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Apesar disso, ultraprocessados, como refrigerantes, embutidos e margarinas, tendem a ficar mais baratos | Freepik
Os alimentos considerados saudáveis, como arroz, feijão, frutas e azeite devem continuar ficando mais caros nos próximos anos, enquanto os ultraprocessados, como refrigerantes, embutidos e margarinas, tendem a ficar mais baratos.
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A conclusão é de uma pesquisa conduzida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pelo Instituto de Defesa de Consumidores (Idec).
O estudo analisou a evolução dos preços de alimentos entre 2018 e 2024 e projetou tendências até 2026.
Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou os dois primeiros relatórios do projeto “Monitoramento da rotulagem de alimentos no Brasil”. O novo relatório revela que ultraprocessados dominam os supermercados.
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Os dados mostram que os produtos in natura ou minimamente processados, como grãos, frutas e verduras, tiveram aumento constante desde a pandemia de Covid-19, enquanto os ultraprocessados apresentaram queda de até 16% no período.
Entre os alimentos que mais subiram estão o arroz polido, que passou de R$ 4,50 para R$ 5,90 por quilo; o feijão, que subiu de R$ 7,10 para R$ 9,30; e a banana prata, que foi de R$ 6,60 para R$ 8,20. O azeite teve alta expressiva e chegou a R$ 63,70 o quilo em 2024.
Enquanto isso, os ultraprocessados ficaram mais acessíveis. O refrigerante sabor cola caiu de R$ 5,60 para R$ 4,70 o litro, a mortadela de R$ 21,10 para R$ 15,10 o quilo, e o iogurte saborizado de R$ 16 para R$ 14,70.
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A projeção dos pesquisadores indica que, até 2026, o quilo dos alimentos saudáveis deve alcançar R$ 19,60, enquanto os ultraprocessados devem cair para R$ 17,90, tornando-se definitivamente mais baratos.
“Comer de forma saudável no Brasil está se tornando um privilégio. O custo da alimentação é determinante nas escolhas e incentiva o consumo de produtos nocivos”, afirma Ana Maria Maya, especialista em alimentação saudável do Idec.
Segundo o levantamento, o encarecimento dos alimentos frescos é resultado de fatores como mudanças climáticas, que afetam a produção agrícola com secas, enchentes e calor extremo, além da falta de incentivos fiscais e subsídios para a agricultura de base alimentar.
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Os pesquisadores defendem políticas públicas e fiscais que reduzam o preço dos alimentos saudáveis e aumentem a taxação sobre ultraprocessados.
Segundo a UFMG e o Idec, apenas a isenção da nova cesta básica, prevista na Reforma Tributária, não será suficiente para reverter a tendência.
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