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Filipe Grimaldi e Carolina Herszenhut analisam novos rumos às artes visuais no Brasil

Artista visual e criadora da Aborda revelam transformações do mercado de artes visuais e indicam novas direções

Bruno Hoffmann

13/06/2025 às 17:37  atualizado em 13/06/2025 às 17:39

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Filipe Grimaldi e Carolina Herszenhut durante participação ao podcast Direto da Gazeta

Filipe Grimaldi e Carolina Herszenhut durante participação ao podcast Direto da Gazeta | Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo

As redes sociais transformaram o mercado de artes visuais do Brasil, e todo o trajeto e histórias até a obra ficar pronta se tornaram tão importantes quanto a peça artística em si.

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A conclusão é de Filipe Grimaldi, artista visual e influenciador digital, e de Carolina Herszenhut, líder da Aborda, entrevistados pelo podcast Direto da Gazeta nesta semana.

Na conversa, Filipe explicou como utilizou o trabalho nas redes para impulsionar a própria produção de letrista. Hoje, ele possui 1,2 milhão de seguidores por reagir a obras de artistas de todo o País, invariavelmente terminando com o bordão “chora, Fotoxópi”.

Quando seus vídeos começaram a viralizar, há dois anos, ele procurou a Aborda para saber como gerir aquela nova realidade. A agência, segundo Carolina, faz um trabalho que ainda não existia no Brasil, de criar uma ponte com diferentes estratégias entre o artista e o mercado.

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“Perguntei como podíamos transformar os vídeos que eu reagia em trabalho para o Filipe artista, porque demorou um tempinho para eu me enxergar como um influenciador”, destacou o paulistano.

Com o trabalho da agência, marcas começaram a se aproximar de Grimaldi, e de uma forma não impositiva, mas questionando como poderiam montar a peça de publicidade juntos.

“Virava um negócio muito cooperativo, muito positivo. Antes, a marca falava: ‘você vai pintar isso aqui ali’. Agora, perguntam como que podem colaborar. Com isso, os dois ganham”.

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Para Carolina, carioca radicada em São Paulo, o foco do trabalho com Grimaldi desde o início é que ele era primordialmente um artista, não um influenciador. “A partir daí, pensamos em como iríamos transformar isso, como pegar a potência da internet e jogar o trabalho dele, encorpar o trabalho dele”.

Sempre houve um cuidado também com as parcerias fechadas. “Toda semana tem proposta de casa de aposta, e negamos todas”, revelou Filipe.

Filipe Grimaldi e Carolina Herszenhut durante participação ao podcast Direto da Gazeta/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
Filipe Grimaldi e Carolina Herszenhut durante participação ao podcast Direto da Gazeta/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
Filipe Grimaldi e Carolina Herszenhut durante participação ao podcast Direto da Gazeta/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
Filipe Grimaldi e Carolina Herszenhut durante participação ao podcast Direto da Gazeta/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
Filipe Grimaldi e Carolina Herszenhut durante participação ao podcast Direto da Gazeta/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
Filipe Grimaldi e Carolina Herszenhut durante participação ao podcast Direto da Gazeta/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo

Hoje, a empresa representa 10 artistas: Filipe Grimaldi, Eva Uviedo, Alberto Pereira, Consp, Deco Treco, Luna Bastos, Luna Buschinelli, Pedro Luis, Pri Barbosa e Wira Tini. Não há, pelo menos por ora, a intenção de expandir o número de agenciados.

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Cena profissional

O trabalho de artistas plásticos para dar alguma previsibilidade financeira, dizem, é algo que normalmente de médio e de longo prazos, por não haver um mercado firmado para o setor ainda no Brasil.

Carolina foi questionada sobre a importância de haver figuras nas artes plásticas que saibam se comunicar bem pelas redes como Filipe.

“Ele percebeu que a criação para a rede social não é um trabalho que se faça à parte, mas junto e ao mesmo tempo, e talvez com uma importância igual ao do trabalho artístico”, afirmou.

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“Não adianta criar e ninguém saber. E hoje o saber está na internet, e Filipe trouxe isso”, completou.

Ela também explicou que, assim como em outras áreas, o número de seguidores que o artista tem pelas redes impacta diretamente sobre a visibilidade do trabalho.

“Se pensar em uma exposição coletiva no Masp, por exemplo, os artistas são selecionados também pelo número de seguidores. O museu vive de gente que visita o museu, porque precisa trazer resultado para o patrocinador”, analisou ela.

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“É uma cadeia que está sempre falando de público, principalmente no Brasil, que mensura qualidade quantitativamente. Esse lugar do artista apenas no ateliê meio que passou”, continuou.

Para Filipe, também é válido o artista por qualquer motivo não querer usar a internet, mas entende ser uma característica geracional. “Artistas mais velhos tendem a não ter um perfil de redes sociais".

Mecenas em extinção

Antigamente, explicou Carolina, era comum que um mecenas milionário bancasse um artista, que com o passar dos anos conseguia ganhar visibilidade a ponto de fazer a própria exposição em um local importante.

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Agora, porém, a jornada costuma ser outra.

“O artista não é só o trabalho final, é também a sua voz. O pulo do gato é o artista entender em qual campo pode atuar, qual narrativa pode ter e quais são os valores que pode entregar. Porque, então, não vai vender só a pintura, mas também a fala. Hoje, as marcas querem os artistas para darem voz aos seus negócios”, explicou ela.

Já Filipe destacou que o trabalho de artistas precisa ter constância e rotina para se tornar grande.

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“A produção de arte é um trabalho como outro qualquer. Você acorda, toma café, senta no computador, prospecta trabalho, responde e-mail, assina documentos, faz projetos, inteiros, orçamentos etc. Dá para ser constante no trabalho, no dinheiro não dá para garantir. Haverá meses bons e meses ruins. Se você sempre fizer isso dará certo”, destacou ele.

“Todos os 10 artistas da Aborda são profissionais excelentes. Não é gente brincando de arte ou só com talento, mas um pessoal com puro treino. São 10, 15 ou 20 anos de carreira para você chegar lá”, completou.

O fantasma da inteligência artificial

Sobre o avanço da inteligência artificial, Filipe disse que sempre muda de opinião sobre o tema, mas que assusta que de mês a mês aparecem avanços impressionantes.

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“Só sou contra a substituição. A galera está substituindo empregos diretamente”, alertou.

Por sua vez, Carolina disse que é preciso repensar o trabalho, por ser uma revolução que já está em curso. “Não adianta ser contra porque ela já está aí. Agora o que temos que fazer é entendê-la”.

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