Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Estudo mostra que violência contra mulheres permanece alta | Freepik
A violência contra mulheres permanece em níveis alarmantes no mundo. Segundo novo relatório divulgado nesta quarta-feira (19/11) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 840 milhões de mulheres, quase uma em cada três, já sofreram violência doméstica ou sexual ao longo da vida.
Continua depois da publicidade
O índice global praticamente não mudou desde o ano 2000, revelando estagnação nas políticas de prevenção e proteção.
Nos últimos 12 meses, 316 milhões de mulheres com 15 anos ou mais foram vítimas de violência física ou sexual cometida pelo parceiro íntimo, uma prevalência de 11%.
A queda no número de casos segue mínima. Para a OMS, o ritmo de redução tem sido “dolorosamente lento”, com recuo anual de apenas 0,2% em duas décadas.
Continua depois da publicidade
No Brasil, mais de 21 milhões de mulheres sofreram algum tipo de violência em 2024, segundo a pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Pela primeira vez, a OMS incluiu estimativas nacionais e regionais de violência sexual praticada por pessoas que não são parceiros.
Esse tipo de agressão atinge 263 milhões de mulheres, e o número deve ser ainda maior devido à subnotificação causada pelo medo e pelo estigma.
Continua depois da publicidade
“A violência contra mulheres é uma das injustiças mais antigas e disseminadas da humanidade”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Ele reforçou que nenhuma sociedade pode ser considerada justa ou segura enquanto “metade da população vive com medo”.
Tedros destacou ainda que “por trás de cada estatística há uma mulher ou menina cuja vida foi alterada para sempre”, e que empoderar mulheres e meninas é pré-requisito para paz, saúde e desenvolvimento.
Continua depois da publicidade
A OMS alerta que mulheres vítimas de violência enfrentam maior risco de gestações indesejadas, infecções sexualmente transmissíveis e depressão.
Serviços de saúde sexual e reprodutiva, segundo o relatório, são essenciais para identificar sobreviventes e oferecer atendimento adequado.
A violência também atinge adolescentes: 12,5 milhões de meninas entre 15 e 19 anos, o equivalente a 16% do total, sofreram violência física ou sexual do parceiro no último ano.
Continua depois da publicidade
Embora a violência ocorra em todas as regiões, o impacto é mais severo em países menos desenvolvidos, em conflito ou vulneráveis às mudanças climáticas.
Na Oceania, excluindo Austrália e Nova Zelândia, a prevalência de violência por parceiro íntimo chegou a 38%, mais que o triplo da média mundial.
Apesar de mais países coletarem dados e monitorarem casos, ainda existem grandes lacunas, especialmente sobre violência sexual praticada por não parceiros e sobre grupos vulneráveis, como mulheres indígenas, migrantes e com deficiência.
Continua depois da publicidade
Para acelerar avanços, o relatório recomenda que governos adotem ações imediatas e intensivas:
A OMS reforça que a violência contra mulheres não é inevitável, mas exige compromisso político contínuo, financiamento adequado e mudança estrutural. Um mundo mais seguro para as mulheres, afirma Tedros, “é um mundo melhor para todos”.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade