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'Censura', Wagner Moura, Caetano e Mercury criticam Bolsonaro na OEA

Artistas brasileiros relataram a Comissão Interamericana de Direitos Humanos os desafios da cultura no governo Bolsonaro

Gustavo Cavalcante

15/12/2021 às 13:21

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'Bolsonaro não ganha eleições democraticamente'
Wagner Moura em declaração no programa Papo de Segunda, da GNT

'Bolsonaro não ganha eleições democraticamente' Wagner Moura em declaração no programa Papo de Segunda, da GNT | reprodução/Facebook

O diretor e ator Wagner Moura e os músicos Caetano Veloso e Daniela Mercury falaram à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a gestão de Jair Bolsonaro (PL) no setor cultural. Os três foram unânimes ao apontar censura à produção artística, segundo o jornal O Globo.

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Wagner Moura citou as dificuldades impostas para lançar o filme "Marighella" no país. Protagonizado por Seu Jorge, a história mostra o guerrilheiro Carlos Marighella, um dos principais nomes no combate à ditadura militar no Brasil.

"Em uma época em que explodiram casos de censura explícita às obras com temáticas que desagradavam o governo federal. O caso do Marighella é um filme sobre um personagem da história o Brasil com o qual o presidente não concorda.", afirma Wagner Moura.

De acordo com O Globo, Wagner citou que dois pedidos corriqueiros foram negados, mesmo o filme sendo contemplado por políticas anteriores à eleição de Bolsonaro.

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O filme estrearia em 20 de novembro de 2019, dia da Consciência Negra. Em agosto, porém, a Ancine (Agência Nacional de Cinema) negou a antecipação da verba de complemento para viabilizar o lançamento.

Naquele ano, Bolsonaro falou que colocaria um "filtro" na agência para a aprovação de projetos. "Vai ter filtro, sim, já que é um órgão federal. Se não puder ter filtro, nós extinguiremos a Ancine. Privatizaremos ou extinguiremos. Não pode é dinheiro público ficar usado para filme pornográfico", disse em referência ao filme da Bruna Surfistinha.

Na virada para 2020, o diretor e a produtora O2 resolveram estrear Marighella sem a verba. A estreia no Brasil aconteceu apenas no início de outubro deste ano.

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Caetano e Daniela Mercury

A audiência pública sobre as as denúncias sobre violação aos direitos de liberdade de expressão artística no Brasil foi marcada após exigência do Movimento Mobile. Caetano veloso enviou vídeo para a audiência da CIDH. Ele lembrou que foi preso, junto com Gilberto Gil, na época da ditadura em virtude do AI-5, instrumento de repressão e violação de direitos humanos usado pelo Estado brasileiro.

Daniela Mercury também participou de forma online e exigiu uma reação. Ela criticou a "nova política pública" que "inaugura um tipo inédito de censura, que impede a livre manifestação artística ao sonegar o financiamento público".

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Segundo o jornal O Globo, o secretário nacional de Incentivo e Fomento à Cultura, André Porciúncula, crítico da Lei Paulo Gustavo de socorro à cultura, alegou que a gestão promoveu uma "revolução popular" e uma " democratização real dos recursos públicos da cultura".

"Antes, estava restrito a uma pequena casta, uma pequena elite empresarial, que utilizava de todos os tipos de argumentos vagos e abstratos para manter esse monopólio. Então o que o governo fez, foi de fato, uma revolução popular e que afetou apenas essa elite que estava acostumada a monopolizar esses recursos." afirmou André.

A reportagem mostrou em junho que o titular da Secretaria Especial de Cultura, Mário Frias, garantiu nos seis primeiros meses de 2021 cerca de R$ 140 milhões em isenção fiscal a empresas patrocinadoras de projetos culturais que atendam aos requisitos previstos na lei - menos de 10% que o ano anterior.

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O tempo médio para aprovação de um projeto na Lei Rouanet, que já foi de dois meses, pode chegar a mais de um ano hoje em dia.

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