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Espetáculo gratuito em SP transforma legado de Nise da Silveira em arte viva

Escrito e dirigido por Duda Rios, 'Nise em Nós' promove reflexão sobre a relação entre arte e saúde mental

Mari Ribeiro

07/08/2025 às 20:20

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Espetáculo 'Nise em Nós', no CCBB, é gratuito

Espetáculo 'Nise em Nós', no CCBB, é gratuito | Andressa Baldoni/Divulgação

“Não se curem além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura”, diz a frase atribuída a Nise da Silveira (1905-1999). 

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A trajetória e as enormes contribuições da alagoana para o campo da psiquiatria serão revisitadas no espetáculo “Nise em Nós - Uma Ode ao Delírio”, dirigido e escrito por Duda Rios, que, recentemente, foi indicado ao Prêmio Shell de Teatro.

Trajetória e as contribuições da alagoana Nise da Silveira (1905-1999) para o campo da psiquiatria serão revisitadas no espetáculo 'Nise em Nós - Uma Ode ao Delírio'.
Trajetória e as contribuições da alagoana Nise da Silveira (1905-1999) para o campo da psiquiatria serão revisitadas no espetáculo 'Nise em Nós - Uma Ode ao Delírio'.
Criada pela Dupla Companhia, a peça fará uma curtíssima temporada de estreia no Centro Cultural Banco do Brasil, no Centro Histórico de São Paulo.
Criada pela Dupla Companhia, a peça fará uma curtíssima temporada de estreia no Centro Cultural Banco do Brasil, no Centro Histórico de São Paulo.
Em uma espécie de gesto de escuta dos artistas, a peça propõe uma travessia entre o passado e o presente, entre a ciência e a arte, entre a lucidez e o delírio.
Em uma espécie de gesto de escuta dos artistas, a peça propõe uma travessia entre o passado e o presente, entre a ciência e a arte, entre a lucidez e o delírio.
Montagem costura memórias pessoais do elenco com histórias reais dos pacientes, artistas e pensadores que cruzaram o caminho de Nise. Fotos: Andressa Baldoni
Montagem costura memórias pessoais do elenco com histórias reais dos pacientes, artistas e pensadores que cruzaram o caminho de Nise. Fotos: Andressa Baldoni

Criada pela Dupla Companhia, a peça comemora os 120 anos da médica, que revolucionou o tratamento mental por meio da arte, da livre expressão e da afetividade, fará uma curtíssima temporada de estreia no Centro Cultural Banco do Brasil, no Centro Histórico de São Paulo, entre quinta (7/8) e sábado (23/8). 

Detalhes da montagem 

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Em uma espécie de gesto de escuta dos artistas, a peça propõe uma travessia entre o passado e o presente, entre a ciência e a arte, entre a lucidez e o delírio. Em cena, estão Lucas Gonzaga, Rafaele Breves, Gabriela Carriel, Victor Mota e Hugo Muneratto. 

Inspirada na trajetória da médica psiquiatra, uma mulher nordestina, revolucionária e profundamente humana, o espetáculo busca levar ao público uma reflexão sensível sobre o afeto como metodologia e o cuidado como revolução.

A montagem costura memórias pessoais do elenco com histórias reais dos pacientes, artistas e pensadores que cruzaram o caminho de Nise, como Graciliano Ramos, Carl Gustav Jung, Martha Pires Ferreira e Dona Ivone Lara.

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Tudo isso se encontra em cena por meio de uma linguagem híbrida, que mistura teatro, poesia, música e folguedos brasileiros. A obra não apenas celebra os 120 anos de nascimento de Silveira, como também lança o olhar adiante, para o futuro da saúde mental, para o direito ao delírio e para a construção de um País mais sensível.

“Nise em Nós” por Duda Rios, direção e dramaturgia, e Dessa Ferreira, direção musical e canções originais

“Falar da Nise da Silveira é muito mais do que falar de uma pessoa. Falar da Nise é ouvir. Ouvir o outro, o íntimo, o silêncio, a vida. Durante os ensaios, nós entendemos que seria importante não apenas falar sobre quem foi a médica que iniciou o movimento antimanicomial no Brasil, mas trazê-la para o aqui e agora. Então Nise, seus pacientes e suas parcerias, viajaram no tempo-espaço até Tatuí, e suas histórias ressoaram nas histórias de vida dos brincantes contadores desse ritual cênico”, comenta Duda Rios. 

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A trilha sonora, orgânica e visceral, cruza as cenas com texturas que misturam os sons vivos da improvisação e os ecos de trilhas gravadas. “A música nasce do encontro. Um encontro de vozes, corpos, territórios e histórias. Foi assim que começou a construção da trilha sonora deste espetáculo, inspirado na vida e na obra de Nise da Silveira”, diz Dessa Ferreira. 

Sobre a criação do espetáculo, a diretora musical explica que os atores viveram juntos, momentos de experimentação. “Nesse processo, deixamos a música emergir da margem, do improviso, da brincadeira. Buscamos a espontaneidade, a liberdade e a expressividade que ressoam na essência do trabalho de Nise”

Sobre a “Dupla Companhia”

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A “Dupla Companhia” é uma produtora cultural, localizada no interior de São Paulo, que desenvolve, há mais de uma década, pesquisas cênicas com três eixos centrais: memória, território e identidade, criando dramaturgias originais que dialogam diretamente com os modos de vida, as histórias e os imaginários do interior do Brasil.

Seus projetos promovem intersecções entre arte, cultura e educação e buscam resgatar a cultura local e ativar sentidos coletivos no presente, trazendo questões de raça, gênero, classe e pertencimento como matéria viva da cena.  

Nessa pesquisa, os espetáculos “As Três Marias” (2022), “Nise em Nós – uma ode ao delírio” (2025) e “Laudelina” (2025) compõem o que a Dupla Companhia denomina como “Trilogia da Memória”, um conjunto de obras que, cada uma à sua maneira, interroga o passado para redesenhar o presente.

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Por meio de editais e leis de incentivo, o repertório da “Dupla Companhia” conta também com peças como “Esperando Godot” (2020), “Alma Pueril” (2021), “Ícaros” (2024), “Por Trás do Céu” (2025) e “Desacorde” (2026).

Se você gosta de peças de teatro, não deixe de conferir que “Tim Maia - Vale Tudo” divulgou as primeiras imagens oficiais do espetáculo.

Serviço - “Nise em Nós”

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Quando? De 7 a 27 de agosto; quintas e sextas, às 19h; sábados, às 18h
Onde? Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo - Rua Álvares Penteado, 112 - Centro Histórico, São Paulo
Ingressos: Gratuitos, disponíveis no site do CCBB ou na bilheteria física, uma hora antes de cada sessão
Capacidade: 120 lugares
Duração: 80 minutos
Classificação: 14 anos

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