Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Galáxia pode estar em bolha cósmica 20% menos densa que o entorno | Reprodução/Nasa unsplash
Cientistas da Universidade de Portsmouth apresentaram um novo estudo. O anúncio veio durante a Reunião Nacional de Astronomia deste, propondo que a Terra esteja localizada em uma região menos densa do que o restante do Universo, um tipo de “bolha cósmica”.
Continua depois da publicidade
A teoria busca explicar a chamada “tensão de Hubble”, que é uma das principais incógnitas da física moderna. A hipótese está relacionada às diferenças nas medições da taxa de expansão do Universo.
Esse fenômeno se refere a uma divergência entre dois métodos de medir a velocidade com que o Universo se expande. Enquanto as observações feitas com galáxias próximas indicam um ritmo acelerado, os dados baseados na radiação do Universo primordial mostram uma expansão mais lenta.
A diferença tem deixado os astrônomos em conflito há anos e sugere que pode haver algo “errado” ou incompleto no modelo tradicional da cosmologia.
Continua depois da publicidade
A hipótese tenta resolver esse impasse sugerindo que a Terra e toda a nossa galáxia estejam dentro de uma zona de baixa densidade, ou vazio cósmico. Segundo o estudo, a densidade da região em que nos encontramos é 20% menor do que no restante do Universo.
Isso alteraria a forma como percebemos a luz e o movimento de outras galáxias, criando a ilusão de uma expansão mais acelerada ao nosso redor.
Segundo o astrônomo Indranil Banik, autor da pesquisa, esse modelo que inclui um vazio local é mais compatível com os dados atuais.
Continua depois da publicidade
Os modelos convencionais, como o baseado em observações feitas pelo satélite Planck, que explicam a distribuição do Universo, dependem de uma distribuição mais uniforme do cosmos.
Cientistas usaram um tipo especial de dado chamado oscilação acústica de bárions (BAOs). Eles captam “ecos” sonoros do Big Bang que ficaram congelados no tecido do espaço desde os primeiros momentos do cosmos; funciona como marcador de tempo.
Os pesquisadores compararam esses “ecos” com o método chamado desvio para o vermelho, que mede a luz vinda das regiões mais distantes do Universo observável. Os estudiosos notaram distorções que coincidem com a presença de um vazio ao nosso redor.
Continua depois da publicidade
Se a hipótese estiver correta, muda como entendemos a estrutura do cosmo, sua idade e até sua origem. O vazio pode explicar por que observações feitas de dentro dele parecem diferentes do que seria esperado em outras partes do Universo.
Além disso, poderia ajudar a refinar a estimativa da idade do Universo, que hoje é estimada em 13,8 bilhões de anos, mas com margem de erro justamente devido à tensão de Hubble.
O próximo passo para os astrônomos é comparar esse modelo com outros métodos, como os chamados cronômetros cósmicos, que consistem em observar galáxias antigas que pararam de produzir estrelas.
Continua depois da publicidade
Pela idade dessas galáxias e a luz que elas ainda emitem, é possível verificar se a expansão do Universo combina com o padrão que o vazio sugeriria.
Se os resultados continuarem apontando na mesma direção, a ideia de que vivemos em um “vazio cósmico” pode ganhar força e forçar os cientistas a rever as bases da cosmologia moderna.
Lua cheia rara com nome curioso surge hoje no céu com brilho alaranjado. Espectadores de todo o Brasil poderão observar, nesta quinta-feira (10/7), a chamada “Lua cheia do veado”.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade