividades como pesca, exploração de petróleo e turismo.

“A União Europeia já está trabalhando com a Unesco para que até 2030 pelo menos 40% da área costeira do mundo seja zoneada”, exemplificou Lindoso. Já o Brasil está organizando a consulta regional da Década do Oceano para o Atlântico Sul – a porção sul do Oceano Atlântico.

“O Brasil tem uma extensa área oceânica sob sua jurisdição, denominada Zona Econômica Exclusiva ou Plataforma continental [cuja área corresponde a, aproximadamente, 3,6 milhões de quilômetros quadrados], que já foi chamada apropriadamente de ‘Amazônia Azul’ em termos de tamanho, biodiversidade e potencial de exploração econômica sustentável”, disse à Agência Fapesp Frederico Antonio Saraiva Nogueira, vice-presidente da COI para o grupo III – América Latina e Caribe.

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“É preciso olhar para essa ‘Amazônia Azul’ da mesma forma que se presta atenção hoje à ‘Amazônia Verde’”, concluiu.

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