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Protagonismo é do tom sobre tom e da luz que recorta as folhas ao entardecer | Renato Navarro/Divulgação
Entre dois prédios históricos do Museu Geológico do Parque Água Branca, na zona oeste de São Paulo, onde as estruturas carregam memórias e o tempo desenha suas marcas, nasce um espaço que busca trazer mais valor ao simples ato de viver o presente.
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É o “Jardim da Alameda”, projeto de paisagismo assinado por Catê Poli e João Jadão para a CASACOR São Paulo 2025, que abriu as portas nessa terça-feira (27/5).
Um convite para desacelerar, ouvir a cidade com menos urgência e apreciar. No meio de duas edificações que tem as fachadas tombadas pelo patrimônio histórico e, ao lado de um café e de um restaurante, a proposta de formar uma travessia silenciosa e um lugar de passagem que se transforma em permanência é explicada ainda no nome: “Jardim da Alameda”.
Sem obras, o jardim, elaborado pelos veteranos Catê e João, que celebram mais uma participação na CASACOR São Paulo, a sexta vez juntos, respeita o espaço tombado onde se insere, como quem chega devagar.
O discurso quase centenário contrasta com a modernidade do novo jardim ao mesmo tempo em que se integra com a vegetação tropical de grande porte do Parque da Água Branca.
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Sobre o piso de pedra existente, a história permanece e, sobre ela, está instalado o jardim que inspira viver o agora. “Encontramos no espaço histórico a permanência do tempo e o nosso jardim se molda como uma instalação efêmera diante do presente”, explica a paisagista Catê.
Instalado com a leveza que se completa com a cena do parque onde estão inúmeras espécies de plantas e árvores centenárias da Mata Atlântica, o “Jardim da Alameda” é desmontável, transportável e adaptável. Plantas, floreiras, vasos, luminárias e mobiliário serão 100% reaproveitados após o fim da mostra.
“Seguimos as premissas de respeitar a estrutura do local e fomos muito felizes em termos próximos ao nosso projeto a cena tropical do acervo natural que já existe por lá”, ressalta João Jadão.
Na imersão que os profissionais realizaram a partir do tema da edição da CASACOR desse ano: “Semear Sonhos”, ambos se aprofundaram no sonho de preservação, restauro e valorização dos espaços históricos com intervenções paisagísticas para uso da população.
Um desejo de termos espaços públicos melhores e uma cidade mais verde para todos.
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“Pensamos em um jardim relativamente simples, com caráter de praça, sem muitos adornos, com poucos elementos, mas todos com sua força e imponência. Pode existir beleza na simplicidade e no respeito ao patrimônio histórico”, concluem juntos.
Seleção do “Jardim da Alameda”
A estrela desse pequeno oásis urbano é o Cambucá, árvore brasileira nativa que produz seu fruto de sabor exótico e de sabor adocicado, com quatro exemplares de grande porte que se juntam a exemplares de Jabuticaba Sabará, a mais tradicional das jabuticabeiras.
Ao redor delas, uma constelação de folhagens, em vasos de diferentes diâmetros e alturas, sustenta a harmonia do conjunto idealizada pela dupla: Filodendro Ondulado, Ciclanto, Maranta Charuto, Areca Triandra, Dracena Arbórea, Helicônia Bihai, Palmeira Fênix, Guaimbê e Liriope verde.
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Cada tipo, com sua forma e textura, traduz a intenção de preencher os vazios sem sufocar o espaço, entregando um volume exuberante.
“Privilegiamos uma distribuição que ressaltou as formas onduladas, as folhas largas e as nuances do verde em equilíbrio”, verbaliza Catê.
O pensamento conduzido por Catê e João para a definição das espécies é alinhado com o meio ambiente e a ecologia: priorizar o uso de plantas nativas.
Entretanto, o jardim acolheu algumas plantas exóticas não invasoras que chegaram para complementar o grupo de arbustos e folhagens tropicais. “Nosso objetivo foi alcançar a essência de um jardim, trazer convivência, diversidade e equilíbrio”, analisa João.
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Sem flores e com a potência do verde
Com cerca de 30 vasos e 30 floreiras de aço galvanizado com pintura eletrostática (reciclados e organizados com rigor intuitivo, os paisagistas projetaram um espaço onde o verde é absoluto.
Nada de flores, perfumes ou cores gritantes. O protagonismo é do tom sobre tom e da luz que recorta as folhas ao entardecer.
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As espécies foram selecionadas por volume, tonalidade e características físicas que se alinham à suave ventilação e baixa incidência do sol, em especial, no período do outono e inverno, quando chega o acontecer na CASACOR São Paulo.
“As espécies vegetais respeitam essas características, mas demandam espaço por serem plantas tropicais volumosas”, revela Catê.
Ambiente de estar
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A vida pede movimento e períodos de pausa e, para tanto, a composição do “Jardim da Alameda” se evidencia como esse suspiro necessário entre compromissos e rotinas. Não à toa, se posiciona entre os dois edifícios da mostra e entre um café e um restaurante, abarcando o desejo de quem chega e o prazer de quem fica.
Para permitir a permanência do estar e o relaxamento de cada visitante, o ambiente reúne poltronas e chaises, verdadeiras esculturas orgânicas, feitas de espuma maciça e tecidos outdoor de última geração, que se moldam ao corpo de quem chega ao jardim a fim de relaxar, ouvir o cantar dos pássaros ou, simplesmente, apreciar o céu.
À noite, o jardim, que tem projeto luminotécnico de Carlos Fortes, se reinventa para ter seu uso completo. A iluminação discreta e delicada conta com luminárias lineares de piso para as fachadas, luminárias com foco direcionado fixadas nos troncos das árvores, e alguns espetos nos vasos de arbustos e folhagens.
Estratégica, a luz indireta realça texturas e convida ao recolhimento no lugar que respira com a cidade, mas em outro ritmo.
Serviço
CASACOR São Paulo 2025
Onde: Parque da Água Branca - Rua Dona Ana Pimentel, 37 portaria G4 do PAB
Quando: De 27 de maio a 3 de agosto de 2025
Horário de funcionamento: Terça a domingo, das 11h às 21h
Horário bilheteria: Terça a domingo*, das 11h às 19h
* fechamento da bilheteria física 15 minutos após o último horário. A visita poderá acontecer até às 21h.
Bilheteria digital: Site oficial da CASACOR São Paulo 2025
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