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Economia

Quem é o rei que comprou parte da 2ª maior empresa de carnes do Brasil?

Descubra o monarca saudita que investe bilhões no agronegócio do Brasil

Agência Gazeta

12/09/2025 às 00:12  atualizado em 12/09/2025 às 00:19

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Conheça King Salman e o império alimentar que ele constrói no Cerrado.

Conheça King Salman e o império alimentar que ele constrói no Cerrado. | Reprodução/YT

A recente fusão entre Marfrig e BRF criou a MBRF e trouxe um nome de peso ao agronegócio brasileiro. O rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz, agora é um sócio relevante através do Fundo de Investimento Público (PIF), braço financeiro de seu governo. Ele solidifica o Brasil como plataforma mundial de alimentos.

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Este movimento estratégico garante à MBRF uma posição mais robusta para competir globalmente, especialmente em mercados cruciais como o Oriente Médio e a Ásia. O PIF, um dos maiores e mais influentes fundos soberanos do mundo, investe em setores estratégicos, e o alimento agora se destaca.

Com a expectativa de um faturamento anual de R$ 150 bilhões para o conglomerado MBRF, a presença direta do rei saudita, através do PIF, promete ampliar a capacidade de negociação. Isso abre portas para novos mercados e contratos de exportação bilionários para as empresas brasileiras de carne.


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Salman Bin Abdulaziz: o monarca por trás do investimento

King Salman bin Abdulaziz é o atual monarca da Arábia Saudita, assumindo o trono em 2015. Ele é uma figura central na profunda transformação política, econômica e social de seu país, liderando reformas significativas e enfrentando desafios importantes.

Antes de se tornar rei, Salman ocupou cargos importantes, incluindo o de ministro da Defesa. Sua ascensão marcou o início de uma nova era, centralizando o poder e promovendo reformas estruturais no reino. Ele também é o "Guardião das Duas Mesquitas Sagradas", um título de grande prestígio religioso e diplomático.

Ascensão e visão de um líder

Sob a liderança de King Salman, a Arábia Saudita lançou o ambicioso programa Visão 2030. Esta iniciativa busca diversificar a economia do país, reduzindo a dependência do petróleo. Ela promove o setor privado e amplia a participação feminina no mercado de trabalho.

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Sua política externa se mostra assertiva, com envolvimento militar no Iêmen e tensões com Irã e Catar. Simultaneamente, fortalece as relações com os Estados Unidos e, em menor grau, com a Rússia. Houve avanços em direitos das mulheres, mas também repressão a opositores políticos.

A estratégia por trás dos bilhões

Os petrodólares sauditas estão construindo um império alimentar que se estende do Cerrado brasileiro às mesas do Oriente Médio. O SALIC (Saudi Agricultural and Livestock Investment Company), braço agrícola do fundo soberano, impulsiona essa estratégia, convertendo recursos em participações estratégicas.

O SALIC agora investe nas maiores empresas de proteína animal do Brasil. Investimentos superam US$ 3,5 bilhões. O reino, liderado pelo rei Salman e seu filho, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, participa ativamente de grandes negócios no setor.

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A SALIC detém 34% da Minerva Foods, a segunda maior exportadora de carne bovina do mundo, sendo seu segundo maior acionista. Na BRF, a terceira maior empresa de alimentos do mundo, o fundo já teve uma fatia de R$ 4,5 bilhões em investimentos diretos.

Embora o fundo tenha convertido ações da BRF em derivativos em setembro, a possibilidade de reconquistar a posição de segundo maior acionista na nova MBRF existe. Isso solidifica sua parceria estratégica no setor. "É uma jogada de mestre", analisou um executivo do setor.

O executivo completou: "Eles transformaram a dependência do petróleo em diversificação estratégica, garantindo segurança alimentar para sua população enquanto lucram com a crescente demanda global por proteínas".

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O Brasil no tabuleiro global

A Arábia Saudita, com 35 milhões de habitantes e terras áridas, precisa importar cerca de 80% de seus alimentos. O Brasil, maior exportador mundial de carne bovina e de frango, tornou-se não apenas um fornecedor vital, mas um parceiro estratégico fundamental para o reino saudita.

A entrada dos sauditas no setor não passou despercebida. Em 2015, a SALIC fez sua primeira grande aquisição, comprando 20% da Minerva Foods por R$ 1,2 bilhão. Esse movimento sinalizou o forte apetite saudita e abriu caminho para futuras expansões significativas.

Esta parceria vai além da simples participação acionária. A Minerva Foods exporta aproximadamente 40% de sua produção para países árabes, tendo a Arábia Saudita como um dos principais destinos. Isso demonstra uma integração vertical eficiente para ambos os lados.

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Para a BRF, com foco em aves e suínos, os mercados do Oriente Médio representam um destino natural para seus produtos halal. Esses produtos atendem às exigências religiosas islâmicas. Os investimentos sauditas fortaleceram a capacidade produtiva e abriram portas estratégicas.

O papel de Mohammed Bin Salman

Por trás dessa vasta expansão no agronegócio brasileiro está Mohammed bin Salman, 38 anos, o homem forte da Arábia Saudita. Segundo a Forbes Middle East, o país "alcançou 85% das iniciativas delineadas em sua Visão 2030, cinco anos antes do prazo".

Os ativos do Fundo de Investimento Público (PIF) triplicaram desde o lançamento da Visão 2030, atingindo US$ 941 bilhões. Um consultor em investimentos do Oriente Médio explicou: "O MBS viu no Brasil uma oportunidade única".

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"País estável, setor consolidado, demanda crescente e retornos consistentes. É o tipo de investimento que um fundo soberano sonha", completou o consultor. O agronegócio brasileiro tornou-se uma peça fundamental nesse ambicioso quebra-cabeça de diversificação econômica.

Principais motivos para a aposta saudita no Brasil:

  • Segurança Alimentar: A Arábia Saudita importa 80% de seus alimentos.
  • Diversificação Econômica: Redução da dependência do petróleo via Visão 2030.
  • Mercado Consolidado: O Brasil é um líder global em exportação de carnes.
  • Retornos Consistentes: Setor estável com demanda global crescente.
  • Integração Vertical: Investimento na produção e consumo do produto final.

Investimentos que vieram para ficar

Analistas do setor concordam que os investimentos sauditas no Brasil são de longo prazo. Com o crescimento da população mundial e a expansão da demanda por proteínas, especialmente na Ásia e no Oriente Médio, o agronegócio brasileiro representa uma aposta estratégica.

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Carlos Cogo, sócio-diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, enfatiza o papel crucial do Oriente Médio. Ele coloca a região no mesmo patamar da China para as exportações brasileiras, um destino estratégico para o agronegócio.

Cogo afirmou em congresso que "O maior mercado é a Ásia, representado pela China, mas todo o entorno ali do Oriente Médio é o grande mercado do agronegócio brasileiro".

Esta tendência reflete um movimento global de fundos soberanos que buscam diversificar seus portfólios. Eles saem de investimentos mais voláteis em energia e tecnologia para setores com demanda crescente e menos voláteis, como o agronegócio.

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A parceria entre o poder saudita e o agronegócio brasileiro promete se aprofundar, com novos investimentos sendo estudados. Isso inclui a expansão para outros setores como grãos e açúcar. O fundo investiu US$ 1,78 bilhão para aumentar sua participação na trading Olam Agri, que atua no Cerrado brasileiro.

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