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Total de trabalhadores 'plataformizados' saltou de 1,3 milhão para 1,7 milhão no período, um acréscimo de 335 mil pessoas | Danilo Alves/Unsplash
O número de pessoas que têm nos aplicativos sua principal forma de trabalho aumentou 25,4% entre 2022 e 2024, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (17/10) pelo IBGE. O total de trabalhadores “plataformizados” saltou de 1,3 milhão para 1,7 milhão no período, um acréscimo de 335 mil pessoas.
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A proporção desses trabalhadores em relação à população ocupada também cresceu: passou de 1,5% em 2022 para 1,9% em 2024, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). A pesquisa foi realizada no terceiro trimestre de 2024, em parceria com a Unicamp e o Ministério Público do Trabalho (MPT).
O levantamento mostra que os trabalhadores por app são majoritariamente homens (83,9%), com idade entre 25 e 39 anos (47,3%) e ensino médio completo ou superior incompleto (59,3%). Mulheres representam apenas 16,1% do grupo, bem abaixo da média feminina entre os ocupados em geral (41,2%).
Entre as plataformas analisadas, os aplicativos de transporte particular lideram a ocupação, concentrando 53,1% dos trabalhadores. Em seguida aparecem os apps de entrega de comida e produtos (29,3%), prestação de serviços profissionais (17,8%) e táxis (13,8%).
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A maioria (72,1%) exerce funções ligadas à operação de máquinas e veículos, categoria que inclui motoristas e motociclistas.
O estudo aponta também um alto índice de informalidade entre os trabalhadores por aplicativos: 71,1%, frente aos 44,3% da população ocupada em geral. Cerca de 86,1% atuam por conta própria, enquanto apenas 3,2% têm carteira assinada.
A proporção de autônomos entre os plataformizados é três vezes maior que a média da população ocupada.
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A região Sudeste concentra 53,7% dos trabalhadores por aplicativo no Brasil, sendo a única onde essa forma de ocupação supera a média nacional (2,2%). As demais regiões registraram as seguintes participações: Nordeste (17,7%), Sul (12,1%), Centro-Oeste (9%) e Norte (7,5%).
O crescimento da categoria ocorre em meio a um debate jurídico sobre a relação entre plataformas e trabalhadores. O Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar ainda neste ano se há ou não vínculo empregatício entre motoristas e empresas de aplicativo. A Procuradoria-Geral da República já se posicionou contra o reconhecimento de vínculo.
Trabalhadores afirmam enfrentar precarização, enquanto as empresas negam responsabilidades trabalhistas, alegando que os motoristas atuam de forma independente.
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O IBGE considerou apenas pessoas que têm os aplicativos como principal forma de intermediação de trabalho, quem atua eventualmente ou para complementar a renda não foi incluído. A pesquisa é considerada experimental e, segundo o instituto, deve ser expandida em 2025 para incluir plataformas de comércio eletrônico.
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