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Economia

Lula anuncia novo modelo de crédito que facilita chance de compra da casa própria

Reforma moderniza uso da poupança e aumenta teto de imóveis financiados no Sistema Financeiro da Habitação

Maria Eduarda Guimarães

10/10/2025 às 21:15

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Com as mudanças, a expectativa é que a Caixa Econômica Federal financie cerca de 80 mil novas moradias até 2026

Com as mudanças, a expectativa é que a Caixa Econômica Federal financie cerca de 80 mil novas moradias até 2026 | Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou nesta sexta-feira (10/10), em São Paulo, o novo modelo de crédito imobiliário brasileiro, que reestrutura o uso dos recursos da poupança para expandir a oferta de financiamento, especialmente para a classe média. O anúncio foi feito durante o evento Incorpora 2025, um dos maiores do setor imobiliário.

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A principal mudança é o fim dos depósitos compulsórios da poupança no Banco Central, após um período de transição. Com isso, o total dos recursos depositados na caderneta de poupança passará a ser referência para o volume de crédito destinado ao setor habitacional.

Além disso, o valor máximo para imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) será ampliado de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, beneficiando famílias com renda mais alta.

Expansão do crédito para classe média

Atualmente, o programa Minha Casa, Minha Vida atende famílias com renda de até R$ 12 mil mensais, oferecendo juros reduzidos. Desde o início de seu terceiro mandato, Lula defende a criação de alternativas de financiamento para a classe média, segmento que deve ser diretamente beneficiado pela nova regulamentação.

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Com as mudanças, a expectativa é que a Caixa Econômica Federal financie cerca de 80 mil novas moradias até 2026.

Situação atual dos recursos da poupança

Hoje, 65% dos recursos captados pela poupança são obrigatoriamente destinados ao crédito imobiliário; 15% ficam livres para outras operações e 20% são mantidos como depósitos compulsórios no Banco Central.

Nos últimos anos, os financiamentos pelo SFH vinham perdendo participação devido ao aumento dos saques da poupança — principal fonte de recursos para crédito habitacional no País. Em 2023 e 2024, as retiradas líquidas somaram R$ 87,8 bilhões e R$ 15,5 bilhões, respectivamente, enquanto em 2025 o valor já ultrapassa R$ 78,5 bilhões.

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O principal motivo para os saques é a taxa Selic elevada, que incentiva os investidores a buscarem aplicações com maior rendimento.

Entenda o novo modelo

A reforma moderniza as regras do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para maximizar a poupança como fonte de financiamento habitacional.

Segundo o governo, “quanto mais valores depositados na poupança, maior será o crédito disponível para financiamento imobiliário, considerando também captações no mercado, como Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs)”.

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Após o período de transição, o direcionamento obrigatório de 65% dos depósitos da poupança será encerrado, assim como os depósitos compulsórios relacionados.

O total dos recursos da caderneta passará a ser usado como base para o crédito habitacional, englobando SFH e Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI).

No novo modelo, se uma instituição captar R$ 1 milhão no mercado e destinar integralmente para financiamento imobiliário, poderá usar o mesmo valor captado na poupança — que tem custo mais baixo — para outras aplicações livres por um período determinado.

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O governo ainda destaca que 80% dos financiamentos deverão seguir as regras do SFH, que limitam os juros a 12% ao ano.

Além disso, a mudança amplia a concorrência, permitindo que instituições financeiras que não captam poupança também concedam crédito imobiliário em condições semelhantes às demais.

Transição gradual

A implantação do novo modelo começará ainda em 2025, com plena vigência prevista para janeiro de 2027. Até lá, permanecerá o direcionamento obrigatório de 65% dos recursos da poupança para crédito habitacional, com redução gradual dos depósitos compulsórios no Banco Central, que passarão de 20% para 15%.

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Durante a transição, 5% dos recursos serão aplicados conforme as novas regras, enquanto 15% continuarão livres para outras operações.

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