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Cotidiano

Violência contra mulheres atinge 840 milhões no mundo, alerta OMS

Relatório da OMS mostra que violência doméstica e sexual atinge quase um terço das mulheres globalmente

Maria Eduarda Guimarães

19/11/2025 às 23:59

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Estudo mostra que violência contra mulheres permanece alta

Estudo mostra que violência contra mulheres permanece alta | Freepik

A violência contra mulheres permanece em níveis alarmantes no mundo. Segundo novo relatório divulgado nesta quarta-feira (19/11) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 840 milhões de mulheres, quase uma em cada três, já sofreram violência doméstica ou sexual ao longo da vida.

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O índice global praticamente não mudou desde o ano 2000, revelando estagnação nas políticas de prevenção e proteção.

Nos últimos 12 meses, 316 milhões de mulheres com 15 anos ou mais foram vítimas de violência física ou sexual cometida pelo parceiro íntimo, uma prevalência de 11%.

A queda no número de casos segue mínima. Para a OMS, o ritmo de redução tem sido “dolorosamente lento”, com recuo anual de apenas 0,2% em duas décadas.

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No Brasil, mais de 21 milhões de mulheres sofreram algum tipo de violência em 2024, segundo a pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Violência sexual fora do relacionamento também cresce

Pela primeira vez, a OMS incluiu estimativas nacionais e regionais de violência sexual praticada por pessoas que não são parceiros.

Esse tipo de agressão atinge 263 milhões de mulheres, e o número deve ser ainda maior devido à subnotificação causada pelo medo e pelo estigma.

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“A violência contra mulheres é uma das injustiças mais antigas e disseminadas da humanidade”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Ele reforçou que nenhuma sociedade pode ser considerada justa ou segura enquanto “metade da população vive com medo”.

Tedros destacou ainda que “por trás de cada estatística há uma mulher ou menina cuja vida foi alterada para sempre”, e que empoderar mulheres e meninas é pré-requisito para paz, saúde e desenvolvimento.

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Impactos na saúde

A OMS alerta que mulheres vítimas de violência enfrentam maior risco de gestações indesejadas, infecções sexualmente transmissíveis e depressão.

Serviços de saúde sexual e reprodutiva, segundo o relatório, são essenciais para identificar sobreviventes e oferecer atendimento adequado.

A violência também atinge adolescentes: 12,5 milhões de meninas entre 15 e 19 anos, o equivalente a 16% do total, sofreram violência física ou sexual do parceiro no último ano.

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Embora a violência ocorra em todas as regiões, o impacto é mais severo em países menos desenvolvidos, em conflito ou vulneráveis às mudanças climáticas.

Na Oceania, excluindo Austrália e Nova Zelândia, a prevalência de violência por parceiro íntimo chegou a 38%, mais que o triplo da média mundial.

OMS cobra ação urgente 

Apesar de mais países coletarem dados e monitorarem casos, ainda existem grandes lacunas, especialmente sobre violência sexual praticada por não parceiros e sobre grupos vulneráveis, como mulheres indígenas, migrantes e com deficiência.

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Para acelerar avanços, o relatório recomenda que governos adotem ações imediatas e intensivas:

  • Ampliar programas de prevenção baseados em evidências científicas;
  • Fortalecer serviços de saúde, justiça e assistência social voltados às sobreviventes;
  • Investir em sistemas de dados e monitoramento para identificar riscos e alcançar grupos vulneráveis;
  • Garantir a aplicação de leis e políticas de proteção, promovendo autonomia e igualdade para mulheres e meninas.

A OMS reforça que a violência contra mulheres não é inevitável, mas exige compromisso político contínuo, financiamento adequado e mudança estrutural. Um mundo mais seguro para as mulheres, afirma Tedros, “é um mundo melhor para todos”.

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