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Angelina Basílio, presidente da Rosas de Ouro, durante entrevista exclusiva à Gazeta | Thiago Neme/Gazeta de S.Paulo
Angelina Basílio, presidente da Rosas de Ouro, agremiação campeã do Carnaval de São Paulo de 2025, continua em estado de êxtase com o título da escola neste ano.
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Em entrevista exclusiva à Gazeta, Angelina reforçou que vencer o Carnaval de São Paulo é uma tarefa muito difícil e que a campeã é sempre coroada pelos detalhes.
“Olha, depois de 15 anos, 15 longos anos, agora a ficha caiu. Foram anos competitivos. Mas, nesses últimos três anos, a Rosas de Ouro amargou alguns resultados que não eram do nível da Rosas de Ouro”, iniciou a presidente da agremiação da Brasilândia, zona norte da capital paulista.
Basílio complementou dizendo que o resultado do Carnaval do ano passado foi dolorido para a comunidade.
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“A gente se acostumou a voltar nos desfiles das campeãs e nos últimos anos isso não estava acontecendo. No ano passado, então, ficamos em 11º lugar. Eu faço terapia por isso, não tenho vergonha de falar. Faço terapia desde a última apuração”, reforçou a presidente.
Durante entrevista ao programa “Direto da Gazeta”, veiculado pelo YouTube da Gazeta, Angelina Basílio falou sobre a sua tradicional família, preconceitos, machismo, administração da escola e a preparação para o Carnaval de 2026. Confira abaixo:
“Quando o universo conspira a favor, quando é para dar, o projeto começa a crescer, a ficar grande e tudo acaba dando certo. O samba cresceu demais durante os ensaios. Todos abraçaram o samba. Todo mundo abraçou o enredo e ele se transformou em uma grande jogada”, celebrou a mandatária.
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Além do título, Angelina carrega consigo a herança de uma família pioneira no samba.
Fundada há 54 anos e com seu oitavo título de campeã conquistado em 2025 no Grupo Especial do Carnaval de São Paulo, a Sociedade Rosas de Ouro é presidida por Angelina Basílio há mais de duas décadas.
Angelina Basílio está na agremiação desde a infância, acompanhando sua trajetória desde a fundação em 1971, e assumiu a presidência após a morte de seu pai, o respeitado Eduardo Basílio.
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Angelina passou por todas as funções e atividades da escola: porta-bandeira, componente e diretora de aula, destaque de carro alegórico e de chão, comissão de frente, diretora de eventos, vice-presidente, além de ter realizado trabalho social.
A presidente da Roseira - apelido carinhoso da escola - afirmou que quando assumiu a presidência, a recepção pelos integrantes da agremiação não foi boa e foi repleta de preconceitos e descrença em relação a sua competência.
“Não foi fácil assumir o lugar de Eduardo Basílio, um homem à frente do seu tempo. Um homem visionário. Eles falavam na época, além de ser mulher, que eu ia acabar com a Rosas de Ouro. Foi bem sofrido. Foi muito sofrido a minha posse como presidente da Rosas de Ouro”, reforça Angelina.
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A presidente da escola campeã complementou a resposta em relação ao machismo. “Você imagina, 22 anos atrás, uma mulher assumir um cargo que é masculino era muito mais complicado. Não é fácil, porque sendo mulher você tem que mostrar três vezes mais que você é capaz”.
Angelina Basílio mencionou Solange Cruz, presidente da Mocidade Alegre, em diversos momentos da entrevista, descrevendo uma relação que evoluiu de uma rivalidade carnavalesca para uma forte amizade e parceria.
A Mocidade Alegre é a segunda maior campeã da história do Carnaval de São Paulo.
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No bate-papo, Angelina pontua Solange como uma das poucas mulheres presidentes no Grupo Especial, ao lado dela própria e de Érica Ferro, do Camisa Verde e Branco.
Angelina recorda que houve um período no Carnaval em que a Rosas de Ouro e Mocidade Alegre disputavam frequentemente as primeiras colocações, gerando uma rivalidade entre as tradicionais escolas.
No entanto, essa rivalidade diminuiu com a proximidade entre as duas presidentes.
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Angelina Basílio relata que ela e Solange assumiram a presidência de suas respectivas escolas no mesmo ano e fizeram um tipo de “pacto” para seguirem juntas.
Ela compartilha que, no início das gestões, enfrentou com Solange o ambiente machista durante as reuniões na sede da Liga Independente das Escolas de Samba (Liga-SP), responsável pela organização do Carnaval paulistano.
Angelina menciona que a amizade dela e de Solange é tão forte que se consideram irmãs.
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Angelina também comentou durante a entrevista sobre ter sido baleada em frente a quadra da escola no ano de 2011.
Ela estava saindo da quadra, indo para a Liga, quando foi atingida pelo tiro. A presidente não sabe ao certo se foi um assalto ou uma tentativa de sequestro.
Angelina relata que foi sozinha para o Hospital São Camilo. Ela menciona que preferiu tratar o assunto “meio em silêncio” na época. Até hoje, o caso permanece sem solução.
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O título do Carnaval de São Paulo de 2025 saiu no último quesito após uma apuração emocionante.
Com 269,8 pontos totais, a Rosas de Ouro foi a vencedora, empatada com Acadêmicos do Tatuapé, mas ficando na frente pelos critérios de desempate. O último título da Rosas de Ouro havia sido em 2010.
A confirmação do título veio apenas na última nota do último quesito, em uma arrancada que tirou a escola da 11ª posição rumo ao oitavo título da agremiação.
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O enredo de “Rosas de Ouro em uma Grande Jogada” trouxe a história dos jogos, fazendo um painel de como influenciaram a humanidade ao longo dos anos.
Na celebração, em alusão ao enredo, os líderes da escola comemoraram dizendo que “o jogo virou”, e que a agremiação não foi apontada como uma das favoritas, mas que com um trabalho muito bem feito, chegou ao título.
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