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Os jornalistas Patricia Pamplona e Wesley Faraó Klimpel contaram suas histórias para o Direto da Gazeta | Thiago Neme/Gazeta de S.Paulo
O casal de jornalistas Patricia Pamplona e Wesley Faraó Klimpel tomou uma decisão ousada em 2022: abandonar a redação de um grande jornal paulista para iniciar uma volta ao mundo e conhecer o máximo de países. Por enquanto já foram 77 nações visitadas. Parte da aventura está registrada em “Aventuras Sem Chaves – Parte 2: Uma viagem por Ásia e Oceania”.
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Em entrevista ao podcast Direto da Gazeta, da TV GMG, a dupla contou sobre os episódios marcantes e os perrengues homéricos vividos em ambos os continentes, além de revelar passagens que estão reunidas em “Aventuras Sem Chaves – Parte 1: Uma viagem por África e Oriente Médio”.
O lançamento é dividido em 34 capítulos, um para cada país visitado, com mais de 400 páginas com informações, dicas, crônicas e imagens surpreendentes de cada local que seus pés alcançaram.
O país mais diferente em comparação ao Brasil, para eles, foi o Japão, aonde chegaram após atravessar a Rússia por terra.
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“Eu queria muito ir para o Japão, ainda mais por Campo Grande ter uma colônia japonesa muito grande”, explicou Faraó sobre a capital do Mato Grosso do Sul, sua cidade natal.
“É um país bem desenvolvido, onde o silencia impera. Não se vê pessoas sequer mandando mensagens de áudio no transporte público”, continuou Patricia.
Para chegar até o extremo leste asiático passaram em parte pela Transiberiana, e depois pegaram a Transmongoliana até a capital da Mongólia, Ulan Bator.
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“É curioso ver a mudança étnica dentro da Rússia. No começo há aquelas pessoas loiras, bem eslavas, e no caminho as pessoas vão ficando mais no estereótipo da Ásia, com olhos amendoados”, disse a jornalista.
Para a dupla, a população da Ásia é incrivelmente receptiva a estrangeiros. A simpatia costuma ter uma dose extra para brasileiros.
“Temos dupla nacionalidade, então viajamos com passaporte europeu também. Quando apresentamos o europeu, o tratamento é mais frio, do tipo ‘mais um europeu por aqui’. Mas quando é o brasileiro até o tratamento da imigração muda. Dependendo da idade do local, ele fala de Neymar, de Ronaldo ou de Pelé”, destacou Patricia.
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Segundo o casal, o nível de simpatia pelo Brasil é tão grande que, em alguns casos, foi até mais fácil ultrapassar a fronteira simplesmente por ser brasileiro. Não à toa deixavam camisetas da seleção à mão perto de fronteiras, para caso de necessidade.
Entre as quase 80 nações visitadas, a mais perigosa, segundo eles, foi Myanmar, que vive uma guerra civil. Foi no local também que conseguiram registrar a cena mais bonita da viagem, para Patricia: um por do sol impressionante na cidade histórica de Bagan.
Entre as restrições encontradas estavam limitações para deslocamento de estrangeiros, presença militar muito grande e a chance do conflito piorar a qualquer momento.
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Já Patricia disse que o local mais desconfortável para mulheres foi o Afeganistão.
“Estava eu, o Faraó, um espanhol e um motorista, e alguém sugeriu entrar em um lugar no meio do caminho. Só que disseram que mulher não podia, que eu deveria esperar do lado do fora. Então ninguém entrou”, lembrou ela.
Já em Cabul, a capital afegã, havia uma mesquita muito bonita em um parque. “Só que eu não podia entrar sequer no parque, imagina na mesquita. Não pude ver a mesquita nem do lado de fora”, destacou a jornalista.
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Apesar disso, eles não perceberam as mulheres obrigatoriamente cobrindo todo o corpo de burca o tempo inteiro. A Arábia Saudita, por exemplo, cerceia mais as vestimentas femininas do que o Afeganistão, contaram.
Ambos indicaram que 75 dólares é o cálculo mínimo de dinheiro individual diário para cada pessoa durante uma viagem do tipo, e que quanto mais tempo ficar fora, mais barato o percurso fica.
Além de levaram reservas do Brasil e de pesquisarem bastante meios mais baratos em cada cidade, também trocaram hospedagens por serviços de todo o tipo,
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Na Oceania, por exemplo, ficaram hospedados durante duas semanas em troca de ter que alimentar um cachorro e uma serpente criada pelos proprietários. Para quem não quer cuidar de animais, ainda mais de serpentes, é possível trabalhar em hosteis também em troca de hospedagem.
Boa parte dos países da Ásia é bem barata, revelaram. Já a Arábia Saudita, também na Ásia, mas mais especificamente no Oriente Médio, foi o mais caro de todos.
O casal ainda contou momentos marcantes, como ultrapassar fronteira em três em uma moto, se deparar com gorilas selvagens na África e experimentar “a melhor culinária do mundo”, na Geórgia.
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Agora, os dois ficarão mais um pouco no Brasil, antes de enfrentarem mais um desafio insano em março do próximo ano: cruzar de carro as três Américas, de Ushuaia, na Argentina, ao Alasca, nos Estados Unidos, ao noroeste do Canadá. Agora, terão uma companhia a mais: o cachorrinho do casal deve embarcar na aventura.
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