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Artista francesa transforma papel e seda em florestas imersivas que hipnotizam

Mostra entra em cartaz neste sábado (6/9), na Casa Bradesco, em São Paulo, com 14 obras de grande escala

Mari Ribeiro

05/09/2025 às 20:45

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Ingressos para 'Re-Selvagem  Natureza Inventada' serão gratuitos no fim de semana de abertura da mostra

Ingressos para 'Re-Selvagem Natureza Inventada' serão gratuitos no fim de semana de abertura da mostra | Reprodução/Cidade Matarazzo

A Casa Bradesco, centro cultural dentro da Cidade Matarazzo, em São Paulo, apresenta a exposição “Re-Selvagem - Natureza Inventada”, da artista visual francesa Eva Jospin, reconhecida internacionalmente por criar paisagens imersivas e meticulosas a partir de composições feitas de seda, linho e papelão.

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A mostra, em cartaz a partir deste sábado (6/9), reúne 14 obras de grande escala - entre instalações, bordados, desenhos e vídeos - e evidencia a pluralidade técnica e simbólica da artista sob a curadoria de Marcello Dantas.

Um dos destaques é a obra “Selva”, considerada um dos marcos na trajetória de Jospin, que será exibida pela primeira vez no Brasil.

A exposição, que seguirá na Casa Bradesco até 7 de dezembro, terá entrada gratuita durante todo o fim de semana de abertura e contará ainda com duas vivências ao vivo do grupo “Coco do Pajé”, composto por indígenas em retomada no Estado de São Paulo, que vão dialogar com a obra “Côté cour/côté jardin”, de Eva Jospin.

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A reinvenção da natureza

O trabalho de Jospin investiga a natureza, especialmente a floresta, como um espaço simbólico, misterioso e sagrado, inspirado por contos tradicionais, mitologias universais e uma forte dimensão arquitetônica, com referências ao barroco italiano.

As obras da artista exploram materiais e escalas para guiar o olhar em múltiplas direções, revelando tanto a grandiosidade quanto a minúcia dos detalhes. Em conjunto, propõem uma revalorização da identidade selvagem intrínseca da matéria.

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A celulose do papel, por exemplo, extraída das florestas e moldada por processos industriais, é reconectada à sua essência original por meio do ato artístico. Este projeto convida a arte a restaurar o “ethos” da matéria por meio de uma artesania que reconstitui sua força primitiva, recriando a selva a partir dos subprodutos da indústria.
 
“Re-Selvagem - Natureza Inventada” é um chamado ao retorno da matéria à floresta, da técnica à mão, do olhar à imaginação.

"Jospin nos lembra que, mesmo aquilo domesticado, cortado e transformado pode, pela arte, reencontrar sua força e vitalidade selvagem, nos conduzindo de volta à imensidão misteriosa que carregamos por dentro. Mais do que representar a selva, suas obras evocam a memória, o mito e o desejo de pertencer a um ambiente mais orgânico e intuitivo. Ao criar florestas, selvas e paisagens inventadas a partir de materiais transformados com rigor artesanal, Jospin nos convida a sonhar com esses lugares inconscientes, provocando uma reconexão sensível e poética com o mundo natural,” explica o curador da Casa Bradesco e da exposição, Marcello Dantas. 

Destaque da “60ª Bienal de Veneza no Palazzo Pesaro degli Orfei”, a instalação “Selva”, principal da mostra, traz um ambiente imersivo que recria uma floresta imaginária a partir de materiais como papelão, madeira e fibras naturais.

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Com árvores retorcidas, passagens labirínticas e estruturas que remetem a chalés de contos de fadas, a obra nos conduz por um universo que mistura fantasia, memória e ancestralidade.

“Minha floresta é totalmente mental, não figurativa. Ela reflete preocupações humanas: a ideia de se perder ou se encontrar, nossa relação com a infância nos contos e nossos medos arcaicos. Minhas florestas são um refúgio para a fuga mental,” compartilha a artista.
 
Ao mesmo tempo, monumental e minuciosa, “Selva” impacta por sua força poética e pela sensação de deslocamento que provoca: como se, ao cruzar seus arcos e caminhos, o visitante deixasse o presente para habitar uma paisagem suspensa no tempo, onde o natural e o artesanal se confundem em camadas de narrativas visuais.
 
Jardim de tecidos

Outro destaque da exposição é a obra “Chambre de Soie” (2021–2024), painel que envolve o espectador em uma experiência imersiva, onde natureza, arte e artesanato se entrelaçam em um jardim bucólico de tecidos.

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Cenário da coleção “AW21” para a alta-costura da Maison Dior, a instalação, de 3,5 metros de altura e 107 metros de comprimento, é inteiramente composta por bordados feitos com 400 tonalidades de fios de seda, cânhamo, linho e algodão, produzidos manualmente pela Chanakya School of Craft, na Índia.

Embora tenha ganhado projeção ao ocupar a “Orangerie do Palácio de Versalhes”, “Chambre de Soie” transcende o espaço histórico: trata-se de uma “sala-paisagem” que flutua entre o clássico e o contemporâneo, o minucioso e o grandioso. A exposição conta ainda com outras 12 obras do repertório da artista.
 
Ano Cultural Brasil-França 2025

A exposição “Re-Selvagem – Natureza Inventada” integra oficialmente a “Temporada FrançaBrasil/Ano Cultural Brasil-França 2025”, iniciativa que celebra os 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países e reúne mais de 300 eventos culturais até dezembro de 2025, com foco em temas como clima e transição ecológica, diversidade social e diálogo com a África, e fortalecimento da democracia e do Estado de Direito.

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A mostra de Jospin reforça o propósito cultural e diplomático da temporada no Brasil.
 
Vivências “Coco do Pajé” na abertura

No sábado (6/9) e domingo (7/9), às 15h, ocorrerão o “Toré Ritual de Retomada” e “Toré Ritual Pankararu”, respectivamente, vivências conduzida pelo grupo “Coco do Pajé,” composto por indígenas em retomada no Estado de São Paulo, que vão dialogar com a obra “Côté cour/côté jardin”, de Eva Jospin.

O grupo tem como premissa as referências dos cocos nordestinos, com um foco especial nas referências trazidas pelo grupo pernambucano “Coco de Toré Pandeiro do Mestre”.

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Sua natureza é a de uma “retomada”, por se tratar de um coletivo paulista que engaja indivíduos de São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco numa simbólica nova aldeia para a construção de sua própria identidade sonora e musical.

Conheça Eva Jospin

Nascida em Paris em 1975 e formada na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts, Eva Jospin construiu ao longo de quinze anos uma carreira de destaque internacional.

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Ganhadora do Prix de l’Académie des Beaux-Arts em 2015 e residente da Villa Medici em 2017, já expôs em renomados espaços como o Palais de Tokyo, o Palazzo Dei Diamanti e a Hayward Gallery. Suas obras também incluem instalações, como “Panorama”, na Cour Carrée do Louvre e” Cenotáfio”, na Abadia de Montmajour.

Em colaborações notáveis, criou cenários para desfiles de moda da Dior e obras permanentes em locais como o Domaine de Chaumont-sur-Loire e a loja Max Mara em Milão.

Eva Jospin continua a expandir seu impacto no cenário da arte contemporânea, com exposições recentes no Museu Fortuny, em Veneza, e na Orangerie de Versalhes.

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Em 2024, suas criações estiveram presentes em diversos eventos ao redor do mundo, que antecedem sua intervenção no Grand Palais em Paris em novembro de 2025, reafirmando sua posição como uma das artistas mais inovadoras de sua geração.

Para quem gosta de arte, não deixe de conferir que MASP quebra recorde com Monet e libera entrada gratuita para última semana.

Serviço
“Re-Selvagem – Natureza Inventada”
Quando?
De 6 de setembro a 7 de dezembro - Terça a domingo, das 12 às 20h (fechado às segundas-feiras)
Onde? Casa Bradesco – Alameda Rio Claro, 190, Bela Vista (dentro da Cidade Matarazzo)
Classificação etária: Livre
Ingressos: Gratuitos nos dias 6 e 7/Após: R$ 50; disponíveis no aplicativo MATA APP e na bilheteria física
Terças-feiras: Entrada gratuita mediante agendamento via aplicativo

'Selva' (2024), de Eva Jospin, será exibida pela primeira vez em São Paulo na Casa Bradesco.
'Selva' (2024), de Eva Jospin, será exibida pela primeira vez em São Paulo na Casa Bradesco.
A artista francesa Eva Jospin na exposição 'Re-Selvagem Natureza Inventada' na Casa Bradesco.
A artista francesa Eva Jospin na exposição 'Re-Selvagem Natureza Inventada' na Casa Bradesco.
'Chambre de Soie' (2021), de Eva Jospin, que fez parte da coleção de alta costura da Maison Dior.
'Chambre de Soie' (2021), de Eva Jospin, que fez parte da coleção de alta costura da Maison Dior.
Exposição "Re-Selvagem  Natureza Inventada" integra oficialmente o "Ano Cultural Brasil-França 2025". Fotos: Divulgação
Exposição "Re-Selvagem Natureza Inventada" integra oficialmente o "Ano Cultural Brasil-França 2025". Fotos: Divulgação

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