Disputa entre gigantes define leilão da 'Rodovia da Morte'

A rodovia Fernão Dias (BR-381), principal ligação entre São Paulo e Belo Horizonte, em Minas Gerais, será leiloada no dia 11 de dezembro deste ano, na B3, em São Paulo.

O novo contrato de concessão prevê cerca de R$ 15,3 bilhões em investimentos e vigência por mais 15 anos, até 2040.

O processo, conduzido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e pelo Ministério dos Transportes, foi aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e marca a repactuação do atual modelo de concessão da Autopista Fernão Dias S.A., empresa do grupo Arteris.

A decisão encerra um ciclo de impasses contratuais e abre espaço para novos operadores privados.

Pelo menos quatro grupos devem disputar o certame:

• Arteris Fernão Dias,
• Motiva Infraestrutura,
• EPR e
• Via Appia.

A vencedora assumirá a gestão de 569 quilômetros da BR-381, que passam por 33 municípios. O contrato estabelece R$ 9,5 bilhões em obras e R$ 5,4 bilhões em serviços operacionais.

Estão previstas intervenções como 108 quilômetros de faixas adicionais, 14 quilômetros de vias marginais, nove quilômetros de correções de traçado, 29 passarelas, 17 interseções otimizadas, 62 melhorias de acesso, seis passagens de fauna, duas áreas de escape e novos túneis.

Conheça a rodovia

A rodovia, inaugurada em 1959 durante o governo de Juscelino Kubitschek, é considerada um dos principais corredores logísticos do Sudeste. Também tem fama de ser a 'Rodovia da Morte', devido ao alto número de acidentes com mortes, principalmente no trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares.

Atualmente, registra fluxo médio diário superior a 61 mil veículos em cada praça de pedágio, sendo 37% de carga.

Desde 2008, o trecho é administrado pela Arteris, que afirma ter executado a construção de 85 quilômetros de terceiras faixas, 53 passarelas e quatro trevos em desnível.

O governo federal prevê que o leilão da BR-381/MG/SP seja a terceira concessão repactuada dentro do programa de otimização da malha rodoviária.

Para 2025, estão previstos 16 leilões, com expectativa de movimentar R$ 176 bilhões em investimentos. Até 2026, o total deve ultrapassar R$ 350 bilhões.