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Chico Mendes foi um seringueiro, sindicalista e ativista político brasileiro | Monise Souza/Gazeta de S. Paulo
Uma nova produção cinematográfica que nasce como o primeiro filme 100% sustentável do mundo promete unir arte, consciência ambiental e legado histórico.
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A revelação foi feita pelo diretor Sérgio Machado em entrevista exclusiva à Gazeta, durante o 1º Prêmio Chico Vive, que ocorreu nesta quinta-feira (23/10), no Cultura Artística, na região central de São Paulo.
O ator Bruno Gagliasso participará da produção, que contará a história do legado de Chico Mendes. Após já ter vivido vários vilões, desta vez não será diferente: o ator representará o assassino do ativista, que morreu em 22 de dezembro de 1988.
Além de Gagliasso, Jorge Paz, conhecido por seu trabalho em Marighella, interpretará e dará vida ao próprio Chico Mendes. Os artistas também conversaram com a reportagem sobre o significado de participar da produção.
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Ao falar sobre o desafio de interpretar o assassino do ambientalista, Gagliasso foi direto:
“Vai ser forte, vai ser difícil, mas é necessário. Toda história precisa da escória. É doloroso, mas é uma oportunidade de fazer o público refletir sobre o que o Chico viveu e sobre o que ele representa até hoje”.
Segundo o ator, o projeto é construído coletivamente, assim como o próprio legado de Chico Mendes. “Ninguém faz nada sozinho. É um trabalho de união, de consciência e de amor pelo Brasil. O Chico já sabia disso. Ou a gente se organiza, ou não avança.”
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Jorge Paz também destacou o peso simbólico e pessoal de interpretar o ativista. “É com imenso prazer que vou interpretar Chico Mendes nas telas do cinema. É um personagem incrível, um ícone na luta pela preservação da Amazônia.”
Para o ator, o papel vai além da atuação:
“Sinto que é uma missão. Como esse projeto chegou até mim, eu estando na Amazônia, percebi que precisava contar o que ninguém estava vendo. E aí veio na minha cabeça o Chico Mendes. Fazer esse filme é uma missão de vida.”
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Jorge também refletiu sobre a importância de manter viva a luta de Chico, especialmente diante dos desafios ambientais atuais:
“O que atravessou o Chico Mendes na época dele atravessa os jovens hoje. A luta não é do passado ou do futuro. A luta é do tempo inteiro. Precisamos preparar os jovens para continuarem essa batalha, assim como ele escreveu em suas cartas.”
O diretor e roteirista Sérgio Machado revelou detalhes sobre o projeto audiovisual, que promete revolucionar o cinema brasileiro.
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“Vamos fazer um filme de ficção sobre a vida de Chico Mendes, um documentário, o Manual do Cinema Sustentável, o prêmio e a TV Chico Vive. É um conjunto de experiências e iniciativas para reviver a figura do Chico e, principalmente, a luta dele pela preservação da natureza.”
O projeto, que começou a tomar forma há poucos meses, vem sendo construído para unir arte, sustentabilidade e memória histórica.
“É um projeto que nos enche de alegria e orgulho, que está engatinhando. Um mês atrás lançamos o Manual do Cinema Sustentável e agora o prêmio. Já temos o roteiro do filme, o roteiro do documentário e vamos em frente”, afirmou Sérgio.
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Durante o evento, Gagliasso destacou a força simbólica da iniciativa. “Mais importante do que apresentar o prêmio é estar presente. Ninguém faz nada sozinho. Esse filme começou como uma ficção e se transformou em algo muito maior: o primeiro filme sustentável do mundo.”
A iniciativa inclui ainda um documentário, o Manual do Cinema Sustentável, o Prêmio Chico Vive e a TV Chico Vive, ampliando o legado do líder seringueiro por meio de diferentes formatos e linguagens.
O ator explicou que o longa deu origem a um documentário e ao Manual do Audiovisual Sustentável, ferramenta que pretende orientar produções cinematográficas e televisivas a reduzirem seu impacto ambiental:
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“É um legado para o cinema brasileiro e para o mundo. Estamos mostrando que o Brasil entende de sustentabilidade e que pode liderar esse movimento global.”
Quase quatro décadas após sua morte, a trajetória do seringueiro Chico Mendes dá nome ao Prêmio Chico Vive, iniciativa que teve a primeira edição nesta quinta para reconhecer jovens lideranças socioambientais de todo o País.
A premiação foi organizada pelo Estúdio Escarlate e pela Plataforma Chico Vive, e contemplou seis jovens premiados, cada um representando um dos biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampas.
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Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes, foi um seringueiro, sindicalista e ativista político brasileiro.
Ele lutou a favor dos seringueiros da Bacia Amazônica, que dependiam da preservação da floresta e das seringueiras nativas.
Nasceu no seringal Porto Rico, localizado na região de Xapuri, no Acre. Chico Mendes teve três filhos: Ângela (da primeira união), Elenira e Sandino. O ambientalista deixou viúva Ilzamar Mendes, com quem ficou casado de 1983 a 1988.
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O legado do líder seringueiro, assassinado por defender a floresta amazônica e os direitos de comunidades tradicionais, ainda inspira a nova geração.
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