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Ingressos para 'O Céu da Língua' no Theatro Municipal de SP estão esgotados | Joana Calejo Pires/Divulgação
Visto por mais de 70 mil pessoas e criado para quem não tem medo de poesia, o espetáculo solo “O Céu da Língua”, de Gregório Duvivier, retornará a São Paulo para duas apresentações inéditas no Theatro Municipal, no Centro Histórico da cidade, no sábado (2/8).
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Com 80 minutos de duração, o espetáculo terá sessões às 17h e às 20h. Os ingressos já estão esgotados, mas pode haver desistências. Vale conferir o site oficial do Theatro Municipal para novas disponibilidades.
Detalhes da montagem
“O Céu da Língua” estreou em Lisboa no contexto das comemorações ao aniversário de 500 anos de Luis de Camões e roubou a cena por lá. Gregório Duvivier, que não estreava uma peça nova há cinco anos, criou o solo para homenagear sua língua-mãe, o português.
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Depois de Portugal, o espetáculo fez turnê pelo Rio de Janeiro, São Paulo - capital e interior, Curitiba e Porto Alegre.
Em suas andanças, a peça encontrou uma legião de pessoas que compartilham da paixão pela poesia. “A poesia é uma fonte de humor involuntário, motivo de chacota”, reconhece o ator, que cursou a faculdade de Letras na PUC do Rio de Janeiro e publicou três livros sobre o gênero literário.
“Escrevi uma peça que pode ajudar alguém a enxergar melhor o que os poetas querem dizer e, pra isso, a gente precisa trocar os óculos de leitura”.
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A direção é da atriz Luciana Paes, que já foi parceira de Duvivier no espetáculo de improvisação “Portátil” e nos vídeos do canal “Porta dos Fundos”.
Se no seu solo anterior, “Sísifo” (2019), escrito com Vinicius Calderoni, Gregorio subia uma grande rampa dezenas de vezes, agora, o que se tem é uma encenação desprovida de qualquer cenário.
No palco, totalmente limpo, o instrumentista Pedro Aune cria uma ambientação musical com o seu contrabaixo, e a designer Theodora Duvivier, irmã do comediante, manipula as projeções exibidas ao fundo da cena. E mais nada.
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“O Céu da Língua” não é um recital, mas não deixa de ser poética. “O stand-up comedy aqui é uma pegadinha pra falar de literatura”, descreve a diretora. “A peça fica na esquina do poema com a piada”, complementa o ator.
“O Gregorio comediante está no palco ao lado do Gregorio intelectual com seu fluxo de pensamento ininterrupto e, por isso, a plateia embarca na proposta”, explica a diretora, que compartilha com o ator a paixão pelo nome das coisas.
“Graças aos seus recursos de ator, ele pega o público distraído. Ninguém resiste quando é surpreendido por alguém apaixonado.”
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Língua-viva
O humorista, desde a infância, carrega uma obsessão pela palavra, pela comunicação verbal, pela língua portuguesa. Assim, o protagonista brinca com códigos, como aqueles que, em sua maioria, só são decifrados por pais e filhos ou casais enamorados.
As reformas ortográficas que tiram letras de circulação e derrubam acentos capazes de alterar o sentido das palavras inspiram o artista em tiradas bem-humoradas.
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O mesmo acontece quando ele comenta a ressurreição de palavras esquecidas, como “irado”, “sinistro” e “brutal”, que voltaram ressignificadas ao vocabulário dos jovens. E aquelas que só de ouvir geram sensações estranhas, como afta, íngua, seborreia, ou outras, inventadas, repetidas à exaustão, como “atravessamento”, “disruptivo” ou “briefings”.
Para o artista, a língua é algo que une e move, mas que raramente recebe a atenção que merece. É só pensar nas metáforas usadas no cotidiano – “batata da perna”, “céu da boca”, “pisando em ovos”. Nesta hora, usamos a poesia e nem percebemos.
Provando que a poesia é popular, Gregorio chama atenção para os grandes letristas da música brasileira, como Orestes Barbosa e Caetano Veloso, citados através das canções “Chão de Estrelas” (1937) e “Livros” (1997).
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“A massa ainda há de comer o biscoito fino que fabrico”, disse Oswald de Andrade. Infelizmente a literatura no Brasil nunca encheu estádios. Mas a palavra cantada, essa, sim, ganhou multidões. “Foi a nossa música popular quem conseguiu realizar o sonho oswaldiano de levar poesia para as massas”, festeja o ator.
Nesta cumplicidade com a plateia, Duvivier mostra gradativamente que a poesia não tem nada de hermética e que a língua portuguesa não perde para nenhuma outra. Muito pelo contrário. Temos um manancial de poesia desperdiçada em cada conversa jogada fora.
“Minha pátria é a língua portuguesa”, diz Fernando Pessoa. Caetano continua: “e eu não tenho pátria, eu tenho mátria e quero frátria”. Gregório constrói o espetáculo em torno dessa fraternidade, e nos lembra que, apesar de todas as nossas diferenças, temos uma língua em comum que nos irmana.
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Para quem gosta de teatro, não deixe de conferir que espetáculo com Herson Capri e Caio Blat também acaba de retornar a São Paulo.
“O Céu da Língua”, de Gregório Duvivier
Quando: Sábado (2/8), às 17h e 20h
Onde: Theatro Municipal de São Paulo - Praça Ramos de Azevedo, s/nº - República, centro de São Paulo
Ingressos (esgotados) - Setor 1: R$ 180
Setor 1 parcial: R$ 150
Setor 2: R$ 130
Setor 2 parcial: R$ 100
Setor 3: R$ 80
Setor 3 parcial: R$ 60
Visão prejudicada: R$ 30
Duração: 80 minutos
Classificação: 12 anos
Acessibilidade: Teatro acessível para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida
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